"Pardalitos do Choupal"

Associação Académica de Coimbra

Vitor Santos,jornalista d' A Bola já falecido,foi o primeiro a chamar a Académica "Pardalitos do Choupal", em crónica ao jogo da vitória sobre o Benfica por 3 a 1 na época de 1961/1962

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Informações

Estádio Cidade de Coimbra

Estádio Cidade de Coimbra
Inauguração: 29-10-2003
Lotação: 30000


Ano da fundação: 03-11-1887
Rua Infanta D. Maria, 23 - 3030-330
Nº de sócios: 10336 (em 9/7/2007)
Internet: www.academica.oaf.pt

 

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segunda-feira, 15 de setembro de 2008

In Diário de Coimbra:“Se não conseguir impor as minhas ideias saio pela mesma porta que entrei na Académica”


DIÁRIO DE COIMBRA (DC) Por que razão aceitou este desafio na Académica?
JORGE ALEXANDRE (JA) A Académica sempre foi uma paixão. Fui jogador da Académica nas camadas jovens, julgo que com algum relevo e fiz ainda parte da direcção do dr. Campos Coroa em que formei a equipa B da Académica, juntamente com o dr. Nuno Castanheira Neves. Foi um projecto aliciante. Saíram alguns jogadores dessa equipa, da qual destaco o Nuno Piloto, que hoje é titular e um dos capitães da Académica, e o Zé Castro, que teve outros voos, entre outros. Foi um projecto que mais tarde veio a ser substituído pelo satélite, que é o Tourizense. Sempre houve a preocupação de acompanhar os jovens valores da Académica para evoluírem para a equipa principal.

DC Mas este novo desafio é muito mais exigente e difícil do que o da equipa B?
JA É um desafio difícil por um sentido. Coordenar o futebol profissional da Académica juntamente com o Tourizense não é fácil, até porque o Tourizense, este ano, está a passar por algumas dificuldades. Temos de pagar 90 mil euros de um terreno que faz parte do clube e que teve a ver com a construção do campo sintético. Financeiramente vai ser apertado para o Tourizense e tenho de saber gerir estas duas situações que não são fáceis. Estou convencido que vai tudo chegar a bom porto e o Tourizense vai atingir o final da época com tudo resolvido. Agora as pessoas de Touriz têm de perceber que vai ser um ano difícil, pois possivelmente não vão ter uma equipa a lutar pelos primeiros lugares como aconteceu nos últimos anos, mas é uma equipa jovem e ambiciosa. A única intenção será a manutenção na 2.ª Divisão. São objectivos diferentes e que estão relacionados com a necessidade de dispormos de instalações desportivas de nível. Portanto, não podemos ter tudo ao mesmo tempo.
DC É muito diferente gerir o Tourizense e o futebol profissional da Académica?
JA O futebol profissional da Académica não quer dizer que seja difícil, até porque tenho alguma experiência por outros meios do futebol profissional, até muito mais elevados do que o nível da Académica. Agora, este é um ano difícil para a Académica como toda a gente sabe, por causa do problema com a TBZ. É um ano em que a Académica tem de gerir muito bem os seus meios financeiros e não entrar em loucuras, porque para além da conjuntura actual do país existe um problema que é público e que veio limitar a própria construção da equipa profissional. Estamos a tentar, dentro das possibilidades, ter uma equipa competitiva para o campeonato da primeira liga.
DC O orçamento tem vindo a ser reduzido todos os anos. Isso complica a vida a quem quer construir uma equipa mais forte…
JA Complica, mas as pessoas em Coimbra têm de estar preparadas para a realidade da Académica. É lógico que gostava de lutar pela Taça UEFA, mas primeiro temos de cimentar uma equipa. Vieram alguns jogadores novos, mas conseguimos manter a espinha dorsal da equipa, o treinador e isso foi importantíssimo para que ganhássemos alguma estabilidade.

