CONFIDENCIAL

Sr. Presidente,

Acedendo ao seu pedido, só agora me é possível dar-lhe nota das impressões recolhidas sobre a Assembleia-Geral de 11 último.

1 -A convocação desta AG, como havíamos previsto, anulou, melhor dito, aniquilou a que ia ser proposta pelos 25.
2 -O trabalho da convocatória como AG Ordinária é que foi muito precipitado, daí terem-se multiplicado além do permitido erros, equívocos, incongruências. A pressa que teve de se pôr na elaboração da proposta da AG não permitiu que se pedisse a colaboração técnica do Dr. Almeida Santos (Presidente da Mesa) que, como sabemos, é pessoa muito ocupada.
Por outro lado, à Direcção só interessavam propriamente as duas questões políticas. O resto havia de ser ponderado na AG e com a mestria reconhecida do Dr. Almeida Santos o “mau tempo” haveria de passar. E passou!
3 -Sobre as contas apresentadas por V.Exª. à Assembleia. O discurso demagógico proferido caiu muito bem. O seu relatório de gestão não encontra nenhuma sustentação credível e a contradição com os números do Balanço é gritante. Todavia, como V.Exª conhece, como ninguém, a quem se dirige, foi mais longe e prometeu que, no futuro, teria vontade de apresentar as contas não só semestralmente, como trimestralmente, até mensalmente!!! Cá para nós, fez bem em deixar cair o “slogan” «rigor, transparência, credibilidade.»
Foi, em tudo, estupendo!!! E produziu efeito.
Ninguém se atreveu a perguntar onde param as letras do Benfica (caso Marcel) – 2,6…Milhões de Euros –, assim como o “nosso” jornal as Beiras fez primeira página «Passivo actual 4,5 Milhões de Euros»!!!
Ainda e sobre este capítulo. O Lucílio Carvalheiro telefonou pedindo-me que lhe transmita que está muito grato e reconhecido por ter lhe ter dado razão quanto aos argumentos que aduziu e, sobretudo, por oficialmente, publica e solenemente ter declarado na AG que tem as quotas pagas. Assim, calou definitivamente aqueles que lhe andavam a mandar “bocas”. Reforçou que lhe está muito grato e agradecido.
4 -Não sei o proveito que V.Exª tira de apresentar a chamada Academia XX1 sem a complementar com o estudo económico do financiamento (total) e sobre a sustentabilidade dos custos de financiamento. A sensação de não valer a pena, neste caso, como nos contratos anteriores de parceria com entidades externas, parece-me perigosa, e, mais tarde (período eleitoral) pode-nos ser fatal.
5 -Folgo em constatar que a Direcção tenha, finalmente, encontrado a metodologia para a renumeração dos sócios. Deprimente foram alguns discursos (demais para o meu gosto) que demonstraram quão frágil é o sentimento «ser-se da Académica». O número de sócio!!! Foi perceptível que se quis fazer crer que se é mais ou menos Académico consoante o número X+1, X-1!!! O meu – relativamente baixo – fica disponível para quem disso faça questão, desde que, o que me for atribuído, mais elevado, me permita assistir às AG e tenha direito de voto.
Por outro lado, temos que reter que a nossa bandeira João Moreno já não produz os mesmos efeitos. Atenção, pois, para o futuro.
6 -A mim nada me chocou, porque já de há muito estar nestas coisas com uma filosofia amena: mas o Santarino e o António Ferrão entraram para a Assembleia convictos de que iam influenciar os destinos da Briosa. Felizmente, para nós, foi ainda não terem percebido – alguma vez perceberão? – Que, em discursos demagógicos, V.Exª dá lições de cátedra. Pena foi – V.Exª não se cansou de tentar acalmá-los – que alguns Directores demonstrassem desconforto e muito enervamento. Não percebem nada disto…

Por tudo, terá que se convir que a Direcção acabou por se sair menos-mal; não posso, contudo, afirmar que tenha saído tão-bem como nas anteriores AG.
Sobre este assunto seria bom conversarmos, se assim o entender e quando entender.
Sem embargo. Deverá V.Exª. tomar apontamento sobre dois registos:
A) A presença, nesta AG, de certas figuras que sempre primaram pela ausência continuada. Isto terá que ter algum significado…
B) O nervosismo e desconforto que sobressaiu de alguns Directores. Haverá que os aconselhar a tomar “xanax” ou, então, não irem às Assembleias. Prejudicam-nos mais, indo lá.


Sem mais, creia-me muito atento