Para o anónimo não vai nada,nada, nada?Tudo!

Num comentário ao meu post de ontem,dia 13, o simpático anónimo das 7H35 pm,espicaçou-me mais ou menos nesta base:

que me resguardava em saudosismos pouco consentâneos com a realidade e pedia-me que fosse mais incisivo e que apontasse duas medidas de fundo que permitissem o engradecimento da Briosa do ponto de vista desportivo mantendo uma situação financeira estável.

Desafio aceite, pese embora reconhecer o quão dificil é,em espaço com estas caracteristicas,explanar o meu entendimento.Vejamos então meu caro anónimo algumas linhas que reputo como essenciais mas que provávelmente não serão novidade para ninguém.

No que ao saudosismo concerne, e se eu fosse profissional de futebol teria sempre presente o seguinte :no dia em que pense viver do passado "morro" .E assim é,efectivamente.

Todavia eu sou um viciado da bancada e adoro o futebol.E tenho(felizmente tenho) termos de comparação absolutamente fantásticos que são variadissimas partidas da Briosa absolutamente extraordinárias que,décadas passadas,perduram na minha memória.Que hei-de fazer?Compreenda,amigo anónimo,que as traga à colacção particularmente quando,dando como exemplo esta época,apenas por duas vezes pudemos ter algum prazer com o futebol praticado pela nossa Académica:na lagartada e no pinhal.Sabe,anónimo,o que é hoje a excepção era anteriormente a regra.E é esta depauperação "artistica",chamemos-lhe assim,que me preocupa sobremaneira.

Repare,anómimo,neste consulado do Prof. Nelo Vingada( que o ano passado fez um trabalho absolutamente notável na denominada "cata ao ponto") e os comentários que ele próprio efectua quanto ao comportamento ( débil) da equipa:

no primeiro terço da competição - o discurso respeitava a uma equipa em formação,que demora tempo a construir e a criar automatismos mas que vamos seguramente melhorar porque a qualidade está lá!

no segundo terço do campeonato - a justificação tem outras nuances; apesar de melhorarmos de jogo para jogo temos quebras preocupantes que nos impedem de atingir os patamares desejados.A pressão dos pontos condiciona o rendimento da equipa mas com trabalho atingiremos os nossos objectivos ( quais? pergunto eu.Os idealizados na pré-época ou os condicionados pelos resultados obtidos?)

no terceiro terço da compita - os argumentos passam a ter contornos absolutamente realistas: vamos ter de previligiar a conquista de pontos em deterimento das exibições já que estamos muitos metidos no mesmo barco.A luta vai ser titânica até ao fim mas se os jogadores assimilarem o que se pretende vamos conseguir...

Recorda-se,caro anónimo, das prespectivas que nos criaram?Pois bem,eu claramente sim!

Exclua agora, por favor, os 3 abutres do costume e provávelmente concluirá como eu:Temos o maior orçamento da 1ª Liga : 8 milhões de Euros !!!!! Portanto, massa há e não é pouca.À custa de quê e/ou de quem não me pergunte que não sei.Mas lá que gostava de saber lá isso gostava.

O diagnóstico do ponto de vista desportivo há muito que está feito e passa pela intervenção em algumas áreas fundamentais em que, creio, o acordo será quase unânime:

- a conclusão dos campos do bolão deveriam merecer prioridade absoluta pelos motivos óbvios que me dispenso de elencar;

- a prospecção deveria ser entregue a quem perceba da poda, com criação de rede a nível nacional, previlegiando o atleta que tivesse algum êxito do ponto de vista escolar ( afinal,nas categorias de Juniores A,B e C quase todos são estudantes );

- priveligiar o relacionamento quer com a casa Mãe quer com a Universidade e potenciar o que a lei permite no que respeita à melhoria das condições que permitam o atleta estudante frequentar a Escola com mais assiduidade;

- as contratações deveriam ter em linha de conta a excelência de 6 ou 7 praticantes ,de nível claramente acima da média, que possibilitassem o crescimento harmonioso e sustentado na 1ª Liga dos jovens que viessem da nossa formação;

- a recuperação ou implementação,como queira, da Equipa B ;

O problema, a meu ver, é que não vamos lá com quem previligia a feira das vaidades.Carece é de profissionais sérios e competentes que se por um lado devam conhecer o nosso historial percebam claramente as margens de progressão dos nossos jovens talentos.

Para que casos como o do Zé Castro ( seguramente o melhor atrleta "fabricado" pela Académica nos últimos 35 anos ) não aconteçam nunca mais.

Para que não surjam as situações absolutamente incriveis que têm vindo a ocorrer com as nossa camadas jovens que, apesar de tudo, têm tido um comportamento notabilissimo.Já agora, a propósito, sabe o anónimo o que vai acontecer aos nossos mais talentosos atletas júniores?Que destino está reservado aos que atingirem a idade sénior?

O tempo do "porreirismo" académico não tem hoje razão de existir.E os responsáveis terão de responder pelos seus actos.

A seu tempo,evidentemente.

É que, da minha óptica, nunca tão poucos gastaram tanto com tantos.Percebe-me?

Finalmente, anónimo,eu tenho nome e rosto.Estarei sempre disponivel para conversar,discutir,sugerir,apoiar mas também criticar quando achar que o devo fazer.

Á sua disposição se e quando quiser.

P.S. A propósito de situação financeira estável: o anónimo parte do pressuposto que ela é uma realidade, não é verdade?Mas será mesmo? Está em condições de a confirmar? Oxalá estivesse!

ACADÉMICA,ACADÉMICA,ACADÉMICA,VAMOS AO GOLO MALTA