"Pardalitos do Choupal"

Associação Académica de Coimbra

Vitor Santos,jornalista d' A Bola já falecido,foi o primeiro a chamar a Académica "Pardalitos do Choupal", em crónica ao jogo da vitória sobre o Benfica por 3 a 1 na época de 1961/1962

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Informações

Estádio Cidade de Coimbra

Estádio Cidade de Coimbra
Inauguração: 29-10-2003
Lotação: 30000


Ano da fundação: 03-11-1887
Rua Infanta D. Maria, 23 - 3030-330
Nº de sócios: 10336 (em 9/7/2007)
Internet: www.academica.oaf.pt

 

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quarta-feira, 2 de agosto de 2006

Carlos Carranca* opina

Ligou-me hoje de manhã o meu velho amigo Dr. Carlos Carranca. Depois de uma troca de abraços telefónicos, fez-me saber que tinha publicado (mais um) artigo sobre a nossa "velhinha".
Disse-me ele :" Ó pá, se vires que te serve para o vosso blog, avança sem problemas."

Pois aqui está meu caríssimo amigo.


" A RENDIÇÃO DA ACADÉMICA"

Por esse país fora, sempre que se fala da Académica, há os que dizem "é o meu segundo clube". Outros fazem referência ao seu património e todos, ou quase todos, manifestam simpatia pelo emblema que marcou a diferença no futebol português.
O valor da Académica, a sua riqueza, estava toda ela nas diferenças de comportamento cívico e desportivo e na sua dimensão formadora.
Num texto intitulado "A Académica já não existe", publicado a 2 de Outubro de 2004, no Diário de Coimbra, e que pela primeira vez troxe à discussão a problemática da venda dos princípios da Académica - porque hoje o que está em causa é a rendição total aos mercadores de atletas futebolistas - afirmei que a Briosa hoje, "sem chama, sem estudantes, sem futuro, mas com muitos empresários, é do futebol que há: rompeu com a memória."
É sabido que a Académica, ao longo dos tempos, criou uma maneira própria, original, de estar no futebol, que contraria em absoluto este dirigismo sem escrúpulos que marca a realidade nacional.
Levado pela realidade que a os nossos olhos se agiganta, repito o que afirmei a 26 de Novembro de 2004, no mesmo jornal, num texto intitulado "ACadémica - a poética do Futebol". Dizia então, " O conformismo das massas que se resignam é a imagem da perfeicção do futebol - espectáculo que nos vai conduzindo para um beco sem saída, onde a inevitabilidade das leis do mercado, qual fim da História, nega o futuro como horizonte móvel".

É ancorado na matriz ideológica da Briosa - o futebol como elemento transformador do homem (individual) e da sociedade - que, sem equívocos manifesto a minha oposição à actual política da Direcção do OAF, que gizou, finalmente, um acordo com a Direcção Geral da AAC, apadrinhado pela Reitoria, e que parecendo de reconciliação com os princípios serve os contrários.
Não basta dizer que se está com os estudantes, mesmo quando se obtém o apadrinhamento do Reitor da Universidade de Coimbra.
Os que andam por cá há décadas e têm seguido a Briosa, sabem que o acordo é de rendição da Académica.
Não me parece muito lógico que a direcção dos estudantes aceite contrapartidas hoje que não foram honradas ontem pelo mesmo parceiro. Acrescentando que outros factores concorreriam para que, por enquanto, esse entendimento não fosse selado, por muito benéfico que seja.
Tudo leva a crer que o milagre de uma pereira dar uvas não se realize.
Na edição de "A Bola" de 19 de Julho, as conclusões expressas quanto à política de contratações da Académica são claras: " Depois de resisitir durante anos à tendência do mercado, a Académica rendeu-se" - que é como quem diz, vendeu-se à lei dos mercadores.
Não descortino na Académica dos empresários e afins, um fio condutor que nos ligue com verdade aos valores do passado projectando-os num futuro que se quer cada vez mais exigente.
A lógica da política e o vírus do negócio arrastaram, tragicamente, o futebol da moda - sem ideias, sem substância, sem coesão.
Com este acordo assinado pelas Académicas, o OAF pretende capitalizar o património moral dos estudantes,a sua força anímica. É pena que a DG se tenha deixado convencer neste negócio. Uma fez bem. Outra fez mal.
Este acordo será - o tempo assim o dirá -, um fracasso histórico.
Volto ao que escrevi em Dezembro de 2004, no DC: " Esta gestão do futebol que se pratica traz a marca do capitalismo selvagem que nada tem a ver com o património da Académica." Tenham os jovens sócios e simpatizantes acerteza de que hoje a Académica em que os vossos Pais e Avós acreditaram, pela qual gritaram, decorando os nomes dos jogadores, convivendo com eles nos estudos e nas tertúlias, já não existe.
O Presidente do OAF até poderá conseguir resultados para a sua empresa, mas será sempre o gestor de uma equipa de futebol de brasileiros, argentinos, colombianos, senegaleses e turcos que nunca estarão na Académica ao abrigo do Projecto Erasmus, mas única e exclusivamente estarão para ganhar muito dinheiro utilizando-a como placa giratória para mais altos voos, ou como términus da carreira - nunca serão da Académica pela simples razão que ela deixou de existir.
Num artigo publicado no Jornal de Notícias deste ano e intitulado " Briosa, Académica e a publicidade enganosa", o articulista referia: "Na verdade, nos últimos anos temos assistido a uma degradação galopante das suas especifidades e singularidades e mais dia menos dia, a continuar assim, ASSITIREMOS AO ENTERRO DA SUA ALMA."
Todos sabemos que dado o estado actual do futebol e do mundo, tudo se vende, até a alma. Resta-me a ténue esperança que no acordo das Académicas não se tenha repetido o episódio bíblico do prato de lentilhas.

