In Diário de Coimbra: Conselho de Veteranos abre período para se debater e sugerir mudanças

O Conselho de Veteranos admite que há correcções a fazer ao novo modelo de Queima das Fitas e vai abrir, no seio da Academia, um novo período de debate que, ao contrário do que aconteceu o ano passado, espera bastante participado. «Criticar sem apresentar alternativas é fácil», assumiu, ontem em entrevista ao Diário de Coimbra FM, João Luís Jesus, Dux Veteranorum da Academia de Coimbra

Terminada que está a semana de festejos da Queima das Fitas (se bem que o programa praxístico só termine dia 25 de Maio com a bênção das pastas), o Senado Praxis reuniu-se na quarta-feira à noite para analisar os efeitos provocados pelas mudanças efectuadas e que resultaram em muitas críticas antes, durante e depois da semana de Queima. A principal decisão tomada por aquela estrutura permanente do Conselho de Veteranos, explicou João Luís Jesus, foi a de «pedir à Academia que participe com opiniões e com ideias ou sugestões». Já o ano passado isso foi feito, mas a participação, disse o Dux ao DC FM, foi nula. Agora, depois das várias críticas tornadas públicas, espera que apareçam críticas, mas também sugestões concretas. «Se abdicam agora depois também devem abdicar de protestar», referiu o responsável máximo pela praxe da academia conimbricense.
À partida, embora ainda sem especificar, João Luís Jesus admitiu que há ajustes a efectuar. «De uma forma geral a queima está demasiado comprida, o pessoal fica cansado e bastava estar na última noite para ver que as entradas dos bilhetes gerais eram menos». O dia da serenata (passou da noite de quinta para a de sexta-feira) poderá ser uma das alterações a cogitar, já que estariam pessoas a mais para o Largo da Sé Velha. Quanto à Récita dos Fitados (que se realizava no fim-de-semana que antecedia a Queima e passou para a segunda-feira seguinte ao Cortejo), o Dux é da opinião que o facto de não ter havido inscrições nada tem a ver com esta alteração. «O Cortejo é por excelência o local onde a sátira dever ter o expoente máximo e se formos a ver as bocas dos carros, que é só pegar num cartaz e escrever, quase desapareceram. Mas difícil é organizarem-se e criarem “sketches” humorísticos para apresentarem em palco», explica João Luís Jesus, reconhecendo que neste caso concreto é preciso «mudar o dia e o aspecto da récita para recuperar o espírito crítico que ainda existe mas que está adormecido».
Já sobre o dia do Cortejo (que passou da terça-feira para o domingo), o Dux entende que a mudança foi positiva: «tivemos um dos melhores cortejos de sempre, correu muito bem para os estudantes grelados e simultaneamente tivemos algo que se tinha vindo a perder que era a participação das famílias. Estava muita gente a assistir, pessoas que estavam ligadas aos estudantes e normalmente não iriam».
Em suma, o Dux entende que «há coisas que precisam de ser apuradas» e agora vai ser dada oportunidade de participação, como aconteceu há um ano, a todos os estudantes em geral e em concreto aos núcleos, secções e a outras estruturas da Academia. «Esse feed back vai ser tido em conta, desde que exista», afirma João Luís Jesus, acrescentando que «a haver alterações, só depois do início do próximo ano lectivo». «Não se pode, de cabeça quente, alterar por alterar e não se pode alterar todos os anos. É preciso pelo menos meio ano, pensar bem nos prós e nos contras de cada uma das alterações sugeridas», afirma o Dux. Porém, sobre a Queima que agora termina, diz ter sido «um sucesso»: «Correu muito bem, a academia aderiu com alegria a todos os eventos, e, de facto poderá haver coisas que têm de ser reajustadas para uma maior participação».