Ainda os campos de relva sintética do bolão para a Formação

Caros(as) Academistas
Como o prometido é devido, aqui estou de novo, para abordar o tema – a Formação de jovens atletas de futebol, mais propriamente, o desejado aparecimento dos campos sintéticos do bolão como suporte físico de toda a estrutura do futebol jovem da Briosa.
A última vez que aflorei esta temática, falei sobre a importância que os campos sintéticos trazem para o bem-estar dos atletas e suas famílias.
Hoje, é minha intenção compartilhar convosco, a necessidade de fomentar a criação de um sentimento de pertença no jovem futebolista da AAC/OAF. Por outras palavras quero dizer: fomentar o “clubismo”.
Mas antes, gostava que conhecessem outras realidades, estas têm como denominador comum e ponto de partida da sua performance desportiva, os espaços físicos adequados à formação desportiva de jovens atletas.
Olhando para os campeonatos nacionais de Juniores A, B e C dos anos transactos, constatamos que há um lote de equipas que aparecem constantemente nas fases finais (ou nos lugares cimeiros) dos respectivos campeonatos e, são aquelas que mais fornecem jogadores ao futebol sénior. Para além dos eternos Porto, Benfica e Sporting são casos: Boavista, Guimarães, Belenenses, Gil Vicente, Leixões, Estrela de Amadora, …(estes são casos que conheço). Ou então, clubes modestos que nos últimos anos se estão a revelarem como conjuntos sólidos e com algum protagonismo na formação, o Feirense e o Candal.
Apelidado como Centro de Estágio, Academia, ou ainda como Complexo Desportivo, são infra-estruturas que garantem toda a actividade desportiva dos clubes e fazem a “menina dos seus olhos” dos associados e simpatizantes.
Nesta perspectiva, implícito a todo este processo e que leva ao sucesso desportivo, está o desenvolvimento de uma cultura de clube (não confundam com fanatismo), contagiante a todos os intervenientes.
Posso apresentar alguns fundamentos disto que acabei de citar:
1 – Identidade – Toda a pessoa singular ou colectiva tem na sua identidade um lugar de origem e residência. É o nosso “habitat”, é a nossa “muralha”, é a nossa “gente”, “é aqui que demonstro o meu valor”, “é aqui que tenho a oportunidade de me afirmar”, em suma é uma questão de personalidade individual e colectiva.
2 – Solidariedade e Social – No mesmo espaço encontrarem-se quase todos os dias, cerca de 150 jovens (ex. escolinhas e infantis às 17:00, iniciados e Juvenis às 18:00 e juniores às 19:00 horas), obriga a um movimento de socialização, de amizade e de solidariedade. Os atletas de diferentes escalões podem conviverem uns com os outros (antes e depois dos treinos) e observarem como treinam e como jogam (ex. os iniciados chegam para treinar e observam os infantis e quando saem observam os juvenis e até os juniores). E quem fala dos atletas, fala das famílias, fala dos técnicos de futebol jovem, dos técnicos da saúde e dos directores dos vários escalões.
3 – Ensino/Aprendizagem – Pelo exemplo anterior constatamos que a observação é útil para a aprendizagem dos atletas. A modelação é fundamental na formação das crianças e dos jovens (aprender vendo os mais velhos ou os nossos “ídolos”). Os próprios técnicos podem trocar conhecimentos e experiências de terreno.
4 – Métodos / Estratégias / Procedimentos – Com o mesmo espaço físico é possível criar um balneário com uma sala de reuniões para todos os técnicos da Formação. Assim, poder-se-á criar exercícios comuns a todos os escalões (obviamente respeitando o desenvolvimento do individuo – o volume e a intensidade são diferentes), facilitando o ensino/aprendizagem e promover e desenvolver um estilo de jogo comum a todos os escalões.
Estas são algumas dimensões que levam os clubes a criar laços de proximidade e de cumplicidade com os seus actores, bem como com a comunidade, fomentando entre todos um sentimento de pertença, de inter-ajuda e de desenvolvimento.
Colocando noutros moldes, o clube é visto como um meio de cultura e de desporto não só pela necessidade e pelo prazer, mas também, pela paixão, pelo sentimento e pela afirmação de uma comunidade.
Todavia, para que tudo isto possa acontecer é preciso algo fundamental: campos de futebol de relva sintética ou natural.
Portanto, pergunto, para quando os campos de relva sintética do bolão para a Formação da Briosa?
Bem-haja e até breve.
ZN