*Carlos Alberto Carranca de Oliveira e Sousa, mais conhecido como Carlos Carranca, professor do ensino superior, poeta, ensaísta, declamador, cantor e animador cultural, nasceu na Figueira da Foz, com fortes laços de ligação à Lousã. Licenciado em História, é professor auxiliar convidado da Universidade Lusófona, docente da Escola Superior de Educação Almeida Garrett e da Escola Profissional de Teatro de Cascais.

Foi Presidente da Direcção da Sociedade de Língua Portuguesa, de 1998 a 2001; fundador e membro da direcção do Círculo Cultural Miguel Torga; professor no Instituto Superior de Humanidades e Tecnologias; sócio fundador da Sociedade Africanóloga de Língua Portuguesa; sócio fundador do Círculo Cultural Miguel Torga; sócio da Associação Portuguesa de Escritores; director adjunto do jornal Artes e Letras e consultor cultural da Associação dos Antigos Estudantes de Coimbra em Lisboa, assumindo-se, ainda, como apoiante indefectível da Académica. Entre as instituições com as quais colabora regularmente, podemos citar o Museu da República e Resistência e a Associação 25 de Abril.

Na Universidade Lusófona levou a cabo uma intensa actividade e marcante acção cultural: director do Gabinete de Acção Cultural; fundador e director-adjunto da Biblioteca Geral (com o director, Professor Vítor de Sá); fundador e presidente do Conselho Fiscal das Edições Universitárias Lusófonas; secretário do Centro de Estudos de História Contemporânea; fundador do Centro de Iniciação Teatral, juntamente com Carlos Avilez e João Vasco; fundador e coordenador da colecção científico-literária Meia Hora de Leitura, em parceria com Vítor de Sá – no âmbito das actividades da Biblioteca.

Também nas escolas do concelho de Cascais, onde exerceu docência, o seu papel como divulgador da poesia portuguesa e animador cultural se destacou. Na Escola Secundária Ibn Mucana, entre outras coisas, dirigiu as actividades culturais da biblioteca e criou a revista Oxalá. Na Escola Secundária de Alvide organizou o Movimento Juvenil, a nível nacional, de apoio à candidatura de Miguel Torga ao Prémio Nobel (com recolha de assinaturas entregues em Estocolmo).

Durante os anos 1994-99 foi responsável pela Noite das Artes – espectáculo de encerramento das Jornadas de Educação e Cultura do Concelho de Cascais, onde poetas como Miguel Torga, António Gedeão, Manuel Alegre, Luís Goes, Helena Cidade Moura, Fernando Silvan e Sophia de Mello Breyner foram homenageados.

Estudioso das tradições populares e académicas de Coimbra, é como poeta que se torna conhecido em dois livros profundamente ligados à temática da cidade do Mondego: Serenata Nuclear e Sete Poemas para Carlos Paredes. É, no entanto, como divulgador da poesia portuguesa, como poeta e ensaísta – torguiano convicto (responsável pela homenagem nacional a Miguel Torga e coordenador da homenagem que lhe foi prestada no concelho de Cascais) – e como animador cultural, que o seu trabalho ganha ainda mais importância, destacando-se Poesia para Todos, três anos consecutivos em palco, no auditório do Instituto Português da Juventude (Parque das Nações), de 1999 a 2002, com uma apresentação de sucesso no Cine Teatro da Lousã.

É, também, no Cine Teatro da Lousã que lança uma das suas obras poéticas, Lousã em Menino. A este propósito deve-se referir a prontidão que sempre tem demonstrado para colaborar com a autarquia e o carinho com que as gentes da Lousã têm recebido aquele que consideram um dos seus.

Das várias obras publicadas, destaca-se o livro Torga, o Bicho Religioso, nascido da relação pedagógica de Carlos Carranca com os seus alunos da Escola Profissional de Teatro de Cascais, a quem foi dedicado, tendo sido objecto de apresentação pública em muitos municípios.

Em 7 de Junho de 2002, recebeu a Medalha de Mérito Cultural do Município de Cascais.