Tantos golos falhados

Estádio Cidade de Coimbra com 5.595 espectadores

AAC/OAF: Pedro Roma; Nuno Luís (Gyano aos 46min), Danilo, Káká, Lino; Roberto Brum (Dionattan aos 72min), Paulo Sérgio; Miguel Pedro (Gelson aos 62min), Dame, Filipe Teixeira; Nestor Alvarez.

Maritimo: Marcos; Zé Gomes; Alex, Gregory, Evaldo; Wenio, Olderbam, Neca, Filipe Oliveira; Lipatin, Mbesuma.

Árbitro: Rui Costa auxiliado por Fernando Pereira e José Cardinal.

Assistiu-se hoje no ECC a uma injustiça daquelas em que o futebol é fértil, pois a unica equipa que merecia ganhar o jogo, pelo que jogou, pelo que lutou, foi a AAC/OAF, e no fim acabou por ser o conjunto que saiu derrotado. Infelizmente este resultado fica-se a dever ao numero de ocasiões de golo que os avançados da Briosa desperdiçaram.

O "festival" de lances perdidos começou logo aos 12 minutos quando Nestor, após sensacional passe de Dame apareceu completamente isolado perante Marcos e atirou ao lado, repetindo semelhante feito aos 27 minutos, só que desta vez a passe de Filipe Teixeira.

Como quem não marca sofre, o Maritimo na segunda oportunidade que teve, aos 32 minutos, abriu o marcador por Mbesuma que após erro de Nuno Luís e depois de fintar Danilo, apareceu isolado perante Pedro Roma e para desespero dos adeptos da negra inaugurou o marcador.

Não baixaram os braços os jogadores da AAC/OAF e após passe de Brum, Miguel Pedro aos 36 minutos, trabalhou bem a bola e rematou ao lado (mais uma vez) da baliza do Maritimo. Até ao intervalo a AAC/OAF ainda dispôs de um livre frontal que Lino atirou contra a barreira (minuto 40) e aos 41 minutos após cruzamento de Dame, Nestor atirou à figura de Marcos.

Para a segunda parte Manuel Machado efectuou a substituição que se impunha, tirando de campo Nuno Luís, fazendo entrar Gyano para o seu lugar, passando praticamente a jogar com três defesas, com Paulo Sérgio descaído para a direita, Danilo ao meio e Káká a descair para o lado esquerdo enquanto Lino, como é costume, mais parecia (ou era) um extremo.

Infelizmente o cenário repetia-se e a Briosa continuava a construir oportunidades de golo, que falhava. Aos 47 minutos remate de Dame a ser desviado para canto, aos 49 minutos remate acrobático de Nestor por cima da barra, após boa jogada de Lino. Aos 53 minutos era Marcos que saía da sua área e antecipava-se a Gyano, para aos 57 minutos Dame rematar á baliza ligeiramente por cima. Aos 60 era Gyano que falhava após mais uma boa jogada de Lino, para aos 66 minutos Rui Costa assinalar livre na quina da área, num lance em que deu a sensação que a falta foi cometida dentro da área, pelo que terá ficado uma grande penalidade por assinalar.

O jogo tinha como até aqui só um sentido, com a AAC/OAF a atacar em busca do empate, que nunca chegou. O que chegou foi o segundo golo do Marítimo (aos 75 minutos), novamente obtido por Mbesuma num lance em que Danilo não está isento de culpas tal o espaço que deu ao avançado zambiano.

Mesmo assim, a Académica não baixou os braços e conseguiu reduzir por Gyano (80 minutos) em recarga a um remate de Dame que Marcos não segurou. Até ao fim assistiu-se a uma Académica que procurava o empate e a um Marítimo que abusou do anti jogo com o qual o árbitro pactuou.

O que fica deste jogo é o resultado final, isto é, fica uma enorme injustiça.

Análise individual:

Pedro Roma (3) - Nada podia fazer nos golos, e no resto fez tudo bem.

Nuno Luís (1) - Muito fraco, bem substituído.

Danilo (2) - Não está isento de culpas nos golos do Marítimo.

Káká (3) - Exibição positiva, talvez a melhor até ao momento. Cresce de jogo para jogo, sendo neste momento titular indiscutível.

Lino (3) - Melhor na segunda parte que na primeira. Teve bons pormenores no ataque e efectuou alguns bons cruzamentos.

Brum (2) - Não se impôs na sua zona de acção, tendo uma presença discreta no jogo.

Paulo Sérgio (3) - Começou por falhar muitos passes, aspecto que melhorou. Na segunda parte recuou para a defesa. Esforçado.

Miguel Pedro (2) - Longe do que pode e do que sabe, foi para ele também um dia não.

Filipe Teixeira (3) - Lutou, procurou levar a equipa para a frente, mas não fez a diferença.

Dame (3) - De mais uma bomba sua acabou por surgir o tento da Briosa. Teve momentos em que desapareceu do jogo, mas tal como F. Teixeira também ele nunca virou a cara à luta.

Nestor (2) - Falhou dois golos isolado na primeira parte (que teriam mudado a história do jogo). Mais discreto na segunda a jogar com Gyano ao seu lado.

Gyano (3) - Sem ser brilhante, acabou por marcar o golo da Briosa numa recarga a remate de Dame, o que demonstra concentração no jogo.

Gelson (2) - Não fez esquecer Miguel Pedro.

Dionattan (3) - Alguns bons pormenores no tempo que esteve em jogo, tendo a sua entrada beneficiado a Académica, mas não o suficiente para evitar a derrota.

Manuel Machado (3) - Tudo tentou para ganhar o jogo. Não é ele que marca golos, ou que os falha, daí merecer nota positiva. Desejará reforços para Janeiro em posições que todos conhecem.

Rui Costa (2) - Uma segunda parte digna de um "verdadeiro artista". De que tipo seria hoje o apito, dourado? Se não era, momentos houve em que parecia.