Tributo à saudade

Há muito tempo, quando eu era um jovem estudante, sempre de capa e batina vestida, quando ainda não havia telemóveis e quando o dinheiro era todo contado. Há muito tempo quando a sede da Académica era nos Arcos. Há muito tempo, quando sócios e estudantes comungavam de ideais comuns. Há tanto tempo…mas na nossa memória.

Os almoços, quando os da cantina eram incomestíveis, eram no bar do OAF ( como a malta lhe chamava).

Foi numa dessas alturas que conheci, o Fernando Gouveia de Brito. O Sr. Fernando para toda a gente, o “borrego” para mim e para o meu primo. Tornámo-nos pois grandes amigos.

Muitas tardes e noites lá passámos ao longo dos anos na Universidade. Foi lá que acabei a noite do meu “rasganço”. Foi lá que acabou também a noite de “rasganço” do Pompeu.

Por lá continuámos ao longo de muitos anos. Todas as sextas era lá que jantávamos, eu, o Pompeu, o Nunes,o Madeira,o Xico Estrela,o Saturnino, o “Morsa”, o FDB,o Faria, o “Ahmed” e o irmão a Carucha e a Né e tantos e tantos que faziam do bar e dos Arcos sua segunda casa.

Quando infelizmente o Bar fechou e o Sr Fernando de lá teve que sair, sentimos que algo morria dentro da gente.

A vida continua, continuou para todos nós e graças a Deus também começa a correr agora de feição para o Sr.Fernando.

Está agora, a explorar o “bar holandês” ali na Rua do Brasil.

Para todos aqueles que têm memória, para todos aqueles, a quem o Fernando tocou com a sua alegria e boa disposição, é pois um sítio a visitar.