Tranquilidade e confiança...

Apesar de não ter podido estar na Amadora, foi fácil avaliar o impacto junto da massa associativa de uma derrota do género da que aconteceu. Obviamente que, dessa derrota, nasceram fissuras entre adeptos e técnico, faltando avaliar o impacto do desaire ao nível do balneário e das relações entre os três corpos essenciais do futebol profissional, a saber Direcção, Equipa técnica e Atletas…
Seja como for e pese embora as críticas que – com maior ou menor contundência – vão sendo feitas a qualquer um destes três grupos por quem tem acompanhado a equipa (e que sofre agora da desilusão dos seus resultados ), a hora não pode ser senão a de cerrar fileiras e de encarar com seriedade e realismo as «cinco finais» que por aí vêm…
Tenho para mim que a equipa da Briosa, apesar de alguns desequilíbrios notórios, é ainda assim superior à maioria dos seus concorrentes directos e que possui argumentos suficientes para conseguir não só as duas vitórias que faltam para atingir a tranquilidade, mas também para exceder essa necessidade, angariando mais um ou dois pontinhos e pondo-se em definitivo a salvo do espectro da despromoção.
Falta-me apenas saber se jogadores, técnicos e dirigentes não acusarão em demasia as incidências do jogo na Amadora e se lograrão alcançar a tranquilidade necessária para encarar o resto do campeonato com optimismo e confiança.
Uma vitória sobre a Naval já no domingo será decerto o «tónico» ideal para (re)unir o grupo em torno dos objectivos e para voltar a serenar os ânimos da massa associativa, em vista do objectivo essencial de apoiar a equipa e de a ajudar a conseguir a manutenção entre os maiores do nosso futebol.

Penso que essa vitória se conseguirá com o apoio entusiástico e a resistência cardíaca dos adeptos, com a serenidade, a coragem e a capacidade de liderança dos técnicos, (que devem transmitir confiança ao grupo), com a garra, a disponibilidade, o empenho e o profissionalismo dos atletas, (que devem dar o máximo em campo), com a calma, a tranquilidade e a voz de comando dos dirigentes, (sempre tão necessárias em alturas difíceis).
Se todos cumprirem o seu papel, acredito que será fácil…
Agora se tivermos medo, se formos displicentes e negligentes, se não soubermos ter paciência e serenidade, correremos decerto o risco de sofrer uma enorme e colectiva desilusão final.
Mas não, isso não acontecerá.

E não acontecerá porque nos momentos decisivos a grandeza das instituições faz invariavelmente desequilibrar os pratos da balança, assim exista por parte destas a capacidade de reunir todas as armas e argumentos e de as/os saber utilizar adequadamente em prol do objectivo último.

E definitivamente chegou a altura de demonstrarmos todos a grandeza da nossa Briosa, porque o futuro é já ali, ao virar da esquina…

Para a equipa fica pois uma palavra: meus caros amigos, o grupo tem qualidade mais do que suficiente para atingir, com alguma facilidade até, o objectivo de todos nós. Os ingredientes para atingir tal desiderato, conhecê-los-ão melhor do que eu, mas nunca será demais relembrá-los: empenho, trabalho, dedicação, concentração absoluta, vida pessoal consentânea com o exercício da actividade (atendendo especialmente a que estamos em altura decisiva da época), coragem, confiança, crença em vós próprios…

Para o Prof. Nelo Vingada deixo igualmente uma nota: caro «mister», algumas vezes questionei as suas opções e acredito mesmo que francamente terá errado, por diversas ocasiões. Não obstante, tenho a certeza de que o fez na convicção de estar a colocar em prática o melhor para o grupo.

Acredito pois que a sua experiência e empenho sejam determinantes nesta fase e que saiba transmitir ao balneário que vestir a camisola da Briosa encerra especiais responsabilidade, sobretudo quando os objectivos propostos estão ainda por atingir. Para si fica a minha solidariedade e o meu apoio e o que lá vai, lá vai…

Para os Dirigentes, fica também a mensagem: é nas alturas difíceis em que tudo está em jogo, que se vê o estofo de quem lidera. Enquanto dirigente da nossa Académica vivi também situações decisivas, sofrendo do stress, das angústias e das noites mal dormidas inerentes à conjuntura em causa (ai que dolorosos aqueles quinze dias que antecederam a concretização da subida, em 2002…). Definitivamente é preciso serenidade, porque a instabilidade psicológica de quem comanda é transmitida qual rastilho de pólvora a técnicos e atletas.

As palavras de ordem devem pois ser tranquilidade e confiança… Porque é com a vossa tranquilidade e com a vossa confiança que se gerarão a tranquilidade e a confiança colectivas que farão com que fiquemos na I Liga, fazendo jus à história e aos pergaminhos do nosso emblema centenário.

Para os adeptos, finalmente, fica também um repto que considero absolutamente fundamental: Mais uma vez é preciso que sejamos iguais a nós próprios: mobilizadores, entusiastas, generosos, sofredores e calorosos no apoio ao nosso emblema e à nossa equipa, pois pode ser essa a chave do sucesso.

Vamos encher o Estádio Cidade de Coimbra e ajudar a equipa a assegurar a primeira das duas vitórias necessárias!

Vamos vencer a Naval 1.º de Maio no próximo domingo!

Força Briosa! Boa sorte malta!