A VERDADE

A verdade, dizem os grandes autores, é geralmente algo de muito cruel. Também, grandes pensadores, dizem que as massas seguem sempre e com muita facilidade a mediocridade.
Pois bem. A verdade é que vamos ter uma Assembleia-Geral no próximo dia 26 para aprovação do Orçamento para o exercício económico 2008/09. A verdade é que este exercício económico teve o seu inicio em 1 de Julho último, pelo que, em bom rigor, a Direcção viu-se forçada a gerir a Instituição em regime de duodécimos (Julho, Agosto, Setembro). E se a isto me refiro – duodécimos – algo impensável de aplicação em empresas privadas, é, tão-só, para realçar o que é efectivamente grave e exemplo do mais clarividente falta de profissionalismo; grave porque não se cumprem os ditames legais e grave pela falta de respeito que se tem pelos sócios.
Prosseguindo. A verdade é que o Sr. Vice-Presidente responsável pela área económico-financeira, veio, publicamente, anunciar que o Orçamento para o próximo exercício económico 2008/2009, é inferior em 20% ao do exercício findo em 30.06.2008. A verdade nua e crua é que veio dizer, por outras palavras, que a Instituição perdeu fontes de receitas o que, se assim for, o Orçamento que nos vai ser apresentado se aproxima PERIGOSAMENTE dos valores do Orçamento 2002/2003 que deu naquilo que deu. Todavia, com a agravante de que o passivo à época era «neto daquele que é hoje» (leia-se pequenino).
Continuando. A verdade é que a Direcção vem pedir, agora, (nada a obriga a isso, mas responsabilizar os sócios sempre é melhor que fazer autocrítica) que aprovem uma proposta para recuperar os sócios que o deixaram de ser. A verdade é que a Direcção nunca pediu aos sócios – como exigem os Estatutos – que aprovassem o contrato com a TBZ. A mentira é que se passou a convicção que a TBZ “financiava” a Académica com verbas avultadas, ora eram de 4,5, depois 3,5, depois, conforme os ventos, de x Milhões de Euros. A verdade é que nos Orçamentos nada disso consta: quando muito TBZ e BINGO PLUS pagam no seu conjunto cerca de 1, 2 Milhões de Euros ano (100.000 / Mês o que é bem diferente dos 40.000 contos/mês (200.000 Euros) tão propalados.
A verdade é que os sócios deixaram de ter direito a assistir a UM ÚNICO jogo, apesar de terem as quotas em dia, “gratuitamente”. A VERDADE é que deixaram de sentir a Académica como sua e por direito.
A verdade é que desde sempre critiquei a Direcção por se colocar à mercê de entidades exteriores, concessão do Bingo, concessão do Estádio nos actuais moldes e não naqueles que foram apresentados ao Conselho Académico, entrega de «mão-beijada» ao senhorio de centenas de metros quadrados de espaço para uso comercial/empresarial (Bingo antigo e Buraco Negro). Não me surpreende, pois, que a Direcção fique à beira de convulsões febris quando se entregou, voluntariamente, aos estados de saúde dessas entidades externas: eles espirram e a Académica entra nos cuidados intensivos.
Por tudo isto, caros leitores dos Pardalitos, digam, mais uma vez, que escrevo redondo, que não me percebem, que não sei dizer nada….A verdade é que tudo isto o disse em linguagem diplomática por respeito a todos os intervenientes. Só não percebeu quem não quis perceber….

Lucílio Carvalheiro