"Pardalitos do Choupal"

Associação Académica de Coimbra

Vitor Santos,jornalista d' A Bola já falecido,foi o primeiro a chamar a Académica "Pardalitos do Choupal", em crónica ao jogo da vitória sobre o Benfica por 3 a 1 na época de 1961/1962

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Contactos

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Informações

Estádio Cidade de Coimbra

Estádio Cidade de Coimbra
Inauguração: 29-10-2003
Lotação: 30000


Ano da fundação: 03-11-1887
Rua Infanta D. Maria, 23 - 3030-330
Nº de sócios: 10336 (em 9/7/2007)
Internet: www.academica.oaf.pt

 

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segunda-feira, 29 de janeiro de 2007

AMANHÃ É OUTRO DIA

Que azar, seis milhões de euros é uma boa maquia, mais do que suficiente para desperdiçar a cobiça a quem quer que fosse. Tinhas de ter cuidado, evitar ruídos, manter as luzes apagadas, andar de chinelos, apagar a televisão, senão os vizinhos poderiam começar a ter suspeitas. Hum, seis milhões de euros. Saberiam eles que valias, só por ti, seis milhões de euros?
Quem te traiu foram membros da tua organização, para receberam a recompensa. A ti, porém, o comissário disse muito mais. «Com que então julgavas que tinhas escravos obedientes e devotos, hem?». Desde sempre que sabia que te tinhas metido numa embrulhada. Não te incomodou antes porque estava à espera que saísses da Praça do Maio Nascente: tinha prometido aos teus priminhos que não te fariam mal lá em casa. Esperou, vigiando todos os teus movimentos.
Cá fora, outro intendente, gritou: «mas que brincadeira é esta em que estamos metidos, ele é capaz de se manter a fazer o que quer, de tal maneira está habituado à sua própria lei». Obrigaram-te a dar a chave do concurso dos seis milhões de euros. Têm a chave. Mas são cavalheiros, pessoas que pertencem a uma organização que mantêm a palavra, e não aldrabões como os teus amigos. Só estão à espera que saias, agora, da casa da Rua Duquesa, onde te refugias.
A menos que… a dúvida persiste, intoxica-te como um veneno, e presa dela agitas-te, deitas-te, levantas-te, ligas a televisão, apaga-la: sufocando de raiva, de impotência, de incerteza. Partir ou não? Claro que partir seria uma atitude da mais rematada loucura, e no entanto não é por ficar ali que tudo se resolverá.
Só sabes dizer: «Eu não estou disposto a ir parar à prisão por causa desta puta!». «É mais simples deixá-la morrer à fome, quanto antes». Sabes, que um erro é uma perda de tempo precioso, ainda te disse, antes da nova investida proferida: «Tenho que reagir, não sou do género dos que se vergam a qualquer poder, a qualquer autoridade. Viva Estaline, Viva Hitler, Viva Mao Tsé- tung, Viva Buch, Viva o Papa, Viva quem calhar. É deles que nascem as ditaduras, é comigo que se reforçam os totalitarismos. Preciso pôr imediatamente as cartas na mesa, recordar que sou eu a iniciar uma nova batalha».
Depois de alguns dias, convocou-nos para, de forma obstinada, nos anunciar: «Ouçam lá. Venho dizer-vos que sou bonito e gostam de mim, que gostam que eu vos foda. Não é novidade nenhuma, toda a gente sabe que os apaixonados da puta, por causa da qual estou em risco de ser preso, são passivos. Mas não me apetece foder-vos mais. Nem sequer sou capaz de arriar-vos as calças para dar uma vista de olhos à vossa peida. Já vos coloquei de joelhos. Já vos comprei. São meus mercenários».
Escutei-te fingindo indiferença mas na realidade medindo cada frase com extrema atenção: com os diabos, se anunciavas providências, isso quereria dizer que não te irias embora. E essa era a única coisa que contava para já. Depois lembrei-me das vitórias de Pirro e da derrota final por detrás da qual se oculta a armadilha da morte sempre evitada.
Na dúvida olhei, com ar interrogativo, para a puta; ela sorriu-me, sempre elegante, lasciva; deu alguns passos em minha direcção, tomou-me pelo braço e discretamente, como sempre, saímos. Despedimo-nos e em uníssono (vá-se lá saber porquê): AMANHÃ É OUTRO DIA.