"Pardalitos do Choupal"

Associação Académica de Coimbra

Vitor Santos,jornalista d' A Bola já falecido,foi o primeiro a chamar a Académica "Pardalitos do Choupal", em crónica ao jogo da vitória sobre o Benfica por 3 a 1 na época de 1961/1962

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Estádio Cidade de Coimbra

Estádio Cidade de Coimbra
Inauguração: 29-10-2003
Lotação: 30000


Ano da fundação: 03-11-1887
Rua Infanta D. Maria, 23 - 3030-330
Nº de sócios: 10336 (em 9/7/2007)
Internet: www.academica.oaf.pt

 

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terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Entrevista do Rui Silva às Beiras

“Já havia uma premeditação”

Dezoito anos consecutivos depois, Rui Silva foi, a semana passada, despedido da Académica. O técnico treinava, esta época, os juvenis, que vinham de uma derrota com o FC Porto que afastou a equipa (por quatro pontos) dos lugares de subida. Mas Rui Silva acredita que os resultados não estão relacionados com esta saída. Confessa ao DIÁRIO AS BEIRAS salários em atraso, a paixão pela Briosa, “uma grande mágoa” na hora do adeus e diz ainda que “já havia uma premeditação” para este desfecho, desde que Camilo Fernandes passou a ser o vice-presidente para a formação.

DIÁRIO AS BEIRAS – Foi apanhado de surpresa com esta decisão?
Sim, fui. Recebi um telefonema nesse dia de manhã do Camilo Fernandes [vice-presidente para a formação], mas pensei que tinha a ver com outro assunto relacionado com o último jogo. Nunca pensei que tivesse a ver nem com o resultado nem com esta dispensa. Acho que estávamos a fazer um campeonato dentro do que é normal os juvenis fazerem, à excepção da época passada, em que andámos praticamente todo o campeonato no 2.º lugar. A única vez que os juvenis foram apurados directamente para a 2.ª fase foi precisamente o ano passado, mas já tínhamos sido apurados através da liguilha e também comigo como treinador. A equipa estava a mostrar trabalho e continua na luta pelo acesso directo à fase final do campeonato. O calendário favorece nas próximas jornadas, com dois jogos seguidos em casa e a Académica defronta equipas que estão bem abaixo na classificação. Já tínhamos feito contas e conversado com os jogadores e estava bem dentro das nossas expectativas o acesso à próxima fase.

Mas ficou mais esclarecido com os motivos apresentados na hora dessa saída?
Não, porque os motivos que me apontaram para a saída foram todos, sem excepção, por mim desmontados, um a um. Não concordei com eles e penso que a razão está nos argumentos que expliquei nessa reunião. O que pode ter havido é uma falha de comunicação, que na altura não valorizei, como um incidente entre dois jogadores e que foi resolvido antes do treino seguinte. Não foi sequer um incidente grave e depois outro, já perto do final do jogo com o FC Porto. O que acho é que todos os motivos não correspondiam à realidade.
Fui ainda acusado de ter dispensado um ou outro jogador que podia ter ficado na Académica, mas isso foi falado entre os três, com o Bruno Domingos [coordenador] e o Pedro Roma [director-geral do departamento], e deram-me toda a responsabilidade por isso ter acontecido. Os verdadeiros motivos só o Camilo pode dizer, porque fez questão de frisar que a decisão tinha sido exclusivamente dele. Mas digo que desde que o Camilo entrou e se incompatibilizou com o António Figueiredo [ex-director-geral da formação], as pessoas que estavam mais próximas do António ficaram logo ali... na corda bamba. O André Lage acabou por sair... e eu saio agora a meio da época.

Pela forma como fala, dá a sensação que estava a ser preparada esta situação...
Sim, acho que já havia uma premeditação. Não para ser agora propriamente, mas já havia vontade de me afastarem de um lugar de relevo na Académica. E pelo que vim a saber, já depois de ser dispensado, já havia movimentações e reuniões nesse sentido. Havia dois ou três jogadores que, segundo o Camilo, deveriam jogar mais e a equipa técnica não tinha a mesma opinião. Fazíamos rotatividade no grupo e todos os jogadores do nosso plantel já foram utilizados, inclusive quatro guarda-redes. Há uns que, por estratégia nossa, jogam mais do que outros. Não podemos fazer uma rotatividade contra o Boavista igual à que fazemos contra o Lamas ou o Trancoso. Houve miúdos que agarraram as oportunidades e outros que nem por isso.

