"Pardalitos do Choupal"

Associação Académica de Coimbra

Vitor Santos,jornalista d' A Bola já falecido,foi o primeiro a chamar a Académica "Pardalitos do Choupal", em crónica ao jogo da vitória sobre o Benfica por 3 a 1 na época de 1961/1962

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Estádio Cidade de Coimbra

Estádio Cidade de Coimbra
Inauguração: 29-10-2003
Lotação: 30000


Ano da fundação: 03-11-1887
Rua Infanta D. Maria, 23 - 3030-330
Nº de sócios: 10336 (em 9/7/2007)
Internet: www.academica.oaf.pt

 

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terça-feira, 30 de outubro de 2007

Coimbra: Cortejo da Latada mobiliza milhares de estudantes


Coimbra, 30 Out (Lusa) - Milhares de estudantes participaram hoje à tarde em Coimbra no Cortejo da Latada, uma festa tradicional que assinala o acolhimento da comunidade estudantil aos novos estudantes da Universidade.

Eram cerca das 16:30 quando o cortejo formado no Largo D. Dinis, sob o olhar austero gravado em pedra do fundador da Universidade, começou a deslizar em direcção à "baixa" da cidade, junto ao rio Mondego.

A abrir apresentou-se um pequeno grupo de Engenharia Electrotécnia que ostentava um andor decorado com uma pretensa réplica da torre da Universidade, seguindo-se outros, ao sabor da corrente, de distintas cores, em função das faculdades.

Tendo como ícones o penico, apito, chupeta e latas de refrigerante presas aos pés a fazer barulho, os estudantes apresentaram-se com as fatiotas mais bizarras que a sua imaginação, ou a dos seus "padrinhos", produziu.

Abelhas e outros insectos não facilmente identificáveis, "caloiros-edifício", guerreiros com elmos-penicos e escudos de cartão, felinos, operários da construção civil, coelhinhas da Playboy em versão feminina e transmutados do masculino em lingerie são exemplos das "figuras" que hoje desfilaram pelas ruas.

As coreografias também iam variando, desde a marcha militarizada, passando pelas passos ritmados e bamboleantes, ou esvoaçantes, até às trôpegas a indiciar alguma inspiração induzida pelos aprovisionamentos de garrafas de cerveja ou dos garrafões de vinho que se viam passar.

Os cânticos, por vezes quase hinos, surgiam aos ouvidos dos curiosos que se acotovelavam nas margens das ruas imbuídos de uma poética profundamente metaforizada, onde dominavam expressões de exaltação dos cursos em ligações simbióticas com as designações populares para a prostituta ou para os órgãos sexuais feminino e masculino.

"Sexo, magia, electrotecnia", entoava um grupo já em vozes roucas, que rematava: "somos os maiores".

Colegas da mesma faculdade, onde predominavam as mulheres, não queriam ficar atrás, e mais melodiosamente libertavam ondas poéticas com: "sexo ardente é com ambiente!", enquanto outros cantavam: "sexo fantástico é só na Matemática".

Ao jeito popular, as meninas do curso de Serviço Social da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação, numa brejeirice contida cantavam: "E 'rapótaxo', e 'rapótaxo', laranjas em cima, tomates em baixo".

E assim lá ia o cortejo.

Para que as gargantas se mantivessem pujantes, os "doutores" ajudavam a matar a secura dos "caloiros" com uns tragos de vinho, enquanto as "doutoras" se ocupavam da alimentação, sacando do nabo seguro entre as pastas académicas para eles poderem roer.

A espaços, no cortejo, surgia ténue alguma crítica à situação do ensino superior, em frases como: "vamos limpar o orgulho ao Gago" [numa alusão ao ministro do Ensino Superior], ao sistema de Bolonha, ou entrando no coro de críticas aos códigos Penal e de Processo Penal.

Um das críticas mais incisivas foi produzida por um grupo de estudantes de traje académico a empurrar um carro com um caixão em tamanho real.

À frente seguia um elemento trajado a negro, de capuz, e rosto pintado a branco empunhando o dístico: "Aqui jaz o ensino superior", seguindo atrás um outro elemento trajado de frade.

Mas as preocupações ambientais não ficaram excluídas do cortejo, através da promoção da reciclagem, com a transformação das garrafas de cerveja em pequenos resíduos inorgânicos.

Nem o ambiente fashion, cada vez mais no gosto dos portugueses, estava ausente. Uma ou outra clareira do cortejo era aproveitada para algumas estudantes deslisarem como se de uma passerelle de asfalto se tratasse, indiferentes às garrafas, latas e copos amarrotados, que iam encontrando.

A assistir, pais e avós - divertidos, atentos, zangados se alguém lhes cortava as vistas - por ali andavam, alguns empunhando máquinas fotográficas digitais para imortalizar o momento.

Depois de passar pela figura do imponente D. Dinis de pedra, o fundador da Universidade, o cortejo seguiu, acabando por desaguar ao final da tarde na margem do Mondego.

A aparente ordenação que no início ainda se descortinava, foi-se perdendo, com muitos dos figurante a espalharem-se pelas vielas.

A Festa das Latas da Academia de Coimbra é uma tradição que remonta ao século XIX, em que os estudantes aproveitavam para exteriorizar ruidosamente o final do ano lectivo, recorrendo a objectos que fizessem barulho.

Actualmente é assumida como uma festa integradora dos novos estudantes, e uma oportunidade para os amantes da tradição imporem as insígnias correspondentes ao ano que frequentam.

O modelo que a Festa das Latas vem adoptando é quase de uma "Queima das Fitas" fora de época, com um cortejo, uma serenata e um ciclo de concertos musicais.

FF.

Lusa/fim