ESCOLHA

Pouca importa saber se a escolha que faço se fundamenta numa exagerada confiança na minha lealdade à Académica, se na desconfiança que eu mereça por todos os seus ilustres e denodados sócios bem estabelecidos no seu seio; se apenas no simples facto de recusar-me a pactuar num plano de orientação da actual Direcção que considero um autentico suicídio; ou, finalmente, no facto de não me ficar alternativa para confiar tão grave e pesada missão a alguém menos «menos insensato e irresponsável» do que eu próprio, como alguns pretendem.

A verdade é que tenho de enfrentar o cómodo silêncio de todos; ver-me praticamente só, obrigado ao cumprimento de uma missão que irá requerer meios e condições de que não disponho… e que ninguém se prontifica a facultar-me, ainda que em reduzida escala. Antes pelo contrário!

Faço quanto posso e muito em relação aos meios de que disponho e às condições em que estou a actuar. Faço aquilo a que a história da Académica, um dia, ou os sócios, amanhã mesmo, poderão julgar…., porque não creio que hoje já possa haver alguém, não implicado na traição aos valores da nossa Académica, que tenha a desfaçatez de atribuir-me, perante mim, responsabilidades remotas da actual situação. Mas, se por trágica ironia do destino, isso vier a acontecer, será bom que alguém tenha pelo menos consciência de que deverá ser sua a escolha que agora faço e me competiria aquela de que hipocritamente se arroga o direito.
Não falo de mim. Não escrevo por vingança pessoal, ou ânsia de auto-elogio. Nem vaidade ou rancor me assistem, já que a tudo a isso fui alheio ao longo da minha vida. Faço apenas quanto posso, porque o devo.
Tenho a consciência de que é um dever inadiável e vital denunciar o oceano de intriga, de mentira, de manobras de bastidor com que esta Direcção denigre a figura da AAC-OAF, pois, a não ser feito, permitiremos prolongar a mistificação.
Esta escolha trata-se, portanto, de uma DECLARAÇÃO-MANIFESTO – embora com prejuízo da uniformidade e fluência da exposição – baseada em citações, transcrições ou incorporações de documentos em que se fundamenta, mas que – ainda que se tratasse apenas de uma compilação – não é possível aqui incluir toda ou a maior parte da documentação pertinente, que se possui…
Decerto. Como nos ensina o mestre: «À comunicação por meio de linguagem pertence não só uma concordância quanto às definições, mas também (por estranho que isto possa soar) uma concordância quanto aos juízos».
Em tais circunstâncias a minha ESCOLHA: a de tudo fazer para encontrar, ou colaborar, com uma equipa capaz de vir a repor a VERDADE ACADÉMICA.

PS. O Dr. João Marques publicou, hoje, um artigo no Diário de Coimbra com o título “ Gestão, Tecnologia e Futebol” li-o, e, ….A minha escolha é, em certa medida, uma opção prática dos ensinamentos que ele, tão bem, me recordou.