DC Mas este é o plantel possível ou o desejado?
JA É o plantel possível. Se calhar, gostávamos de ter mais uma ou duas mais-valias, mas não é possível devido às limitações que temos. Vamos tentar com esta equipa chegar o mais longe possível. Não vou negar que nos interessaria contar com mais uma ou duas mais-valias, mas a Académica só pode chegar onde pode. Acima de tudo, queremos manter a mística da Académica e que os atletas dêem o máximo pela equipa. É importante ter jogadores como o Nuno Piloto e o Pedro Roma dentro da equipa para transmitirem aquilo que é a Académica. É um clube nacional de grande envergadura, porque toda a gente no país gosta da Académica e até internacionalmente tem algum relevo. Era importante estabilizar a Académica na 1.ª Divisão para depois, eventualmente, partirmos para outros voos.

DC Quer dizer que essas mesmas limitações financeiras impediram a contratação de alguns jogadores que podiam fazer a diferença?
JA Contratámos jogadores de forma consciente e, portanto, sabemos que podem vir a ser mais-valias, embora alguns tenham dificuldades de adaptação o que é normal – isso também acontece nos clubes grandes, como foi o caso do Lisandro, que hoje é importantíssimo no FC Porto. Isso leva-nos, muitas vezes, a atirar jogadores para a fogueira quando ainda deviam estar numa fase de adaptação. Mas o Domingos é um excelente condutor de homens e provou-o no ano passado, pois conseguiu que jogadores que estavam desaparecidos atingissem um alto rendimento. Todos os clubes gostariam de ter mais uma ou duas mais-valias. A Académica não é diferente dos outros.

DC Sobre esses jogadores que ainda se encontram numa fase de adaptação mais demorada, como são os casos de Carlos Aguiar e de Madej, a Académica vai ter a paciência necessária com eles?
JA Logicamente que esses jogadores foram observados pelo Domingos Paciência e pelo director desportivo, Luís Agostinho. A Académica tem de ter essa paciência, porque foram jogadores referenciados por eles e a parte técnica a eles lhe compete. Sou vice-presidente do futebol profissional e unicamente tenho de gerir os desejos que podemos concretizar. Tenho a minha opinião e partilhamos as nossas opiniões e depois há o presidente que define se é ou não possível contratar os jogadores. Agora, se foram aprovados pelas duas pessoas a quem mais diz respeito essa questão, logicamente que vamos ter paciência. Eles estão melhores do que quando cá chegaram e aquilo que se observou é que são jogadores de topo para a Académica. Pelo passado que têm julgo que vão provar isso na Académica. É preciso dar tempo.

DC Este ano assistiu-se à entrada de quatro elementos provenientes do Tourizense, embora um deles tivesse feito a formação na Académica, como é o caso do Gonçalo. É uma política para seguir?
JA Penso que sim. O clube satélite será o expoente máximo da formação da Académica. É a minha visão. Os jogadores que saiam dos juniores devem estar um ou dois anos no satélite a ver se poderão chegar à Académica. Um deles poderá ser o Fábio, que assinou contrato profissional. Poderá ser a política certa. Se a Académica receber todos os anos um ou dois jogadores do satélite tem por bem empregue aquilo que possa investir no satélite. É uma experiência que estamos a fazer, se não der… Nada é eterno. Eu próprio como presidente do satélite não exijo que esta relação seja eterna. Se este ano decidirmos na Direcção que esta relação não corresponde às expectativas…, mas penso que está a corresponder. É uma relação para se ir avaliando gradualmente.

DC Este recuperar da equipa B não será o emendar de um erro?
JA Com esta situação, a Académica gasta um décimo do que gastaria com a equipa B, porque suporta apenas os ordenados de três ou quatro jogadores do satélite, enquanto o satélite suporta de todos os outros e tem uma estrutura completamente independente da Académica. Hoje há uma ligação mais forte porque treinamos muitas vezes em Coimbra e o próprio treinador é adjunto do Domingos. Julgo que, em termos desportivos e financeiros, é a melhor solução para a Académica. A equipa B era extremamente dispendiosa. Não foi só a Académica a acabar com a equipa B. O FC Porto, o Benfica e o Sporting também acabaram.

