"Pardalitos do Choupal"

Associação Académica de Coimbra

Vitor Santos,jornalista d' A Bola já falecido,foi o primeiro a chamar a Académica "Pardalitos do Choupal", em crónica ao jogo da vitória sobre o Benfica por 3 a 1 na época de 1961/1962

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Estádio Cidade de Coimbra

Estádio Cidade de Coimbra
Inauguração: 29-10-2003
Lotação: 30000


Ano da fundação: 03-11-1887
Rua Infanta D. Maria, 23 - 3030-330
Nº de sócios: 10336 (em 9/7/2007)
Internet: www.academica.oaf.pt

 

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domingo, 20 de novembro de 2005

José Viterbo em Entrevista


Os "Pardalitos do Choupal" prometem, cumprem.
O nosso editor, Negrume2 esteve à conversa com Zé Viterbo, e devido a problemas técnicos, sou eu que posto.No entanto o mérito é todo do nosso colega de blog.
Zé Viterbo foi durante 13 anos treinador da AAC/OAF. Desde os Iniciados, até à equipa B, ele foi a "voz" das camadas jovens. Academista como poucos, ama a sua Briosa, e fala-nos com o coração nas mãos.Neste momento, Zé Viterbo é treinador dos séniores da equipa do Sourense, que milita na 3ª divisão Nacional.
Comecemos então.
Pardalitos do Choupal: Como avalia a política de formação e prospecção actualmente existente na Académica? O que deve mudar?
Zé Viterbo: Devemos distinguir formação de prospecção. São conceitos diferentes. Por formação, entendo tratar-se de um ciclo de trabalho de longo prazo e cuja avaliação só pode ser feita quando este terminar. Isto é: quantos jogadores e que com qualidade esses terminaram o referido ciclo? Quantos, depois de passarem por todos os escalões, tiveram capacidade para integrar o plantel sénior? Formar significa ensinar, transmitir conhecimentos teóricos e práticos no que respeita a conceitos fundamentalmente técnico/tácticos, para além de outros.
Hoje, dada a qualidade dos técnicos que envolvem os quadros de formação da AAC/OAF, considero que o trabalho que está a ser desenvolvido pode continuar a ter sucesso.
Prospectar significa descobrir, detectar, encontrar atletas com qualidade que os outros não conhecem. Neste enquadramento, este trabalho tem sido descurado na AAC/OAF. Ficam apenas duas questões: Quem observa os treinos das selecções distritais da A.F.C? Quem está identificado com os quadros competitivos do futebol jovem da A.F.C? Será o Prof. Plácido? Será suficiente?
Era urgente criar uma rede de olheiros entre Leiria, Aveiro e Viseu, traçar o perfil do atleta a contratar, e se possível, cruzar informação sobre os mesmos.

PC: Continua a pensar que foi um erro directivo ter interrompido o percurso da equipa B?
ZV: Do ponto de vista desportivo foi um erro crasso acabar com um projecto que vinha dando os primeiros passos.
Colocaram-se questões na altura, como a falta de condições económicas entre outras, para eliminar um trabalho que foi desenvolvido durante 12 anos, na sua maioria com atletas da nossa "cantera". Falsas questões!
Será que Zé Castro, Nuno Piloto, Sarmento,Vitor Vinha e Rui Miguel, se não tivessem terminado os seus trajectos de formação na equipa B, estariam hoje no nosso plantel principal?
E destes, Zé Castro e Nuno Piloto seriam hoje titulares quase indiscutíveis do nosso onze? Será que não teria valido a pena ter feito um esforço para mesmo com algumas condicionantes, continuar a desenvolver um projecto que daria a médio prazo muitos mais "Castros" e "Pilotos"?
Será que não é preferível os nossos atletas mais dotados crescerem com os nossos técnicos e não serem cedidos a outros clubes com muito menos condições de trabalho, e entregá-los a quem não conhece o seu passado, não conhece as suas características e sobretudo com menos paciência para esperar e acreditar na sua evolução?

