"Pardalitos do Choupal"

Associação Académica de Coimbra

Vitor Santos,jornalista d' A Bola já falecido,foi o primeiro a chamar a Académica "Pardalitos do Choupal", em crónica ao jogo da vitória sobre o Benfica por 3 a 1 na época de 1961/1962

Pardalitos estão neste momento a voar no Choupal

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Contactos

-Pardalitosdochoupal@gmail.com-

 

Informações

Estádio Cidade de Coimbra

Estádio Cidade de Coimbra
Inauguração: 29-10-2003
Lotação: 30000


Ano da fundação: 03-11-1887
Rua Infanta D. Maria, 23 - 3030-330
Nº de sócios: 10336 (em 9/7/2007)
Internet: www.academica.oaf.pt

 

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quarta-feira, 15 de fevereiro de 2006

UM RELOGIO SEM PONTEIROS

Ao meu único interlocutor, ao silencioso sócio da Briosa, enquanto o relógio sem ponteiros aponta o caminho da memória.
Um golfinho surgiu à superfície. Agarrei-me a ti gritando: Os golfinhos! Estás a ver os golfinhos? Responde-me uma voz incolor: Não via nada, tinham-me enfiado pela prancha abaixo. Pela prancha? Não percebo, Zé, de que prancha estás a falar? Estou a falar do dia em que, na Briosa, me quiseram fuzilar. E, pronunciadas estas palavras, fechaste-te num mutismo que excluía qualquer aproximação ou necessidade de companhia, só voltaste a abrir a boca quando empurrado para dentro do carro e dada uma explicação que não compreendi. O carro arrancou e em silêncio entramos numa estrada que subia, deserta, orlada de cactos e mais cactos e depois novamente de cactos. Aqui e além uma vivenda, um prédio inacabado de oito andares, um tabernáculo já devoluto aos Arcos do Jardim.
Para onde vamos Zé? Lá para o fundo. Lá para o fundo onde? Lá para o fundo. Não havia maneira de penetrar a misteriosa barreira por detrás da qual te tinhas isolado. Com o rosto tenso, as pupilas atentas, fitavas a paisagem como se cada metro, cada curva, cada pedra escondesse uma cilada, ou como se atrás daqueles cactos houvesse um segredo. Estarás à procura de alguém? Não. Zé…cala-te. Escuta…cala-te. Porque é que não…cala-te. Viajamos assim três anos, quando o carro seguia uma vereda desgarrada. Continuou a subida e parou finalmente diante de um pau que barrava o caminho. Um letreiro: STOP.
Descemos então e, com uma doçura reencontrada, apertamos as mãos: Chegámos, vamos.
Pálido, e com o braço erguido: Ali ao fundo, ali ao fundo. Ali ao fundo, onde, Zé, e o quê? O pavilhão. Qual pavilhão? Não vês? No fundo, ao fundo, lá em baixo, ao fundo. Pausa. Um lugar realmente perfeito para morrer. Imagina! Se lá me tivessem fuzilado, morreria a olhar para o Estandarte AAC-OAF. Seria uma bela morte, uma belíssima morte.
Dir-se-ia que a morte com a vista da bandeira da AAC-OAF, e do local do atentado fosse a belíssima mulher, a Briosa, que sempre desejavas e que te fugira com malvadez.
Os teus olhos brilhavam de cobiça. Ou de saudade? E tu quieto a observar o Pavilhão da belíssima morte perdida.
A nostalgia da morte. Porque aquele que foi condenado à morte, que viveu na Briosa anos e anos, nunca mais voltará a ser o mesmo. Terá sempre a morte como uma segunda pele, um desejo insatisfeito. Continuará sempre a persegui-la, porventura recorrendo ao pretexto das causas nobres, do dever. Não encontrará a paz enquanto a não alcançar.
Compreendi que daqui em diante amar a Briosa será, para ele, uma provação agonizante, racional e consentida!!!
Vamos, despacha-te, prepara-te, vamos viver e ouvir o que para aí dizem. Quero-te, esta noite, mal vestido porque estamos tristes, desolados; na rua gritam que a nossa Briosa se deixou violar e que até gostou, comportando-se como uma meretriz!!! Não pode ser. Amanhã quero-te elegante, à luz do dia, vestido de Negro e gravata branca porque NEGRA é a nossa veste, a da Briosa, e branca a pureza virginal desta velha e respeitável SENHORA a ASSOCIAÇÃO ACADÉMICA DE COIMBRA – ORGANISMO AUTONOMO DE FUTEBOL.