Esclarecimento

Por Luís Pena Viegas*, in www.coisasnofutebol.blogspot.com

COISAS -

COISAS - Nunca usei este blogue para falar da minha profissão, embora a mesma até esteja directamente, ou indirectamente, ligada ao futebol; desta vez, porém, porque não quero que certas e determinadas pessoas julguem que não respondi ao treinador da Académica por medo, vou contar-vos o que se passou na conferência de imprensa de ontem, a qual servia, à partida, para que se fizesse a antevisão do jogo de Setúbal. Aliás, se tivesse medo de alguma coisa ou de alguém, não teria escrito o artigo, baseado e pejado de factos, que levou a assessoria de imprensa da Académica a preparar tudo para que o treinador da Académica, o mesmo que, à primeira pergunta que lhe fiz na pré-época, de forma educada e profissional, me respondeu com arrogância e sobranceria, falasse mais de mim e do meu artigo do que do jogo de Setúbal. Enfim, prioridades. Antes de mais, o artigo em questão é este. Tudo o que escrevi é verdade. Nelo Vingada não teve nenhum dos jogadores que quis. Nenhum. O treinador da Académica teve os quis. A Académica, de resto, dá-se ao luxo de pagar 250 mil euros por um jogador da Liga de Honra. Julgo que nem o Sporting de Braga, por exemplo, que luta declaradamente pela Liga dos Campeões, paga isso por alguém. O artigo e o seu conteúdo nunca seriam, por isso, por mim discutidos. Quem quisesse discuti-lo, ficaria a falar sozinho, porque não discuto factos. Quanto à atitude e ao comportamento do treinador da Académica, que seriam passíveis de contestação, pois não sou desonesto, não faço sabotagem, tenho ética e sou digno (ao contrário do que ouvi), decidi logo, no início da longa tentativa de argumentação, que não teria de contestá-los. Afinal, o treinador da Académica considera os jornalistas "elementos internos do clube" (alguns sê-lo-ão e têm benefícios por isso, mas não é o meu caso), considera que têm "de ajudar a esconder o que se passa no clube", ou que "não têm de arranjar problemas ou desconfortos ao clube ou à equipa técnica", e quem pensa que os jornalistas são, ou têm de ser, assim, internos e coniventes, não tem de ter resposta, pelo menos de um jornalista. Fui, aliás, jogador da Académica, durante quatro anos, nunca me servi da Académica e respeito a maior parte das pessoas que trabalham na Académica, porque as mesmas sempre me respeitaram.

* Jornalista do Jornal "O Jogo"