PC: Como avalia os produtos desta, Zé Castro, Nuno Piloto,Vitor Vinha, Sarmento e Rui Miguel?
ZV: Estamos a falar de jogadores de diferentes dimensões.
ZÉ CASTRO, será com toda a probabilidade, a médio prazo, um atleta de craveira internacional. Tem talento e inteligência, ambição e carácter.
NUNO PILOTO, é um atleta que qualquer treinador gosta de ter no seu plantel. Tacticamente quase perfeito, com grande disponibilidade física e mental para cumprir tarefas muitas vezes pouco visíveis. Necessita apenas de melhorar o último passe, bem como o controlo do esforço desenvolvido em tarefas de curta duração, mas de grande intensidade competitiva. Reflete ao mesmo tempo, muito da mística da nossa Briosa. Do ponto de vista social, faz um balneário fantástico.
SARMENTO, é um jogador rápido, com características de extremo, com grande disponibilidade física. Necessita de competir com mais frequência para poder exponenciar todas as suas qualidades.
Forte no 1 contra 1 e mais forte ainda a receber a bola no espaço.
VITOR VINHA, fez todo o trajecto da formação como interior esquerdo. Na minha modesta opinião, no futebol de alta competição irá fixar-se como defesa esquerdo. Tem igualmente grande disponibilidade física, necessita de melhorar a sua qualidade de passe, bem como de posicionamento defensivo, sobretudo no que respeita ao espaço interior. Tem grande margem de progressão.
RUI MIGUEL, é o ponta de lança típico. Muito forte a jogar de costas para a baliza contrária, bom tabelador e com grande facilidade de remate quer com o pé direito, quer com o pé esquerdo.
Muito forte nas diagonais curtas que se exigem a quem joga na sua posição. Pode perfeitamente também jogar como médio ala direito ou esquerdo. Quando mentalmente atingir patamares mais elevados, será com toda a certeza, um jogador de quem iremos ouvir falar.

PC: Haveria mais jogadores na extinta equipa B da Briosa com condições de ter singrado na equipa A?
ZV: Creio que sim. André Lage( não fôra a infelicidade do jogo da Marinha Grande), Miguel Marques, Toni e João Morais, teriam tido outra projecção se o projecto da equipa B, não tivesse abortado à nascença.

PC: O número de jogadores estrangeiros do plantel e designadamente o elevado número de jogadores brasileiros que vêm sendo contratados condiciona o aparecimento das "estrelas" da nossa "cantera" e implica a saída de atletas imbuídos do espírito académico, como por exemplo Lucas e Luís Filipe, que também foram seus jogadores?
ZV: Nada me move contra os jogadores brasileiros. No entanto, creio ser pacífico admitir que o número é elevado e que alguns serão de qualidade duvidosa. Não só alguns que compõem o actual plante,, bem como outros que recentemente vieram, e pouco ou nada trouxeram, atendendo à falta de qualidade revelada. Creio que a AAC/OAF, tem atrás de si uma história centenária, que se traduz numa mística em que a continuidade de muitos dos seus jogadores ao longo de vários anos ajudou a enraízar. Há bons e maus Portugueses, bons e maus Brasileiros, bons e maus Franceses, Ingleses, etc...
Resume-se tudo á existência ou não de uma política desportiva coerente. É urgente ter critério, saber fazer uma selecção do que é bom e menos bem, de quem se enquadra ou não em tudo o que envolve o nome da Académica. Continuo a pensar que ser profissional de futebol na Briosa, não é a mesma coisa que sê-lo no Gil Vicente, benfica, Porto, Sporting, Setúbal, etc.
Falo do que sei, do que vivi, mas ao mesmo tempo do que gostaria de voltar a ver e viver!!!
Com mais atletas da nossa formação, seriamos obviamente mais fortes. Acredito sinceramente que o novo Director Desportivo, Luís Agostinho consiga inverter o percurso actual, no que diz respeito À política desportiva da nossa Instituição.

