Fim de uma rivalidade

Fui acordado esta manhã por um telefonema de um amigo, que me anunciava com pompa e circunstância que o União tinha "acabado".

Confesso desde já nutrir alguma antipatia pelo clube da Arregaça. Esse "gosto" pelas derrotas dos nossos adversários foi alimentado na infância e já na Universidade, quando as águas eram claras. De um lado estávamos nós, os estudantes do outro eles os "futricas".

Lembro-me de amigos meus na Escola que eram do União e já na Universidade tive um colega, que quase consegui "converter", que era do União.

O União personificava o "Outro", aquele que não era igual a nós, que não era da Académica.

Lembro-me de um dia dizer a um grande amigo meu que o primeiro resultado que gostava de saber, era o do União. As suas derrotas suavizavam as nossas não vitórias.

Para mim e para os da minha geração o "inimigo" é o União, e mesmo o famigerado caso N´Dinga, que nos atirou para a 2ª, alterou esse facto. Está escrito no "nosso" DNA que é assim, ponto final.

No entanto hoje, estranhamente não estou contente. Perdi "o Adversário". Afinal a palavra inimigo no futebol tem um significado diferente.

Por isso, espero que o velho clube da Arregaça recupere rapidamente. Coimbra e os seus miúdos precisam dele. A Briosa precisa do seu velho rival. Eu preciso de aos fins de semana, quando as coisas não correm tão bem no Calhabé ir a correr para casa para saber o resultado do "Onião".