E… a MANCHA NEGRA

Ao contrário do que deixaria supor a interpretação dos actos e das reivindicações da Mancha Negra (claque da Académica), a sua acção conhece limites e está, como vimos, condicionada. Não aos limites que seriam ditados pela Direcção da AAC-OAF, mas os limites que fazem com que a sua acção esteja sempre lastrada pelo risco do descrédito público – mais grave que o descrédito associativo.
A Mancha Negra nega, é certo, a pertinência dos vínculos eleitorais negociados em 2003 (sindicato de voto) ao mesmo tempo que despreza quaisquer modelos intemporais a que devesse moldar os seus passos e as suas decisões. Para todos os efeitos: e…daí? E…a Mancha é Negra…
Porém, o facto da Mancha Negra não depender de ordens alheias não significa que a sua acção seja totalmente incondicionada aos períodos eleitorais, visto que o horizonte em que se insere esta acção (sindicato de voto) além de relativamente conhecida é instável, não estando ao alcance de ninguém eliminar de vez as raízes dessa instabilidade. Pelo contrário, ao evidenciar a incerteza que a Mancha Negra representa, desvendo também os limites dela. O conhecimento dos dados não anula jamais a imprevisivelidade contida em cada um dos seus lances.
A concepção que vinha dos Órgãos Sociais da AAC-OAF, triénio 2000/03, pressupunha que as acções da Direcção “vis-à-vis” Mancha Negra se medissem pela conformidade aos imperativos universais dos sócios condenando, em consequência, a apropriação ou favorecimento indevido à Mancha Negra. Não obstante, a tradição admitia, é verdade, que havia casos em que a intransigência seria prejudicial, pelo que a razão, mais do que autorizar, impunha a excepção. Acrescento, por isso os apoios logísticos conseguidos e concedidos.
Quero com isto significar, porém, que tal apoio ou outro não constitui para a tradição algo que a Mancha Negra possa decretar livremente por conveniência própria ou por injustificada manifestação de vontade individual desvinculada da razão universal (sócios em geral). Pelo contrário, é dos próprios factos – comportamento histórico da Mancha Negra – que tem de ressaltar, de modo claro não só para qualquer Direcção mas para qualquer um, a «evidente necessidade» de banir o “ medo eleitoral” que o sindicato de voto da Mancha representa, dado que a sua aplicação cega já provou ser prejudicial ao interesse da AAC-OAF, o que é suposto qualquer sócio proteger. Se não existe um norte, um sentido e uma razão que não vá para lá do circunstancial para os acontecimentos, ou se todas as formas de os enunciar denunciam a sua condição de meras perspectivas eleitorais futuras, então deixará de se poder falar dos assuntos da Académica que não sejam de necessidade eleitoralista e a relação Mancha Negra Académica reduz-se a uma sucessão de lances, nenhum dos quais suprime o acaso.
Lucílio Carvalheiro
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