Coronel Faustino e Bentes recordados em Coimbra

Realizou-se esta noite, na Academia Dolce Vita, a segunda edição das tertúlias «Conversando Sobre…», uma organização da Direção da Académica, com apresentação e moderação do vice-presidente Gonçalo dos Reis Torgal.
Na sessão desta quinta-feira, os homenageados foram Coronel Faustino e Bentes, duas antigas glórias da Briosa, e que estiveram representados na cerimónia pelos seus filhos, Rui Duarte e António Bentes, respetivamente.
A sala de Imprensa da casa-forte dos estudantes foi pequena para albergar todos os adeptos que fizeram questão de marcar presença num evento onde, acima de tudo, tiveram a oportunidade de ouvir histórias do passado, até porque foi também homenageada toda a equipa de 1951 que, recorde-se, disputou a final da Taça de Portugal dessa época, perdida para o Benfica.
Mário Torres (antigo jogador do clube), Barreto Azeredo (jogador mais antigo da Académica ainda vivo), Flávio (um dos capitães do atual plantel) e Rui Silva (treinador dos juniores), foram os convidados de honra.
Coração académico de António Bentes
O nome de Bentes ficará para sempre gravado na memória de todos os academistas. Avançado mortífero, capaz de desfeitear qualquer guarda-redes, ficou conhecido como «rato-atómico», tamanha era a sua velocidade. Ainda hoje é o melhor marcador da história do clube. Bentes ficou também célebre por uma frase que proferiu, numa altura em que era pretendido por vários clubes. Na altura disse: «O meu clube é a Académica, a seguir sou das reservas da Académica, e depois sou dos juniores da Académica». Hoje foi o seu filho, António Bentes, que o representou na homenagem. Compreensivelmente, estava orgulhoso:
- Esta é uma homenagem que me enche de orgulho. É bom saber que as pessoas não se esquecem do meu pai. Por causa dele, toda a nossa família tem um coração académico. Ele foi, é e será, eternamente, um motivo de orgulho para toda a nossa família. Era um exemplo para todos nós, sem sombra de dúvida!
Cândido de Oliveira recordado
Coronel Faustino foi outro dos homenageados da noite. Figura singular da história da Briosa, é também uma referência para o seu filho, Rui Duarte que, esta noite, no final da tertúlia, confidenciou que o grande responsável pela vinda do seu pai para Coimbra foi Cândido de Oliveira, fundador de A BOLA:
- O meu pai queria continuar a estudar mas não tinha dinheiro para isso. Os meus avós viviam em Santarém e, como tal, o meu pai seguiu para Lisboa, para tentar a sua sorte no Sporting, com o objetivo de conseguir ganhar uns tostões… Nessa altura, foi o grande Mestre Cândido de Oliveira que o fez mudar de ideias! Disse-lhe que se queria estudar e jogar futebol, que viesse para Coimbra e para a Académica. Ele acatou essa sugestão e veio mesmo para a Briosa.
Um clube único que além de formar jogadores de futebol, formava também homens na verdadeira aceção da palavra, mediante um conjunto de princípios e valores altamente elogiáveis. Os jogadores dessa época são imortais! Esta homenagem é um motivo de orgulho muito grande para a família.
De referir ainda que na tertúlia marcaram presença vários nomes que fazem parte dos atuais órgãos sociais do clube, casos de Manuel Arnaut e Guedes Costa, vice-presidentes, António Preto, presidente do Conselho Fiscal, e Maria José Vicente, da Mesa da Assembleia Geral, e ainda Augusto Roxo, médico da Briosa
in aBola
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