É verdade que existem salários em atraso?
É verdade que a Académica tem tido alguma dificuldade em ter em dia os ordenados dos treinadores da formação. Porque o futebol português não está bem e os clubes ressentem-se disso. Mas acredito que, mais tarde ou mais cedo, tudo seja regularizado, como tem sido ao longo dos últimos anos.

Esta direcção aposta de facto na formação? Como avalia os últimos meses e o apoio que tem sido dado a cada um dos escalões?
Em termos de jogadores, a equipa de juniores reforçou-se com atletas de grande qualidade, mas nos juvenis já houve maior contenção. Mas a ideia é que muitos desses singrem no futebol sénior. Por causa desta crise do futebol, isso é fundamental.
Mas as condições melhoraram muito nos últimos anos. Lembro-me de treinar e jogar no Paço... no Barcouço. Hoje, quando vamos para o Luso, ao menos é para trabalhar em relvado, mas agora imaginemos o que era fazer esses quilómetros para treinar em pelado. O apoio que tem surgido na direcção tem dado prioridade aos juniores, mas se fosse feita uma escala de prioridades, a seguir aos juniores seriam as equipas A dos escalões mais abaixo... e nem sempre foi assim. O que terá faltado foi mais apoio dentro da estrutura do futebol de formação, nomeadamente de quem coordena.

Onze anos depois de ter iniciado a sua carreira de treinador na Académica... o que fica?
Tenho 50 por cento da minha vida passada na Académica. Entrei com 10 anos, porque não havia escolinhas quando cheguei à Académica e comecei então a jogar futebol. Já me disseram que saí pela porta pequena, mas outros disseram que saí pela grande, pelos amigos que fiz e pelo que ajudei a Académica. Eu penso que saio, acima de tudo, por uma porta de injustiça e ingratidão. E é uma saída que me deixa muita mágoa. Sair assim, muito mais na formação, a meio de uma época, só pode deixar alguém desta forma. Acho que não há memória de algo parecido e com o Germano e Hassan aconteceu, porque foram eles que quiseram sair. Se saio pela porta grande, só mesmo pelas mensagens de apoio que tenho recebido. E agradeço esse apoio, nos últimos dias e que recebi ao longo do meu percurso. De ex-atletas a ex-colaboradores, que me fazem pensar, sobretudo os ex-atletas, que tudo valeu muito a pena. A instituição é uma coisa e as pessoas são outras. Agradeço a oportunidade que a Académica me deu e o orgulho que isso me deixa.

O regresso à Académica está em equação?
Acho que sim. Se calhar não com estas pessoas ou com este vice-presidente para a formação. Mas está no meu horizonte o regresso, porque me fiz homem na Académica. Foi lá que cresci como jogador e depois como treinador. Colaborei na formação de miúdos de todas as idades. Vejo a Académica como a minha casa no futebol. Sentia sempre e sinto ainda alguma curiosidade de treinar seniores, mas a formação é totalmente diferente e fascina-me.

O plantel pode ser prejudicado com estes acontecimentos?
Estes miúdos ficaram muito tristes. Houve lágrimas no balneário. Mas sempre lhes disse que a maior parte das situações que se passavam connosco faziam parte da formação, porque era isso e será isso que eles vão encontrar nos juniores e seniores. Há jogadores com muita qualidade e muito fortes mentalmente e acho que a base de trabalho que deixámos é mais do que suficiente para eles conseguirem o resultado que nós iríamos conseguir. Já não perdíamos desde o jogo com o Boavista, até à derrota do fim-de-semana antes do Natal, com o FC Porto. E já não perdíamos antes do Boavista, desde o jogo com o Beira-Mar, à 4.ª jornada, em que jogámos toda a 2.ª parte com 10. Desejo-lhes que atinjam os objectivos aos quais nos tínhamos proposto. Por isso digo que foi precipitado, injusto e ingrato. E só estando muito envolvido com a Académica, posso ter tanta mágoa na hora da saída.