Carta a José Eduardo Simões

Coimbra, 14 de Fevereiro de 2008

Exmo. Senhor

José Eduardo Simões

Sempre tive a ideia que V.Exa iria tratar deste assunto, actas da direcção, de uma forma leviana.

Percebi desde o princípio que V.Exa estava a tentar ganhar tempo. Para quê só V.Exa. o poderá um dia explicar.

Tenho a certeza, hoje mais do que nunca que V.Exa fez da nossa Instituição o que bem quis e melhor lhe pareceu.

A carta que me dirige e da qual deu conhecimento público é disso demonstração.

Só alguém abaixo dos limiares da “pobreza de espírito”, entrega uma carta pessoal quando enviada com registo e aviso de recepção.

Percebo agora a sua doença crónica. Mania da perseguição e desconfiar da própria sombra deverá ter um nome, mas confesso que desta vez não sei como o ajudar.

Sim, porque ao longo destes anos que lhe fiz oposição cerrada, foi para o ajudar; mas V.Exa continuou, arrogante, a trilhar o mau caminho.

É pena, mas é da vida!

Eu tive oportunidade de me dirigir ao Exmo Senhor Presidente da Assembleia Geral a solicitar informação sobre tudo o que os Estatutos me permitem porque, ao longo de todos estes anos, V.Exa a nada respondia e quando o fazia, era para acusar todos os seus antecessores de vigaristas. Além disso, parece-me , o Presidente da Assembleia Geral é o garante do bom funcionamento da Instituição.

Com o decorrer do tempo percebi que não valia a pena.

Então, de forma legítima, como “manda a lei”, só haveria uma forma de V.Exa corresponder ao meu insistente pedido.

Mas nem assim.

Hoje, terça-feira dirigi-me para consultar todas as actas desde a tomada de posse da Comissão Administrativa até esta data e, curioso, só lá estava e me foi mostrada mesmo essa. Nem mais uma; só mesmo o auto de posse da Comissão Administrativa.

Tive pena. Pena de si e da nossa Instituição, porque esta não merece tal “agente” a “cuidar-lhe das necessidades”!

O senhor diz no 7º. Parágrafo da carta que me enviou, que, “ As actas estarão disponíveis para consulta, no Gabinete do Secretário-Geral da AAC-OAF, Sr. Vítor Serôdio, entre as 9H00 e 10H30 de terça e quintas-feiras de cada semana”.

Refere-se no plural.

Percebo que tenha medo e ande nervoso. Aliás, ao longo de todo este processo sempre se mostrou muito tenso, o que demonstra uma enorme insegurança.

Será que tem medo que eu vá direito a alguma acta em especial? Ou a várias?

Acalme-se, não se excite que não é caso para tanto.

Irei passo a passo ler todas as actas. Como calculará, não me deterei naquelas que apenas versam temas de “mercearia” tais como “quem fica com os convites do futebol para distribuir”.

Mas também é minha convicção que está com medo.

Só o facto de me dar 3 horas por semana para ler as actas é a demonstração inequívoca que deseja que eu não tenha tempo para as ler todas. Ou que o faça de tal forma apressado que não me detenha no que é importante. Dou-lhe um desgosto; é exactamente aí que me deterei! No que é importante se tal encontrar!

Ora, se na próxima terça feira não estiverem todos, digo, todos os livros de actas disponíveis para consulta, nesse mesmo dia entrará um documento em tribunal, o qual está pronto desde terça feira, como calculará.

Para além disso, exijo consultar as actas em todos os dias da semana, de segunda a sexta-feira, no horário normal de expediente da Académica.oaf.

Não vale a pena incomodar-se; na gíria lhe digo, “não vou à finta”!

Cumprimentos

Luís de Santarino Fernandes

(Sócio nº 00290)