"Pardalitos do Choupal"

Associação Académica de Coimbra

Vitor Santos,jornalista d' A Bola já falecido,foi o primeiro a chamar a Académica "Pardalitos do Choupal", em crónica ao jogo da vitória sobre o Benfica por 3 a 1 na época de 1961/1962

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Estádio Cidade de Coimbra

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Inauguração: 29-10-2003
Lotação: 30000


Ano da fundação: 03-11-1887
Rua Infanta D. Maria, 23 - 3030-330
Nº de sócios: 10336 (em 9/7/2007)
Internet: www.academica.oaf.pt

 

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quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Fado de Coimbra?


Recebemos do Mário José de Castro, o 1º Texto sobre a Canção (fado) de Coimbra.
Como espaço Académico que somos, pensamos que esta temática encetada há dias aqui com um texto e video sobre o grande Adriano, poderá vir a ser do agrado de muitos.
Entendido como poucos sobre este assunto, em virtude dos suas habilitações académicas, mas também por ser filho do grande Mário Castro, Mário José de Castro regressa assim a um espaço que é seu.
Sem mais delongas eis pois o seu contributo.

Não quero nem pretendo, que estes textos que me propus a fazer, façam fé da verdade absoluta (como se ela em qualquer tema existisse…) sobre o denominado Fado de Coimbra. É tão só a minha visão sobre esta temática, fruto de um estudo algo detalhado que fiz há algum tempo.

Vamos então a isto:

A toada coimbrã, apregoada sob essa designação e como tal já universalmente reconhecida, deverá, efectivamente, enquadrar-se na veia paradigmática do “Fado” propriamente dito?

Por outras palavras: os cantares que ouvimos directamente das vozes dos próprios criadores ou transmitidos pelas gerações coimbrãs, suas sucedâneas, podem considerar-se envolvidas nas roupagens de que o Fado tradicional se reveste?

“O Fado de Coimbra”, nas vocativa aceitação tradicional ( sem, contudo, pretender alienar-lhe o que quer que seja da sua valorização, e, ao contrário até, esforçando-me por detectar-lhe características específicas que autonomizam tal composição e a purificam, em confronto com o verdadeiro fado), o “Fado de Coimbra”, dizia, não é para mim mais do que um pretenso, um chamado Fado de Coimbra, donde resulta que, ao ver-se-me empregar aquela correntia designação deverá entender-se que a considero significativa desta última.

Aliás, dentro desta minha atitude reticente, apraz-me salientar que me não encontro isolado. O Dr. Francisco Faria, um nome importante da música erudita, feita e interpretada em Coimbra , se mostra não aderente à enraizada nomenclatura de “Fado de Coimbra” considerando que às composições melódicas entoadas pelos cantores do nosso clima coimbrão melhor caberá, na sua tese, uma integração num tipo de canções amavelmente líricas, votivas e dadivosas, um padrão vivo de autênticas “Serenatas”, as verídicas “ Serenatas de Coimbra”, todas para cantar a céu aberto.

O tema não é erudito, propenso mais à intuição do que ao sujeito a regras técnicas, científicas. O Fado, seja o “Fado-Fado”, seja o “Fado Canção”, como tema essencialmente popular que é, nunca mereceu um estudo específico, à semelhança dos dispensados às clássicas produções melódicas – sinfonias, sonatas, óperas, lieds, etc…

Daí o não se ter assentado ainda numa definição de “Fado”, propriamente dito, ou das suas derivantes. – fado-canção, fado-balada, fado-serenata, fado nocturno, fado-corrido, - modalidades que encontro apontadas por Frederico de Freitas.

E dado o seu restrito valor no aspecto de composição musical ( fale-nos ele, muito embora, ao coração e ao sentimento, naquela receptividade para que o povo lusitano, geralmente contemplativo e saudosista, fatalmente está predisposto), poucos curiosos ou estudiosos desceram – ou antes, subiram – às locubrações despertadas por esta popular composiçãozinha.

Citemos, entretanto além do aludido Frederico de Freitas, Teófilo Braga, Armando Leça, Ribeiro Fortes e Alberto Pimentel.

Dentro das limitações e à falta dum paradigma-padrão, parece-me, mais poder definir como “Fado”: Uma composição melódica, de estrutura musical breve, acessível à comum e normal receptividade, estilo popular, geralmente propensa à evocação, à nostalgia, à saudade, ao queixume, mais aligeirada no sentimentalismo quando virada à canção – esta enformada nas xácaras e baladas, de que a literatura medieval e a nostalgia sertaneja revelam o balbuciar lírico ou folclórico.


Mário José de Castro

Continua…