ISTO NÃO PODE CONTINUAR ASSIM

O Código Penal da AAC-OAF prevê a pena de morte para os destabilizadores da Académica. Em 2002, o respectivo $295 foi agravado e diz que, em caso de blasfémia contra a Direcção ou o Presidente, a pessoa só é reconhecida através de absolvição ou da pena de morte. As perseguições e as sentenças de morte ameaçam todos os académicos.
Os processos continuam a pronunciar penas de morte. Mais perigosos ainda que a justiça portuguesa para os cidadãos são os sócios fanáticos que andam constantemente à volta dos processos dos seus confrades, para os tentarem lincharem.
É devido a esta perseguição que outros clubes oferecem asilo aos sócios perseguidos da Académica.

É P I L O G O

Até hoje nunca sofri nenhum atentado. Até agora nunca ninguém me arrombou a porta de casa, me espiou o carro, ou me ameaçou concretamente por escrito. Fá-lo-ão efectivamente? Não sei. Nem a polícia, que está a par da minha situação, o pode dizer. Por um lado, não consigo conceber que me matem. Por outro, existe a sharia académica que tem a legitimidade relativamente aos sócios, como se ainda vivesse na idade média.
Desde que me vim embora em 2002, vivo permanentemente em fuga. Ao princípio, consegui esconder-me durante umas semanas. Depois arranjei uma casinha no Diário de Coimbra. Dali continuei para outro sítio mais longe, no Diário as Beiras. Como não podia continuar ali, pois o meu anfitrião ficou com medo de sofrer represálias, voltei para o Diário de Coimbra. Todavia, quando me cruzo casualmente com um conhecido, também deixei de me sentir seguro ali. Resta-me andar de conhecido em conhecido e, hoje, vivo no Campeão das Províncias e na casa de um amigo Pardalitos do Choupal, que funciona simultaneamente como o Avante e como o Novidades.
Levo uma vida de sócio da Académica solitária. Na prática, não tenho contacto com os meus amigos, ao tempo, correligionários, pois não lhes quero dizer ao que vou. No entanto, não conheço ninguém na minha nova situação. E como poderei conhecer? Não vou às compras, não vou ao cinema, e, quando tenho de ir ao médico, só acompanhado de alguém conhecido.
Mas para ser franco, não é isto que quero: não quero esconder a minha fé na Académica, a minha convicção de que isto não pode continuar assim. E não compreendo porque é que isso não é possível.
Vivemos num mundo civilizado, ocidental. Porque é que a Académica não é regida pelas normas legais estatutárias?
Não sei o que terá ainda de me acontecer para poder viver finalmente em sossego Académico. Estou de mãos atadas, não posso fazer nada sozinho. A não ser esperar que um dia os sócios se entendam melhor e declarem: a Académica é NOSSA.
E para já queremos saber, queremos ter a proposta de ORÇAMENTO para a época desportiva 2007/2008.