A superioridade moral do Pedro Roma

Quando a Académica andava pela "2ª. de Honra", quando se tornava penoso ir a Ovar, S.M. da Feira e outros locais que apenas constavam do nosso imaginário, porque sempre passávamos ao lado, poucos adeptos via nos campos.

Crónicos, eram o João Mesquita, o Fernandes, o Janeiro - que será feito deste amigão! - o Vital - que saudades temos todos deste companheiro de jornada que nos deixou tão prematuramente - .

Era bom reencontrar as caras, ano após ano, daqueles que não sendo ou estando em Coimbra, tinham a Académica no coração. Aqueles momentos, vividos antes, durante e depois dos jogos, tinham para todos nós um profundo significado de unidade em torno de um ideal.

Num comentário que fiz para a Rádio onde pontificava o meu ilustre amigo e Mestre António Alberto, entendi dizer, que um outro "guarda-redes" estava melhor que o Pedro Roma. EH raio! Caiu o "Carmo e a Trindade", como se um e outro não fossem atletas da Académica.

Admito que o Pedro não tivesse ficado satisfeito e não ficou; se calhar com vontade de me "dizer das boas", porque também tem direito à indignação, mas assumiu sempre para comigo uma postura de grande dignidade e profissionalismo, percebendo que a opinião é livre quando responsável.

Recordo hoje esse episódio, porque alguns dos que antes me tinham condenado, eram exactamente os mesmos que, à boca fechada em certas situações, diziam o piorio do Pedro. Faziam-no, quando o Pedro mais precisava de apoio, ou seja, quando um jogo corre pior.

Esses eram, esses são, os que nunca frequentaram um balneário, que não sabem o que é a tensão antes de um jogo, que nunca se deitaram e não conseguiram dormir. Esses eram, por fim, os que destilavam a "azia e o ódio" naquela altura...e a vida continua!

Havia-os antes...há-os agora!

Hoje, que Pedro Roma é a grande referência da Académica, e que de longe, de muito longe, deveria ser o guardião das balizas lusas, qual o respeito que a Instituição têm por ele?

Não sei nem me interessa saber o que ganham os jogadores ou qualquer outro cidadão. Mas a este, ao Roma, pagam-lhe como a um profissional de grande dimensão, ou mantêm-no na escala do "um qualquer"?

Que faça uma grande exibição amanhã e que os 3 pontos venham para Coimbra; ele merece, nós merecemos e a Instituição merece!

E que esse "infeliz Scolari" abra bem os olhos.