"Pardalitos do Choupal"

Associação Académica de Coimbra

Vitor Santos,jornalista d' A Bola já falecido,foi o primeiro a chamar a Académica "Pardalitos do Choupal", em crónica ao jogo da vitória sobre o Benfica por 3 a 1 na época de 1961/1962

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Contactos

-Pardalitosdochoupal@gmail.com-

 

Informações

Estádio Cidade de Coimbra

Estádio Cidade de Coimbra
Inauguração: 29-10-2003
Lotação: 30000


Ano da fundação: 03-11-1887
Rua Infanta D. Maria, 23 - 3030-330
Nº de sócios: 10336 (em 9/7/2007)
Internet: www.academica.oaf.pt

 

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quinta-feira, 11 de maio de 2006

O CÓDIGO ONBRETA

Depois do caso Fermat: Tn + Bn = Zn cuja equação terá a solução no pressuposto cálculo diferencial ou no cálculo das probabilidades, cálculos misteriosos que não nos dizem quem são T, B e Z e os enes? Quem são os enes? Um quebra-cabeças para a velha mãe que aparentemente dorme, ressonando – a Académica. Mesmo dormindo e ressonando, a velha Académica sabe que se ene for inteiro positivo superior a dois, a equação não pode ser satisfeita por valores inteiros e diferentes de zero para as incógnitas T, B, Z.
Certo é que ocupados, como andamos, a esmoer a ingestão de lebres, de faisões, de perdizes, de capões, exibimos relativamente aos malditos documentos contabilísticos, zelosamente distribuídos por envelopes, aquele desinteresse raivoso que nos leva a perder a vontade de nos consumirmos com a matemática das entradas e saídas dos activos que compram tais iguarias. Que bela é a vida La Dolce Vita.
Dolce Vita relembra-me a minha estadia em Itália. Ligorno. Onbreta. O Padre que obedece ao Vigário, que obedece ao Monsenhor, que obedece ao Bispo, que obedece ao Cardeal, que obedece à Cúria, ao Papa. Não sei se um dia lá regressar não acabarei por ser expulso ou lapidado, como convém a quem não está em condições de compreender ou fingir não compreender que só é permitido discutir ordens já dadas, opções já feitas, na Causa Nostra.
Mas estou em Portugal e aqui existe qualquer coisa que o escuro, a falta de espaço, a monotonia, ainda não eliminou: a força da palavra que poderá agitar as águas do lago que se mantêm quieto, a que pode fender os diques do conformismo que refreia, a que pode perturbar o poder que oprime. Numa recusa ao hábito. O hábito! O hábito é a mais infame das doenças porque nos faz aceitar qualquer infelicidade, qualquer dor, qualquer morte. Por hábito vivemos com pessoas de quem não gostamos, aprendemos a andar acorrentados, a suportar injustiças, a sofrer, a resignarmo-nos a tudo.
Pois é. Longo é o silencio que gela o som de uma frase muito temida ou muito ansiada. Estar sozinho. Sozinho! A tradução sumária que decorre de uma involuntária pena. Mas estar sozinho também pode se uma despreocupante bagatela e porventura até um secreto e cruel prazer: «Continuam. Querem continuar. Dá-me uma caneta depressa. Quero registar quantos são e quem são.»
Estar sozinho permite descortinar melhor o que se passa no aterro: um escaravelho seguido por cento e trinta e seis formigas. Decido aproximar-me mais com o cuidado de não as pisar. Aliás merecem-no: trata-se de formigas muito educadas e é agradável observá-las. Contei-as, são cento e trinta e seis a seguir o escaravelho. «Oh, Cristo!» exclamei, atirando-me para o outro lado, evitando esmagar aquela que seria a centésima trigésima sétima formiga que arrasta, penosamente, uma folha da Árvore Académica. Decidiu não fazer parte do cortejo das cento e trinta e seis formigas. Uma árvore é melhor que um cortejo de formigas e mesmo um escaravelho. Inclino-me para ele e suplico-lhe: corre, formiga, corre, faz um esforço. Parou, olhou-me e disse: não chores por mim, sabes que morro, não podes ajudar-me, mas olha a Árvore Académica, aquela que murcha, digo-te: REGA-A.
Intrigado, mais uma vez recordei Itália pensando com os meus botões: chi va piano, va sano – chi lo sa? Ah, se il mare fosse vini e le montagne cacio pecorino! Capito. Onbreta, Dolce Vita amore mio.
Depois…. Dei por mim a balbuciar:
Não te percebo Académica
Diz-me de novo
Pedes-me que te agradeça
Ou que te perdoe?