"Pardalitos do Choupal"

Associação Académica de Coimbra

Vitor Santos,jornalista d' A Bola já falecido,foi o primeiro a chamar a Académica "Pardalitos do Choupal", em crónica ao jogo da vitória sobre o Benfica por 3 a 1 na época de 1961/1962

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Informações

Estádio Cidade de Coimbra

Estádio Cidade de Coimbra
Inauguração: 29-10-2003
Lotação: 30000


Ano da fundação: 03-11-1887
Rua Infanta D. Maria, 23 - 3030-330
Nº de sócios: 10336 (em 9/7/2007)
Internet: www.academica.oaf.pt

 

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sexta-feira, 28 de agosto de 2009

No dia 28 de Agosto de 1999 Coimbra e a Briosa anoiteceram mais pobres.


"Lembro-me desse final de tarde. Estava no velho municipal a ver um dos nossos jogos de início de época, quando a notícia chegou, seca e implacável, à zona dos camarotes, posto o que foi de imediato reproduzida no sistema sonoro do velho estádio. Falecera Jorge Anjinho, incontornável presidente da Académica na década de 80 e sua grande referência ainda então.

Lembro-me de tudo o que me passou pela cabeça nessa altura: Relembrei como conheci Anjinho pessoalmente, no contexto da formação da Claque da Briosa, FANS – Falange de Apoio Negro, de cuja criação foi o então presidente um fortíssimo entusiasta, ou não fosse ele um homem permanentemente sensível à cultura, aos valores e às tradições do meio académico.

Recordei-o a auscultar-me detalhada e demoradamente sobre as relações entre a Académica/OAF e a DG/AAC e a forma como eu – então com escassos vinte anos - ficava honrado, envaidecido até, por esse facto.

Lembrei-me da veia apaixonada e entusiasmada como falava dos projectos que tinha para a sua instituição em 1994, quando na sequência do Congresso da Académica (a que ele presidia e que eu tive a subida honra de integrar com Vítor Campos, Frederico Valido, Luís Agostinho e o saudoso e inesquecível João Mesquita) equacionava recandidatar-se às eleições seguintes.

Recordei a conversa que então mantivemos e o inusitado convite que me fez para participar da lista que entregaria a sufrágio e para assumir futuramente a pasta do futebol sénior(!), ideia perante a qual fiquei quase sem fala, não apenas porque era ainda um miúdo, mas porque não detinha na matéria qualquer tipo de experiência prática ou teórica…. Nunca esqueci essa conversa, algo premonitória, na qual Anjinho frisava com a veemência e convicção que lhe eram peculiares que eu era «o melhor para o lugar». Um lugar que por ironia do destino não viria a exercer dessa feita, mas apenas quase sete anos mais tarde, já com Campos Coroa na presidência, justamente no ano do último regresso da Briosa à I divisão, facto a que infelizmente Jorge Anjinho já não pode assistir.

Nesse final de tarde lembrei-me também de situações em que não fui participante directo, mas que tiveram Jorge Anjinho como indiscutível protagonista, sempre com a Briosa em pano de fundo:

A forma como corajosa e generosamente deu a cara contra a extinção da Ex-Secção de Futebol da AAC, da qual já fora presidente, em 1974.

A histórica reintegração do Clube Académico de Coimbra na Casa-mãe AAC, precisamente dez anos depois, a anteceder a época desportiva de 1984.

O movimento que antecedeu a criação da Liga Profissional de Futebol, na qual foi o ex-presidente, juntamente com o seu «vice» Alfredo Castanheira Neves, um dos pilares absolutamente fundamentais.

A encarniçada e longa luta com a Federação Portuguesa de Futebol a propósito da hedionda vigarice perpetrada na sequência da inscrição fraudulenta do atleta vimaranense N’Dinga, onde Anjinho mostrou não só a sua tenacidade em defesa da Briosa, mas também a sua integridade de carácter, a sua fidelidade a valores e a sua intransigência relativamente a princípios éticos de que o futebol tanto necessita ainda hoje. Impossível não recordar naqueles instantes a corajosa iniciativa de Anjinho, ao propor à Assembleia Geral da Académica a expulsão do nome de João Rodrigues, o então presidente da Federação, dos ficheiros de associados da Briosa, na sequência do seu comportamento no dito caso, facto cuja concretização foi na altura impedida – e mal – por António Almeida Santos, que presidia à Mesa da polémica reunião…

Finalmente, para citar apenas alguns dos principais exemplos dos mandatos de Jorge Anjinho e do legado que nos deixou, rememorei o ar feliz do ex-presidente no dia da inauguração do Pavilhão da Solum, com pompa e circunstância, obra do seu mandato, construída com o esforço e a dedicação inigualáveis de uma comissão de ilustres académicos que Anjinho criara para dar forma ao projecto.

Um pavilhão que de resto tem hoje merecidamente o seu nome, na sequência de uma iniciativa de baptismo daquele espaço desportivo que tive oportunidade de propor à Direcção da Académica presidida por Campos Coroa (após uma conversa com o meu amigo e funcionário da AAC, Rui Gonçalves), que à posteriori a levou, a ratificar, a uma Assembleia Geral, que apadrinhou e aclamou de imediato a ideia, com justo entusiasmo, tal qual o faria anos mais tarde quando aprovou o nome de Francisco Soares, (outro «monstro sagrado» do nosso portfólio de académicos já desaparecidos) para o complexo de treinos do Bolão, complexo esse a que o actual presidente, José Eduardo Simões, mudou insensivelmente o nome, ao arrepio da história da Briosa e da grandeza da figura académica em causa…

E foi tudo isto que me recordou hoje o 10.º aniversário da morte de Jorge Anjinho, tal qual me recordara dele em vida, naquele fatídico final de tarde.

Revi a sua postura segura, o seu olhar leal, o seu sorriso franco, a sua falta de paciência para a inércia, a sua inesgotável dinâmica, a sua necessidade de organização, a sua sede de justiça o seu enorme, enormíssimo, entusiasmo quando o assunto que vinha à baila era a sua Briosa.

Relembrei, por fim, o título de primeira página do jornal «ACADÉMICA» que tive oportunidade de escolher para e edição que, dias depois dava conta da cerimónia fúnebre do ex-presidente:

«Lágrimas que a gente chora…»

Vale de facto sempre a pena recordar figuras como Jorge Manuel Serrano Anjinho, um alentejano de criação, um conimbricense de coração, um académico de comprovada eleição que como poucos marcou a história do futebol da Briosa.

E é essa recordação que deixo, de forma reverente e emocionada, do presidente dos presidentes da Académica… "

Fernando Pompeu

Sócio n.º 1640 da AAC/OAF