Académica vista pelo Diário de Coimbra

Prestações preocupantes
Foram mais duas prestações frustrantes que a Briosa protagonizou ontem durante o Torneio de Alcobaça, que contou ainda com a participação do Ginásio local e do Olivais e Moscavide.
Num evento composto por três desafios de 45 minutos cada, a formação da cidade do Mondego somou outros tantos empates e não marcou qualquer golo, confirmando-se a ideia de que é gritante a falta de capacidade ofensiva que o conjunto de Manuel Machado apresenta nesta altura.
É um facto que os argumentos apresentados pelo técnico no final do jogo têm razão de ser, mas a pouco mais de duas semanas do embate com o V. Setúbal, marcado para 28 deste mês, é caso para grandes preocupações.
Com poucos jogadores a atingir a nota positiva – Pedro Roma, Filipe Teixeira, Hélder Barbosa e Raul Estevez são essas excepções –, destaque ainda para a confirmação do sistema táctico da Académica, versão 2006/2007. Será o 4x4x2, com o meio-campo disposto em losango.

Bastante mediano

Esperava-se bem mais da Académica no confronto com o Ginásio de Alcobaça. Embora Manuel Machado tenha optado por utilizar um “onze” constituído maioritariamente por atletas de segunda linha, a grande diferença de escalões nunca se fez notar no relvado alcobacense.
A Briosa, à semelhança do sucedido em encontros anteriores, voltou a apresentar um futebol de muito pouca qualidade, denotando uma acentuada falta de entrosamento.
É certo que Pedro Roma nunca viu as suas redes verdadeiramente ameaçadas ao longo dos 45 minutos, mas do lado contrário Maranhão também não foi muitas vezes incomodado. Faltou coerência ao ataque estudantil e nas raras ocasiões, Gelson e Gyano não acertaram no alvo.
Numa equipa que realizou uma exibição bastante mediana, alguns fogachos de Hélder Barbosa (que apareceu a extremo direito) foram as únicas notas positivas que o sucessor de Nelo Vingada terá apontado.

Roma salvador

No segundo encontro, em que teve como opositor o Olivais e Moscavide, equipa recém-promovida à Liga de Honra, o “onze” que vestiu de branco esteve mais próximo daquela que será a realidade academista. Mas, apesar das melhorias evidenciadas, a bitola alcançada ainda não chega para convencer e a prova disso mesmo é que os pupilos de Rui Dias foram os melhores durante os 45 minutos.
De resto, o resultado só não foi colorido porque Pedro Roma defendeu tudo o que lhe aparecia pela frente e compensou as falhas dos colegas da frente, com o meio-campo a revelar uma enorme apatia.
Se Celestino (médio emprestado pelo Sporting) foi o melhor em campo, na Briosa, para além do guardião, merecem ser realçados Raul Estevez e Filipe Teixeira.

Ricardo Sousa (textos)