Jamor, 1969
Há 43 anos, Francisco Andrade orientou a Académica na última presença desta na final da Taça de Portugal. No domingo, depois da primeira experiência na televisão, estará ao microfone da Rádio Regional Centro a comentar a exibição da equipa de Pedro Emanuel e a recordar jogadas que ele também preparou e que quase bateram o Benfica na final de 1969. Então, Eusébio foi o responsável pelo prolongamento do jogo mais tumultuoso no antigo regime. A Académica esteve a ganhar 1-0, com golo de Manuel António, até aos derradeiros sete minutos, quando um livre do Pantera Negra levou a bola até aos pés de Simões, que rematou para o empate. O triunfo encarnado surgiu no prolongamento graças a um golo de... Eusébio.
Mudam-se os tempos, mas a vontade é a mesma: trazer a segunda Taça para o museu. Francisco Andrade volta ao Estádio Nacional e, por "uma extraordinária coincidência", o Presidente da República não estará de novo presente. Entre o presente e o passado, as razões da ausência são distintas: em 1969, Américo Tomás fugia à contestação estudantil; agora, Cavaco Silva tem compromissos diplomáticos.
Esta final "é muito importante", porque, explica Francisco Andrade, "60 por cento dos que vão ao Jamor serão estudantes do antigamente, que levarão as fitas e as cartolas e também a saudade da antiga Académica". A nostalgia do passado sente-se em cada palavra e gesto do último treinador que levou a Académica à final. O sentimento é forte, mas não abala o coração de um homem que se tornou presidente da maior freguesia de Coimbra (Santo António dos Olivais) e que tem "uma fé enorme em que a equipa trará a Taça". "O real valor da equipa veio ao de cima nas últimas jornadas, mostrando que não é tão fraca como diziam nem tão boa quanto fizeram constar", concluiu.
Ajudou a moldar José Mourinho
Aos 25 anos, Francisco Andrade já tinha no currículo uma final da Taça de Portugal e a presença na Taça dos Vencedores das Taças como finalista vencido do jogo com o Benfica, então com apuramento garantido para a Taça dos Campeões Europeus. Andrade, num ápice, tornou-se referência entre os treinadores portugueses (foi com ele que o Espinho chegou pela primeira vez à I Divisão) e granjeou o estatuto de formador da UEFA. Muitos treinadores sorveram-lhe os conhecimentos em treino técnico-tático, e um deles foi José Mourinho, muito antes de ser Special One. A "inteligência" do atual treinador do Real Madrid foi algo que impressionou Francisco Andrade, que lhe acrescenta como valência "o vasto campo de experimentação" de que dispôs ao trabalhar com vários nomes consagrados no âmbito do treinamento. Domingos Paciência, Carlos Carvalhal, José Couceiro e Ulisses Morais foram outros dos que aprenderam com Francisco Andrade durante os cursos de IV Nível. É bom lembrar ainda que, há quatro décadas, Francisco Andrade treinava a Académica e outras equipas enquanto evoluía no curso de Direito, sem usufruir de um ordenado que lhe permitisse planear o casamento por que tanto ansiava.
Recuperar o passado
Recuperar a imagem de uma Académica de jogadores-estudantes é o lema de Francisco Andrade. "Se não arrepiar caminho, temo que não volte tão cedo a uma final da Taça", vaticinou sobre o clube, sugerindo soluções: "O clube devia criar um bom gabinete de prospeção, pois há muitos jovens nos escalões inferiores e que estão a estudar. Acho importante que se recupere o espírito de uma equipa de estudantes com uma mescla de profissionais. Assim irá mais vezes ao Jamor, e sentirei que esta Académica é outra vez a minha."
in O Jogo online
Mudam-se os tempos, mas a vontade é a mesma: trazer a segunda Taça para o museu. Francisco Andrade volta ao Estádio Nacional e, por "uma extraordinária coincidência", o Presidente da República não estará de novo presente. Entre o presente e o passado, as razões da ausência são distintas: em 1969, Américo Tomás fugia à contestação estudantil; agora, Cavaco Silva tem compromissos diplomáticos.
Esta final "é muito importante", porque, explica Francisco Andrade, "60 por cento dos que vão ao Jamor serão estudantes do antigamente, que levarão as fitas e as cartolas e também a saudade da antiga Académica". A nostalgia do passado sente-se em cada palavra e gesto do último treinador que levou a Académica à final. O sentimento é forte, mas não abala o coração de um homem que se tornou presidente da maior freguesia de Coimbra (Santo António dos Olivais) e que tem "uma fé enorme em que a equipa trará a Taça". "O real valor da equipa veio ao de cima nas últimas jornadas, mostrando que não é tão fraca como diziam nem tão boa quanto fizeram constar", concluiu.
Ajudou a moldar José Mourinho
Aos 25 anos, Francisco Andrade já tinha no currículo uma final da Taça de Portugal e a presença na Taça dos Vencedores das Taças como finalista vencido do jogo com o Benfica, então com apuramento garantido para a Taça dos Campeões Europeus. Andrade, num ápice, tornou-se referência entre os treinadores portugueses (foi com ele que o Espinho chegou pela primeira vez à I Divisão) e granjeou o estatuto de formador da UEFA. Muitos treinadores sorveram-lhe os conhecimentos em treino técnico-tático, e um deles foi José Mourinho, muito antes de ser Special One. A "inteligência" do atual treinador do Real Madrid foi algo que impressionou Francisco Andrade, que lhe acrescenta como valência "o vasto campo de experimentação" de que dispôs ao trabalhar com vários nomes consagrados no âmbito do treinamento. Domingos Paciência, Carlos Carvalhal, José Couceiro e Ulisses Morais foram outros dos que aprenderam com Francisco Andrade durante os cursos de IV Nível. É bom lembrar ainda que, há quatro décadas, Francisco Andrade treinava a Académica e outras equipas enquanto evoluía no curso de Direito, sem usufruir de um ordenado que lhe permitisse planear o casamento por que tanto ansiava.
Recuperar o passado
Recuperar a imagem de uma Académica de jogadores-estudantes é o lema de Francisco Andrade. "Se não arrepiar caminho, temo que não volte tão cedo a uma final da Taça", vaticinou sobre o clube, sugerindo soluções: "O clube devia criar um bom gabinete de prospeção, pois há muitos jovens nos escalões inferiores e que estão a estudar. Acho importante que se recupere o espírito de uma equipa de estudantes com uma mescla de profissionais. Assim irá mais vezes ao Jamor, e sentirei que esta Académica é outra vez a minha."
in O Jogo online
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