A razão de uma paixão – Académica

Com a devida vénia ao Campeão das Províncias s, segue um texto do Engº Lucílio Carvalheiro, ex-Presidente do Conselho Fiscal da AAC/OAF
A utopia Académica, um corpo sem divisões, absolutamente transparente para si própria e em que todas as vontades incarnam numa só, insinua a única verdade pensável.
Daí que o carácter permanente da Briosa como aquele que dele fazem o Xico Soares, o Castanheira Neves, os irmãos Campos Mário e Victor, o Belo, o Anjinho, o Fausto Correia, o Coroa, o André Campos Neves, o Pompeu, para citar apenas alguns dos mais recentes e relevantes protagonistas da época OAF não se resume unicamente a uma definição, é, acima de tudo, o legado Académica.
Decerto, são estes Académicos que nos continuam a questionar e a tocar quer ao entendimento, quer ao afecto, e em cujos exemplos de amor à causa se perfila um cânon, intelectual, moral ou estético que prevalece para lá da idiossincrasia de cada um.
Onde, de resto, a não ser na Académica, se formula sem tibiezas a intervenção cívica, política, moral e ética? E se a história da Académica, em suma, não fosse uma sucessão linear de todos estes instantes, os mais nobres da condição humana, como um principio e um fim, possibilitando a definição das regras universais como garantia da eficácia para a acção humana, para quê invocar a Académica como sendo a razão de uma paixão?
Quero com isto significar que não há para a Académica, qualquer “benefício do tempo”. O que se repudia e considera comummente inadmissível, senão impensável, ultrapassa os limites da tolerância; não pode merecer o aplauso, por omissão, dos Académicos, dos intelectuais ou do vulgo. E a razão é simples: a doutrina Académica não respira senão no elemento da universalidade.
Acontece, porém, que a impressão que se colhe da AAC-OAF, desde que é liderada pelo sr. eng. José Eduardo Simões, seja pela terminologia, os conceitos e, por maioria de razão, os exemplos, é a de que se dirige a nós, aqui e agora, de que existe no seu significado alguma coisa que não sobrevive e extravasa para lá das circunstâncias em que, sucessiva e diferentemente, está a ser vivida na obra do sr. presidente da Direcção; toda ela uma tentativa de lidar com o particular, sempre contingente e contraditório, onde a intervenção pouco dignificante aos olhos da opinião pública na Câmara Municipal, no Tribunal, e AGORA na Liga Profissional do Futebol, inextrincavelmente inscreve o agir humano e a substância particular do sr. eng. José Eduardo Simões: o que é em tudo contrário à máxima «salus populi suprema lex esto».
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