A LATERE

Treinador da equipa de futebol profissional. É caso difícil e faz-nos neste momento um mau serviço. Há casos em que o trabalho isolado cria mesmo mal-estar; e tem sempre significado político-directivo.
Diz-se à boca cheia que o técnico está “a prazo”. Este período de boataria do género agora decorrente (resultados desportivos) é muito prejudicial: cria um estado de incerteza e de expectativa no «balneário» acerca do treinador em “serviço” e do treinador a vir tomar o “serviço”; provocam especulações, alimentam grandes esperanças que a realidade não confirma.
Em minha modesta opinião, não convém deixa-los prolongar. Se são exactos os boatos, venha a substituição do treinador quanto antes; se não são, informe a Direcção a opinião pública, em conferência de imprensa, para que conste.
Certo é que se torna perceptível que se está a trabalhar muito ao sabor da «preferência da decisão pessoal» sem um esforço de conjunto e, quando acordarem, arriscam-se a ter enormes surpresas: especialmente os sócios afastam-se, cada dia que passa, mais da Direcção, do estádio, do apoio à equipa, carpindo as mágoas de contribuintes sacrificados (quotas, bilhetes de época, contrapartida emocional).
E o estado anímico da equipa de trabalho – balneário - ?
A latere convirá reconhecer que estamos numa altura em que não podemos parecer resignados com uma sorte inevitável, qual seja, ganhar um qualquer próximo jogo: é essa, porém, a aparência dos que “colaboram” imediatamente com a Direcção; sendo considerados vilmente derrotistas aqueles que ousam dizer que uma coisa é criticar a gestão global por parte da Direcção, outro o interesse último (superior) da AAC-OAF. É indispensável cada vez mais fazer a destrinça e o panorama muda muito….
Repito, por isso, que me parece conveniente que a Direcção examine o problema na sua essência, não perdendo tempo; aproveitando a utilidade pratica para o novo treinador, nestes próximos 15 dias em que não há competição oficial, em se adaptar e consolidar os seus métodos de trabalho, e isto para não nos encontrarmos perante realidades velhas e porventura irremediáveis dentro de 4-5 jornadas.