A saída de Chieira...

A anunciada saída de Guilherme Chieira por alegado terminus do seu contrato profissional com a Académica, parece encerrar em si mais factos do que à primeira vista pode parecer.
Assim, não estarão apenas em causa alguns falhanços nas contratações de jogadores indicados por este (o brasileiro Kaká, por exemplo) ou mesmo idênticos deslizes em relação a atletas por ele observados que, erradamente, não foram contratados (relembro que um dos seus relatórios se refere a Edson, então no Oliveira do Bairro e hoje no Paço de Ferreira em plano de destaque, como sendo um jogador que «nunca passará do Oliveira do Bairro»), mas também a assunção por parte da Direcção de que algo vai mal no futebol profissional da Briosa.
A este propósito é conhecida a relação estreita entre o agora ex-funcionário e o actual chefe do departamento de futebol da Académica, Luís Neves, o qual sempre defendeu a continuidade daquele, tendo sido o principal responsável pelo facto de ele ter assumido tais funções, ainda no tempo de João Moreno.
Assim, tal saída poderá significar a primeira derrota interna do citado dirigente (perante os seus pares), o qual era alegadamente o alvo das declarações de Roberto Brum à RUC, quando o brasileiro se referia a dirigentes «que não sentem as derrotas e não valorizam as vitórias».
Seja como for, a saída de Chieira deverá implicar a contratação de um novo prospector, esperando nós que um departamento que reputamos de absolutamente decisivo, se reorganize por forma a que a Académica possa não só descobrir novos talentos, mas também acertar cada vez mais nas contratações, fruto da observação cuidada, tecnicamente fundamentada e minuciosa, ao nível das qualidades futebolísticas e humanas dos atletas a recrutar...