Queremos dar o salto em frente ?

A época terminou, com a Associação Académica num prestigiante 7º posto da tabela classificativa. Há que dar mérito a quem construiu a equipa, desde o Presidente da instituição, passando por Luís Agostinho e Jorge Alexandre e acabando no técnico Domingos Paciência. Os jogadores estão também de parabéns.

Reconheço que após 7 épocas na 1ª liga o trabalho começa a dar os seus frutos.

Após os primeiros anos em que sem qualquer critério, oriundos da Terra de Vera Cruz, chegavam contentores apinhados de jogadores, a direcção soube inverter o seu rumo. A aposta em jogadores nacionais tem dado os seus proveitos, culminando numa época, com jogos em que a maioria dos jogadores poderiam (alguns deveriam) envergar a camisola das quinas.

O salto qualitativo foi enorme, e a continuidade do treinador como factor de estabilidade, também ajudou e muito.

A Académica parece ter finalmente dado o salto que a estabilizou entre os melhores clubes nacionais. O mais difícil parece estar feito. Mérito pois de quem o protagonizou.

Estará então tudo bem? Penso que não.

O não ter conseguido segurar Domingos, foi quanto a mim um erro. Não houve mérito nem argumentos que o convencessem a ficar. A rábula com a escolha do próximo treinador tem sido trágico-cómica.

Também a falta de habilidade negocial desta direcção tem fragilizado o plantel. Todos os anos perdemos a ”espinha dorsal da equipa”. Este ano perdemos, ou vamos perder: Peskovic, Luíz Nunes, Pavlovic, Piloto, Lito e Garcês ( como vai a queixa na FIFA?). Inabilidade negocial, até porque não vamos receber ( tirando o Luíz Nunes) nenhuma contrapartida financeira. É mau demais para ser verdade. É bom recordar que Nuno Piloto foi por nós formado. Recordo que José Castro chegou esta semana à selecção e a Académica não ganhou nada com isso. Não temos sabido aprender com os erros graves que temos cometido.

Há pois aqui que melhorar e muito. Só assim poderemos dar o salto que todos nós queremos. Só assim a Académica pode chegar ao lugar que a sua grandeza exige.