Diário Coimbra: “Em nome da separação de poderes”

A Lista E apresentou ontem os princípios que estiveram na base da candidatura ao próximo acto eleitoral da AAC/OAF. Deixando claro que avança contra ninguém, Ferreira da Silva pretende uma verdadeira separação de poderes entre os diversos órgãos sociais e quer ver os estututos seguidos por forma a que todos os sócios se sintam tratados como iguais

Foi ao som do tradicional fado de Coimbra que Ferreira da Silva deu início à apresentação oficial da candidatura da Lista E à Mesa da Assembleia-Geral da Académica/OAF. O advogado fez-se acompanhar por todos os elementos do “staff” - Manuel Almeida Ribeiro, Fernando Pompeu, José Ferraz, José Soares e Luís Pedro Reis - mas contou ainda com “reforços” de peso na conferência de imprensa de ontem à tarde. Para além de João Francisco Campos (avança com a Lista D para a Direcção) e Américo Santos (candidato pela Lista C ao Conselho Fiscal), também eles candidatos ao acto eleitoral de 14 de Abril, registaram-se ainda as presenças de antigos dirigentes do clube estudantil, casos de Manuel Teixeira e Braga da Cruz, bem como do presidente do Núcleo de Veteranos da Académica, Frederico Valido. Apesar destes “apoios”, o autor dos actuais estatutos da Briosa deixou claro que se for eleito, independentemente do presidente – seja José Eduardo Simões ou João Francisco Campos – vai ter o mesmo comportamento e defender de forma intransigente o cumprimento das regras estatutárias, isto para que «os direitos dos sócios sejam respeitados».
«Não somos uma lista contra alguém. Somos simplesmente pela Briosa. Não queremos mandar na Académica, mas queremos que os seus órgãos em geral e em particular a sua direcção, respeite os sócios e os seus direitos», disse o primeiro subscritor da Lista E.

Propostas concretas

Assumindo claramente «a efectiva separação de poderes» como um dos principíos fundamentais da sua candidatura, Ferreira da Silva defende que a Assembleia-Geral terá de ser o fiel da balança, isto para precaver que no futuro se repitam algumas das situações que marcaram a fase inicial deste processo eleitoral, nomeadamente os incidentes com os cadernos eleitorais.
«Todos são iguais, todos são sócios. Não esquecemos que no presente acto eleitoral, não fosse a nossa intervenção, tinham sido excluídos do direito de votar cerca de dois mil sócios. Por outro lado, sempre que um candidato a eleições, uma vez afixados publicamente os cadernos eleitorais, requeira cópias dos mesmos, ser-lhe-ão fornecidos», disse Ferreira da Silva.
Poucas foram as referências ao adversário directo na corrida eleitoral (ndr: Paulo Mota Pinto), mas ainda assim a declaração que leu aos jornalistas deixou clara que entende como sinal de «promiscuidade» o facto do «actual presidente do Conselho Fiscal (Gonçalo Capitão) passar a ser candidato a vice-presidente da direcção e um vice-presidente da direcção passar a ser candidato à presidência do Conselho Fiscal.
Aliás, esta questão foi recuperada também por Fernando Pompeu, que surge como candidato a primeiro secretário, que a considerou como «uma espécie de baralha e volta a dar» por parte de José Eduardo Simões.
O causídico revelou ainda algumas das medidas que pretende implementar em caso de vitória. Assim, para além de pretender que todas as Assembleias-Gerais sejam abertas ao som de fado de Coimbra, Ferreira da Silva vai propor «uma distinção aos sócios João Mesquita e João Santana pelos serviços prestados com a publicação do livro Académica: História do Futebol» e ainda a discussão «sobre a fixação de um dia da AAC-OAF, o dia da Briosa».