Para quando os campos sintéticos do bolão?

Caros(as) academistas.
Resolvi aceder a este espaço inter comunicativo por duas razões: 1 – se palavras como “informação” e “digital” se impõem na caracterização da actualidade, não menos importante se assume a de “comunicação” sobressaindo a imagem e o ideal de um “homo communicans” cada vez mais dependente e afirmando-se na e pela comunicação; 2 - a Internet possibilita uma acessibilidade universal da informação em termos de rapidez, eficiência, bem-estar e personalização.
Objectivamente, e como consequência disto, possibilita-me partilhar com a família academista, de forma cómoda e à escala global ideias e sugestões da “vida” da nossa Briosa.
Longe de mim, aproveitar o blog “pardalitos do choupal” para comentar os resultados e os aspectos técnico tácticos da equipa de futebol sénior, até porque, nutre um respeito imenso pelos seus profissionais.
Mas se me permitem gostava de abordar um tema que, todos apontam como o futuro do futebol Português, mas ninguém tem a coragem de apostar verdadeiramente. Falo da Formação de jovens atletas da modalidade Futebol. Quando se fala de formar no futebol, fala-se de pelo menos cinco anos de espera sem resultados quantitativos. Ora isto, na sociedade do consumo imediato é muito tempo de espera, deixando as pessoas impacientes e ansiosas. Logo, a via mais fácil é comprar já “feito”, dá resultados a curto prazo e dá notoriedade e prestígio para quem compra e gere. Mas, a consequência a médio e longo prazo dá resultados deveras nefastos, vejamos os casos do Farense, Salgueiros, Ovarense, Estoril, Marco, e talvez o Setúbal.
Portanto, preocupa-me a politica desportiva da formação da nossa Briosa. Sabendo que, é situação sine qua non para qualquer projecto desportivo as infra estruturas (se quiserem a “oficina de trabalho”), pergunto para quando estão prontos os campos sintéticos da Academia Briosa XXI (outrora Complexo Desportivo Dr. Francisco Soares).
Segundo sei (digam-me se estão errado), o ultimo prazo para a obra estar concluída foi (digo foi) em Dezembro de 2005. Porém, a conclusão deste espaço físico já devia ter acontecido há uns tempos a esta parte (falava-se que as camadas jovens começavam as suas actividades no inicio da época 2005/06).
A importância desta infra-estrutura já não se põe ao nível do desempenho desportivo, mas sim ao nível pedagógico, se não vejamos: a equipa de futebol juvenil (jovens com 15 e 16 anos) faz sensivelmente 60 km para treinar (campo do Paço 5 vezes por semana mais jogo quinzenalmente), os jovens chegam a casa para jantar por volta das 22:30/23:00 horas, ficam sem tempo para estudar, os que estudam deitam-se de madrugada, muitos não conseguem conviver com os pais (não há espaço para a família), uma logística pesada para os responsáveis do departamento futebol juvenil e por ultimo o desgaste emocional de quem joga em casa parecendo que está a jogar fora; ou o caso dos Juniores, se é verdade que as condições de trabalho são óptimas (complexo do Luso), já não se pode dizer o mesmo em relação aos horários dos treinos e à distância percorrida para realizar um treino. E a problemática do caso anterior aplica-se aos jovens de 17 e 18 anos.
São casos que contribuem como factores decisivos para o insucesso escolar (3º ciclo e secundário), perturbam o ambiente familiar e colocam em causa o bem-estar dos jovens.
Estas más práticas podem ser debeladas com o aparecimento dos campos sintéticos da Academia Briosa XXI.
Um clube (agora sim, mais parece um clube!!!) com os pergaminhos AAC/OAF, e depois de perder o velhinho Santa Cruz, tem de pensar que a montante da sua acção é prioridade, um espaço físico em Coimbra adequado para o futebol de formação.
Voltarei oportunamente para falar da importância dos “campos do Bolão” para a “mística” dessa instituição que dá pelo nome Associação Académica de Coimbra.
Até lá, um Bem-haja.
ZN