«Primus millium pardalorum est…»

A máxima adaptada do académico latim macarrónico, que garante que «o primeiro milho é sempre dos pardais», serve na perfeição para ilustrar este nosso post, se bem que esperemos que, os pardalitos em concreto, não se fiquem pelo milho inicial e possam no futuro encher o papo de sucessos, como até aqui vem acontecendo, bastando para prová-lo as mais de 12.000 visitas ao blog, no curto espaço de pouco mais de um mês.
Nós, os pardalitos, temos consciência de que viemos agitar o horizonte cibernético da Briosa, umas vezes por via do nosso irreverente voo picado perante os problemas, outras porque passamos planando, serena e tranquilamente, pelas questões, outras ainda, porque, como académicos de espírito livre que todos nos prezamos de ser, não resistimos a dar uma «valente bicada» no que consideramos menos correcto no seio da Instituição que amamos, a Briosa Associação Académica de Coimbra.
Obviamente que esta realidade, e o nosso voo «com o céu por limite», não é forçosamente agradável a todos, nem sequer permanentemente consensual entre nós.
Nos Pardalitos do Choupal qualquer dos seus membros é livre de escrever sem aplicação posterior do famigerado e infeliz «lápis azul», estando no entanto conscientemente sujeito, desde então, à crítica dos próprios colegas de blog e, mais importante, daqueles que temos por destinatários, ou seja dos nossos visitantes.
Os Pardalitos do Choupal debatem (se o A jogou melhor que o B ou se o C deveria ter entrado na equipa por vez do D), opinam (quando sugerem por exemplo que seja atribuído o grau de presidente honorário a alguns dos presidentes já falecidos), criticam (quando expressam a sua estranheza pelo aumento desmesurado do passivo), apoiam (quando subscrevem a contratação do novo director desportivo da Académica).
Enfim, os Pardalitos do Choupal discutem a Briosa e o seu quotidiano, sem estratégia delineada e ao sabor da eterna paixão pelo negro das camisolas escolares, afinal de contas o único e verdadeiro dogma de um «pardalito que se preze».
E é justamente por este conjunto de considerações que não entendemos, por vezes, tanta celeuma que se gera em torno das opiniões que emitimos.
Mas não seria mais produtivo para quem as não subscreve, questioná-las e contra-argumentar, com factos e dados concretos, sem descer, como alguns (felizmente não todos, nem sequer a maioria) ao insulto medíocre e ao ataque pessoal individualizado?
Não seríamos nós capazes de dar a mão à palmatória perante as razões de quem nos refuta, como já algumas vezes tivemos de fazer, sempre que as críticas às nossas posições nos pareceram justas e fundamentadas?
Seremos nós um perigo assim tão grande para a «democracia académica», que já haja quem diga que «não dorme descansado, sem ver primeiro o que os gajos dizem», não vá o Diabo tecê-las?
Franca e sinceramente, parece-nos bem que não…
E é por isso que estranhamos algumas atitudes oficiais perante este espaço, em nada consentâneas com a instituição pluralista, democrática e eminentemente livre, que a Académica sempre se prezou de ser.
Em primeiro lugar o facto do site oficial ainda não ter linkado o nosso blog, não obstante o pedido expresso e por escrito que efectuámos nesse sentido, por nos sentirmos no mesmo exacto direito de outro blogs e demais espaços académicos na Internet, alguns dos quais inclusive já extintos, mas que continuam a figurar na galeria de eleitos do site da nossa Académica, como merecedores da visita dos académicos.
Em segundo lugar a questão da entrega do diploma de jogador do mês de Novembro, ao avançado Marcel, nos termos da votação efectuada entre os visitantes do nosso blog e que atribuiu muito justamente tal distinção ao «matador» brasileiro da Académica. Não obstante vários pedidos para que nos fosse indicada uma hora e local, nos quais pudéssemos entregar tal distinção ao jogador, a resposta definitiva tarda em aparecer, chegando a parecer que prejudicaríamos o atleta e/ou desconsideraríamos a sua entidade patronal, se o distinguíssemos, dando cumprimento à vontade dos académicos que nos visitam…
Terceiro e último, alguns comentários invariavelmente bem informados sobre as matérias que discutimos, mas também igualmente sempre insultuosos, mal-educados e, para variar… anónimos…
Registamos que quando falamos de anónimos nos não referimos a quem nos critica por recurso a um nickname, apanágio legítimo de quem compreende o espírito e se movimenta na blogosfera, e inclusive prerrogativa que se reservam alguns de nós próprios.
Referimo-nos sim àqueles que, não participando manifestamente desse espírito, apenas nos visitam para descer o nível e não para debater connosco, opinar por si próprios, criticar-nos ou a terceiros, apoiar-nos ou defender quem criticamos…
Claro que entendemos que tais contingências são próprias do imenso mundo virtual em que nos movimentamos…
Claro que acreditamos que mais tarde ou mais cedo todos perceberão que não existimos apenas e só para criticar, embora nos reservemos tal direito, sem jamais permitir que nos amordacem…
Existimos sim, fundamentalmente para discutir e debater a Académica, máxima que cumpriremos sempre, sem nunca nos furtarmos a esclarecer, explicar, argumentar, opinar e mesmo corrigir, se preciso for…
Mas nunca nos intimidaremos, sobretudo quando a nossa convicção nos disser que temos razão (permito-me aqui parafrasear MPS, um nosso sagaz e esclarecedor visitante assíduo, cujas intervenções – mesmo que algumas vezes críticas para nós – muito apreciamos) e enquanto partilharmos da ideia de estamos a contribuir para a discussão e o debate de que a Académica, em larga medida, carece.
E isso acontecerá, para que conste, independentemente dos insultos que nos dirijam, do tratamento discriminatório de que o nosso blog possa ser alvo, das ridículas e patéticas acusações de que desejamos o insucesso desportivo da Académica, ou mesmo da «ideia peregrina», que se faz passar, de que existimos para voar deliberadamente em direcção oposta à dos superiores interesses da nossa Briosa…
Um grande bem-haja a todos quantos nos têm visitado e que já garantiram que a máxima se tenha cumprido e que «o primeiro milho fosse mesmo dos pardais», tornando-nos no blog académico com mais visitas diárias no último mês
Um imenso obrigado àqueles que nos fazem sentir vontade em continuar…
Viva a Académica!