PC: A Académica está descaracterizada em relação ao seu tempo, designadamente ao nível de mística dos jogadores da casa, oriundos das escolas de formação?
ZV: A resposta a esta pergunta está claramente inserida na anterior

PC: Porque saiu da Académica? Tenciona voltar?
ZV: Saí por três motivos:
1- Porque encerrei( como treinador da equipa B), um ciclo de 13 anos, em que treinei todos os escalões de formação.
2- Por divergências com um "senhor" chamado João Pedro Parreira(deselegante, ignorante e incompetente), que foi o primeiro "apóstolo" a querer destruír um projecto que cresceu com muito trabalho, muito esforço, muito sacrifício e sobretudo com o empenho de muitos dirigentes( Manuel Teixeira, Fernando Pompeu, Campos Corôa, Nuno Castanheira Neves, entre outros) e Técnicos( Tózé, Tó Miranda,Victor Alves, Raúl,etc...)
3-Porque fui sempre uma consciência crítica, no que diz respeito à política desportiva do clube após Dezembro de 2002. Sempre fui e serei coerente, penso pela minha cabeça, NUNCA andei a reboque de ninguém( mantive divergências saudáveis com muitos dirigentes com quem trabalhei) e acima de tudo coloquei SEMPRE os interesses da Académica, sobre qualquer interesse pessoal.
É óbvio que um dia gostaria de voltar.
Força Pardalitos! Viva a Académica!!!

8 Comments:

  • ulah (",)
    tdOo?i hOpe sO!xD
    VINHAAAA ALEZZ klarO e u miOr!e mai nd!!
    vai ser o futurO eskerdO da SELECÇAO!vao ver!!
    *adOrO.O*
    bjinhOs!
    Intervixta muito gira mesmo!!sO elogiOs!fOrça BRIOSA!
    Ontem fOram so 5...pOdia ter sidO piOr...Ou naO!x']
    BRIOSA nas vitOrias Ou nas derrOtas!
    kiss'kiss!
    kanUka*

    By Anonymous Anónimo, at 20/11/05, 16:19  

  • O Viterbo é um dos nossos, mas pensou sempre pela cabeça dele, e lixaram-no...

    By Anonymous Anónimo, at 20/11/05, 16:31  

  • Tenho consultado este site frequentemente, e com muito agrado, tal como consulto também frequentemente o site oficial da AAC/OAF. Mas está-me a parecer que têm vindo para aqui para este site debitar opinião algumas pessoas que não se terão achado bem sucedidas no site oficial. Deste modo o site oficial, no seu fórum, passou a ter menos comentários. É impressão minha ou passa-se aqui algo que me está a escapar?
    Um abraço académico a todos

    Luís Miguel

    By Anonymous Anónimo, at 20/11/05, 17:34  

  • Eu sou um dos adeptos que gostaria de ver a equipa da Briosa cheia de jovens valores.
    Espero que a curto prazo tal venha a Acontecer. Força no sourense Sr. Viterbo.
    Saudações Académicas

    By Blogger João Lemos, at 20/11/05, 20:15  

  • Exte site é mt bom! acaba por ser melhor em termos de noticias do que o oficial da aac! só tenho pena que os iniciados tenham sido exkuecidos! e nao se exkueçam k os iniciados da aac têm Os nacionais e os distritais!

    By Anonymous Anónimo, at 20/11/05, 21:11  

  • O Zé Viterbo confirma-se como grande homem, grande académico e grande cidadão que é. E não o digo por concordar totalmente com o que ele diz. Ao contrário de alguns, não só respeito, como considero fundamental, a liberdade crítica. Homens como Viterbo têm de estar ao serviço da Académica.
    Um abraço a todos.
    João Mesquita

    By Anonymous Anónimo, at 21/11/05, 20:03  

  • Sacerdote:
    Obrigado pelo texto que me dirigiu.
    É um enorme prazer visitar diariamente este site(nem que seja só por escassos minutos).
    Continuem o vosso trabalho.
    Um grande abraço e Viva a Académica

    Luís Miguel

    By Anonymous Anónimo, at 21/11/05, 20:12  

  • Só um cego não vê que, treinadores como Zé Viterbo são necessários na nossa Académica.
    Esta entrevista, e se duvidas houvessem, demonstra quem realmente conhece a Académica e quem lhe quer bem.

    By Anonymous Anónimo, at 22/11/05, 11:23  

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