Académica: Não renegar o passado, construir o futuro!

Nota:Como os jogos são efémeros, decidimos voltar à discussão do excelente post do AFerrão.
Mário José de Castro





Caros Companheiros,

Discutir a Académica, é um dos actos mais nobres e lúdicos que tenho e faço na vida.
Passada alguma fase de "turbulência" no blogue (tal como nos aviões, também há "poços de ar", e quem necessite de oxigénio para respirar)a qualidade deste, tem vindo claramente a aumentar.

E isso era claramente previsivel. Quem de boa fé, analisar os "textos" de suporte deste espaço, rapidamente chegará à conclusão, que são racionais, bem estruturados, com conteúdo e "abrem" sempre espaço para discussão viva, e obviamente para o contraditório ( espero bem, que ele nunca falta, caso contrário, vamos a caminho da falência).

Acho que já não faz sentido andarmos aqui a gastar energias com questões menores, como o estatuto de anónimos, actos de censura puramente gratuitos (alguns, na minha opinião, etc).

Este blogue, está a tornar-se um "rapagão", bem nutrido, rosadinho e com saudável independência.
Eu não estou nada preocupado com os detractores "profissionais" que por aqui "militam" com regular persistência, reconheça-se.
Vão, ficar naturalmente pelo caminho, ou o que é mais "natural" a falar sozinhos ( pena é que haja na Direcção deste blogue, quem AINDA os vá alimentando generosamente).

O Texto do A.Romão em resposta ao desafio do anónimo, é claramente um excelente contributo para discutirmos aquilo que queremos para o futuro da Briosa.

Entramos definitivamente na era da biotecnologia, da engenharia genética, na ciência (e decisões) partilhadas.

Não há volta a dar-lhe, felizmente. Se fizesse aqui uma pequena "catarse" do que é a Académica de hoje ( ou tecnicamente uma analise SWOT - pontos fortes, fraquezas, oportunidades, etc) o "ambiente" era favorável.
A saber:

1- Temos o maior orçamento da "história" da Académica (atenção que a tradução prática disto, não é infelizmente, sinal de saúde financeira).
2- Temos "infraestruturas" satisfatórias (um bom Estádio com todas as comodidades, e apoio no Bolão para a equipa profissional).
3-Temos o "merchandinsing" entregue a uma Empresa profissional.
4- Um organograma directivo, aparentemente funcional (ainda que centralizado no seu Presidente)e sigiloso.

Sem pretender ser redutor (vamos ter muito tempo e espaço para discutir a nossa Instituição)vou listar, aqueles que são para mim os pilares fundamentais para o nosso crescimento suscentabilidade (e já agora, autonomia).

a)- Um conjunto de infraestruturas, que passem por dar total autonomia ao nosso futebol, e que o concentrem no mesmo espaço. Campos relvados funcionais e disponiveis, para todas as camadas etárias da Académica.
b)- Uma "rede" nacional de "prospectores" (duvido sempre dos olheiros.São normalmente do tipo "nacional porreirismo") credível e competente, que seleccione com coerência novos valores para a nossa Instituição.
c)- A subida ao plantel sénior de 1 a 2 juniores por época.
c)- Uma "cadeia hierarquica" de treinadores, que comunguem da mesma "cultura" e valores, e que possam (e devam) harmonizar meios e métodos de trabalho (quem não tem cão, caça com gato! As academias ainda não cabem na nossa Instituição).
d)- Um Departamento de Futebol ALTAMENTE profissionalizado e com as "job descriptions" de cada um, perfeitamente definidas.
e)- Um plantel profissional, equilibrado, com garantidas mais valias ( no marketing operacional, cerca de 40% de uma "força de vendas" organizada, faz 70% do negócio). Estou a falar de 8 a 10
elementos.
d)- Tornar o "emblema" Académica um só. Não faz sentido falar de OAF e Padre Vieira. Mas com modesta sinceridade pergunto:
Quantos das dezenas de milhares de estudantes universitários a estudar em Coimbra, sabem o que é o OAF e as razões porque foi criado?

Para reflexão e discussão:

a)-Porquê uma Instituição como a Académica, ainda hoje o 4º clube em popularidade nacional ter sómente cerca de 12mil sócios pagantes?
b)- Como se vende o "produto" Académica/futebol, às dezenas de milhares de estudantes que ciclicamente (6 anos em média), "rodam" por Coimbra?
c)- Como recuperar a capa e batina (será que ainda faz sentido falar nisso?) para "dentro" da nossa Instituição?
d)- Como vender este "produto" futebol (tão inquinado e de tão baixa qualidade) a quem tem do seu parco e limitado "orçamento" que gerir outras prioridades, mais aliciantes e lúdicas?

Arrasto comigo "eternamente" o Santa Cruz, os memoraveis jogos de basquetebol, o Belmiro, o Sr. Freixo, o "calhabé" a abarrotar, os planteis da decada de 60, as finais das taças de Portugal, eu sei lá!
Temos um patrimonio "imortal" e intransmissivel. É nosso. A nossa memória colectiva preservá-lo-á .

Mas caros companheiros, os tempos são outros. Eu percebo a "frustração" de vermos partir, por exemplo o Zé Castro ( e como diz e bem o A.Romão, o melhor "produto" que a Académica fabricou nos ultimos 30 anos) e outros que de certeza irão a seguir.

Mas deixo à vossa bondade, uma última questão ( e peço-vos que não se dispersem em discutir questões acessórias):

Quando teremos estrutura (atenção ao singular) e condições para segurar "por mais tempo", jogadores como o referido Zé Castro?

Viva a Briosa