DC E será benéfica para o Tourizense essa solução?
JA Para o Tourizense é benéfico ter sempre três ou quatro jogadores da Académica. Perdemos um bocado aquilo que tínhamos, que era ter três ou quatro jogadores emprestados por outros clubes, como era o caso do FC Porto e do Estrela da Amadora. É esta a relação que escolhi e pretendo para o futuro. É uma realidade diferente.

DC Na sexta-feira haverá uma Assembleia Geral e serão conhecidos os valores para a nova temporada. No futebol profissional quanto é que a Académica vai gastar?
JA Não tenho os números comigo. Vamos analisar essa situação em reunião de Direcção, mas é extremamente inferior em relação ao ano passado. Tem se vindo a tentar baixar o passivo e este orçamento irá reflectir isso mesmo.

DC A Briosa está a cumprir a sétima época consecutiva na primeira Liga. Porém, todos os anos o discurso é o mesmo. Não devia, por esta altura, a Académica estar a lutar por lugares mais ambiciosos?
JA Na Académica encontrei uma equipa formada à qual acrescentámos alguns elementos. Isso é um bom indício para que a Académica cimente a tal posição. Contudo, no futebol são tantos os condicionalismos que torna-se difícil. O ano passado a Académica teve uma jornada gloriosa no Estádio da Luz, onde ganhou por 3-0. Se esse jogo não tem acontecido não sei o que seria. O futebol é o dia-a-dia. Não podemos gerir assim tanto à distância como isso. O FC Porto, por exemplo, é uma estrutura muito bem organizada. A Académica está a tentar ir por esse caminho, mas o que manda no futebol são os resultados. Para o Domingos manter-se na Académica ou atingir níveis altos depende dos resultados, a direcção depende dos resultados e eu também dependo dos resultados. Toda a gente depende dos resultados. Também estamos um bocado dependentes da sorte, mas por detrás tem de haver condições para atingir o sucesso. Julgo que há condições para isso. Vim encontrar um grupo de trabalho extremamente unido. Isso poderá ser um bom caminho, mas nada é fiável no futebol.

DC Mas a estrutura está bem organizada? O Jorge Alexandre, no seu novo papel, sabe qual o caminho que a Académica deve seguir?
JA Sei do que a Académica precisa e até no imediato. No entanto, cheguei agora à Académica, num ano de extremas dificuldades e tenho a noção disso mesmo. Se calhar se tivesse chegado há seis anos as dificuldades não seriam tantas. Tenho de tentar melhorar durante esta aprendizagem que eu próprio estou a fazer. Desde que me deixem eu vou tentar melhorar a Académica. Acima de tudo, estou na Académica por prazer e por paixão e mais nada me move na Académica. Tudo aquilo que quero da Académica é prazer e paixão. Essa é a minha forma de estar no futebol. Nunca foi outra.

DC Considera que terá o espaço de manobra que deseja?
JA É muito cedo para dar esse tipo de opinião. Estou a aprender como funciona a Académica. Tenho a minha opinião e uma maneira muito própria de estar no futebol. Se calhar poderá ser compatível ou não com a Académica. Neste momento, ainda é muito cedo para fazer qualquer balanço. A seu tempo direi se consigo ou vou conseguir impor aquilo que quero na Académica, porque se também não conseguir saio pela mesma porta que entrei. Não estou agarrado ao lugar, pelo contrário. Foi-me proposto diversas vezes e nunca quis assumir, mas a minha paixão pela Académica fez com que avançasse nesta situação. Quero dizer a todos os associados que estou na Académica até eu querer e, acima de tudo, até achar que devo estar. No dia em que entender que não devo estar e que as coisas não estão como quero nem da maneira como quero, pura e simplesmente saio de consciência tranquila.