Antevisão da próxima jornada: Uma visita ao reino do Dragão…

O exemplo de S. Jorge

Foi a tradição medieval que acrescentou aos dados pessoais de S. Jorge a história da morte do dragão.
Havia em Silene, cidade da Líbia - diz essa tradição -, um terrível dragão, ao qual o povo oferecia, todos os dias, duas ovelhas. Certa vez, porém, foi necessário oferecer-lhe um sacrifício humano que melhor o apaziguasse, e foi escolhida, à sorte, a filha única do Rei.
Jorge apareceu na cidade no momento em que iam imolar a criança e imediatamente se ofereceu para a libertar e livrar a cidade do monstro. Montou a cavalo e investiu contra o dragão.
Destemidamente, enfrentou as perigosas labaredas de fogo que saíam da boca do monstro e as venenosas nuvens de fumo e de enxofre que eram expelidas pelas suas narinas. Após um duro combate, finalmente São Jorge venceu o terrível dragão, com sua espada de ouro e sua lança de aço. O misterioso cavaleiro assegurou ao povo que tinha vindo, em nome de Cristo, para vencer o dragão.

Briosa enfrenta o Dragão...

Daria jeito a Nelo Vingada contar com o lendário S. Jorge, na convocatória para o jogo da Briosa, no próximo fim-de-semana.
Mas como «quem não tem cão, caça com gato», o técnico escolar vai ao Porto, com a descontração de quem nada tem a perder, visto que jogar contra os azuis-e-brancos, sobretudo em casa destes, se traduz, as mais das vezes, em derrota pela certa.
Não que a Briosa não posso ir ao Norte discutir o jogo e o resultado, como lhe compete se quer tranquilizar definitivamente na tabela classificativa da I Liga, mas antes porque nestes jogos a obrigação e a pressão ficam, inevitavelmente, do lado do adversário.

A equipa da Briosa (táctica 4-2-2-1-1)

Com as armas de que dispõe, Vingada deve apresentar no «dragão» uma equipa em tudo semelhante à sua equipa-tipo, com uma ou outra alteração ,no sentido da contenção de jogo e da segurança defensiva que se impõe, ante um adversário de vocação atacante e que persegue a liderança da Liga.
Pedro Roma é o guardião mais do que certo, Nuno Luís deve voltar a ocupar a lateral-direita, sendo Lira o dono da esquerda da defensiva, que ficará completa com Danilo (Hugo Alcântara ainda não pode jogar) e José Castro.
Roberto Brum e Paulo Adriano jogarão no centro do meio-campo, competindo ao primeiro missões preferencialmente de «limpeza» da sua área de jurisdição e de tranquilização de toda a equipa e ao segundo tentar municiar os homens da frente, sempre que a Briosa se aposse do esférico. À frente deste duo que se pretende dinâmico, estará Filipe Teixeira, um homem «bom de bola» e do qual se espera o rasgo que aconteceu em Alvalade, quando isolou Marcel na cara de Ricardo, para o histórico golo do triunfo estudantil. Na ala direita deverá figurar Luciano, sendo que também não seria estranha a utilização de Pedro Silva a dividir o flanco com Nuno Luís. A utilização do extremo é contudo mais crível, até porque apesar das cautelas e dos caldos de galinha, Vingada não quererá decerto abdicar de todo do ataque e da possibilidade de protagonizar a surpresa da jornada. Na meia-esquerda actuará ainda Nuno Piloto, um jovem em afirmação gradual na equipa e que já é o «dono do lugar» e a ponta de lança o inevitável Marcel, criticado por tantos, mas a dar a melhor resposta com seis golos já apontados na Liga e que valeram mais de metade dos pontos da equipa…

O adversário (táctica 4-4-2)

Quanto ao Porto, Baía na baliza, que o jogo não é de Selecção (ehehehehe), Bosingwa a lateral direito e o «adaptado» Peixoto na esquerda. «Eixo» defensivo para Pedro Emanuel e Pepe. A trincos Ibson e Paulo Assunção, Lucho Gonzalez em funções de «pivot» do meio-campo, Quaresma a extremo-direito e McCarthy (descaído para o lado esquerdo) e Hugo Almeida, como avançados, podendo Lizandro Lopes funcionar como alternativa para a utilização de um só ponta-de-lança, o que não é muito provável dado o gosto do holandês Adriaanse pelo futebol ofensivo.

As previsões

E por falar no FC Porto, recorde-se aqui uma celebérrima frase do seu «ex-capitão», João Pinto: «prognósticos só no fim do jogo»…
De facto prever o resultado de um jogo destes é algo que não passa da mais completa tentativa de contornar a imprevisibilidade pura.
Resta-nos acreditar ou não que a Briosa consiga pontuar no «Dragão».
Aqui no blog, todos acreditamos, porque confiamos no valor dos atletas e do seu técnico, não obstante nunca nos eximirmos de criticar ambos, quando achamos que se justifica.
E aí na equipa, como estamos de crença num resultado positivo?
Seja como for, crer, garra, determinação e muita disciplina e espírito de sacrifício são decerto os ingredientes para o conseguir.
É que já agora, se fizemos história em Alvalade, porque não continuar a escrevê-la na Invicta?
Força malta!!! Qual discíplos de S. Jorge, vamos lá apagar a chama ao «Dragão»!