"Pardalitos do Choupal"
Associação Académica de Coimbra
Com a devida vénia ao "Despertar"
A fim de dar ao leitor uma visão imediata do platonizante culto Académica, citarei alguns passos dados na Instituição desde o início desta década.
2000 – Eleições; listas únicas para os Órgãos Sociais. Era esta a mensagem eleitoral: A Académica deve ser compreendida como uma CAUSA, à Académica completa pertence, essencialmente, a consciência ética e o pensamento de valores. A Académica sabe o que quer, a Académica é real; e a verdadeira realidade é necessária.
Era este o contraponto à doutrina até então; em que o indivíduo era tudo – caso Romão, caso Campos, caso Palácio São Marcos – e a Académica “colectivo” era nada.
Esta recolha de informações basta para mostrar o platonismo dos candidatos de então e a sua insistência na absoluta autoridade moral da Briosa, que devia prevalecer sobre toda a moralidade pessoal, sobre toda a consciência. Era, sem dúvida, um platonismo bombástico e histérico, o que só torna mais evidente o facto de associar a actual vivência Académica ao totalitarismo moderno.
Poder-se-ia perguntar se, pelos serviços prestados e pela sua influência na Académica, os dirigentes eleitos, nessa altura, não demonstraram o seu Academismo. Não considero muito importante esta questão, porquanto faz parte do nosso romantismo pensarmos em termos de «eu ser mais académico do que tu»; e, por isso, não creio que o sucesso que se obteve prove o quer que seja, ou que a história seja o juiz; tais asserções fazem parte dos espíritos mesquinhos. Mas, no que toca àquele período – 2000/2002 –, como terão que admitir até os seus mais ardentes adversários, o estilo e a acção era «inquestionavelmente NEGRA» na cor, na alma, na simbologia. E, no que se refere ao conteúdo das suas obras não há nada no tempo presente, que não tenha sido antes deles e melhor. Eles rebentaram os diques do “laissez faire, laissez passer”: Campos do Bolão, Contas Certificadas Legalmente, Académica na Superliga, A Académica que futuro? SAD, Regime Especial de Gestão, Fundação?
E toda a história dessa época não seria na verdade digna de ser relatada, não fora as suas mais sinistras consequências, que demonstraram como é fácil um palhaço tornar-se num «pau na roda em movimento»; a tragicomédia de 2002, do surgimento do medíocre actor secundário, sempre secundário, assemelha-se mais a uma ópera cómica do que a qualquer outra coisa.
A estes começos da década na Briosa podem ajudar a explicar a razão porque é tão difícil dizer se os “heróis” de hoje saíram do palco das grandiosas óperas de Wagner ou das farsas de Offenbach.
A minha afirmação de que os Corpos Sociais -2000/2002- foram “sequestrados” por motivos ocultos, é uma história por demais conhecida de todos quantos se achavam ao corrente da situação, e é contada abertamente pelos poucos suficientemente independentes para o fazer.
….continua na próxima semana.
Lucílio Carvalheiro
Coimbra,
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