DOS ENIGMAS AOS EQUIVOCOS

Convirá recordar que a AAC-OAF é uma Instituição de Utilidade Pública o que, só por si, sujeita os seus dirigentes a estarem permanentemente submetidos ao controlo das suas acções e decisões por parte dos sócios, adeptos, sociedade civil; aliás, não será por acaso a presença nas Assembleias-gerais dos órgãos de comunicação social.
Dito isto, ao processo enigmático vindo hoje a lume – “caso Lira” –, acrescento o “Caso Marcel”.
Sejamos claros. Para tanto,
VENHO DIZER
1- Aquando da sua vinda para a Briosa as declarações oficiais davam-nos nota que chegava a “custo zero” para os cofres da Instituição.
2- Em explicitação pública, o “passe” do jogador era propriedade de um Fundo de Investimento vindo, depois, a “evoluir” para pertença de um particular – investidor em Coimbra.

Daqui se infere que o valor do “passe” do Marcel não consta, directa ou indirectamente, no cálculo do passivo apresentado pelo Balanço consolidado em 30.06.2005 (últimas contas apresentadas).
Prosseguindo. Após a data de 30.06.2005 (Balanço citado) a Direcção anuncia, publicamente, que a AAC-OAF teria adquirido todos os direitos disponíveis (80 %) do “passe” do jogador pela importância de 1,8 milhões de Euros. Que o fez por financiamento bancário (livrança) sendo avalista, (garante na operação bancária) o Sr. Eng. José Eduardo Simões (Presidente da Direcção).
Ora é, nesta fase, que algo de enigmático conviria ser esclarecido e não o é; porquanto:
A- Sendo certo que a época 2004/2005 teve um resultado líquido do exercício de 1,7 milhões de Euros. Negativos.
B- Sendo certo que a “justificação” para um débito da Instituição ao Sr. Eng. José Eduardo Simões, 3,5 milhões de Euros, era a de que não havia outra qualquer alternativa de financiamento da tesouraria.
C- Sendo certo que não há conhecimento oficial, oficioso, ou tão-só, aparente de novas fontes de financiamento,


Tudo conjugado, haverá que se convir que, no mínimo, estamos perante um caso típico de “engenharia financeira”; eufemismo muito utilizado para ultrapassar dificuldades no esclarecimento devido – credível, transparente, rigoroso –.
Seja como for não é o facto do Marcel sair, proximamente, dos quadros da AAC-OAF que “apaga”, faz “esquecer”, ou tão-pouco altera a metodologia adoptada, mesmo que, ou ainda que, reverta para a AAC-OAF um diferencial positivo entre o investido e o recebido.
Por outro lado, haveria toda a conveniência no esclarecimento de um equívoco que esta Direcção comporta, qual seja: actua, decide e reage como se fosse gestora de uma SAD.
Em suma: parece óbvio que há um avolumar de enigmas e equivocos que urge “travar” – enquanto há tempo…haverá já tempo?