DR.CAMPOS COROA em entrevista ao jornal desportivo ABOLA

ESTA GESTÃO É INACREDITÁVEL

As contas da Académica foram aprovadas numa assembleia geral com momentos acalorados. O que colocou Campos Coroa a defender-se das acusações de José Eduardo Simões, para depois receber enorme salva de palmas dos presentes, foi um deles. A frio, o antigo presidente explicou a A BOLA que foi forçado a defender o seu bom-nome, depois de responsabilizado pela actual Direcção pelo estado das finanças do clube. A culpa, defende, não pode ser sua, mas sim de uma gestão que diz ser «inacreditável».

«Todos temos direito ao nosso bom-nome, e o que José Eduardo Simões disse na assembleia não corresponde à verdade. E isso não posso admitir», começa por argumentar Campos Coroa, na ressaca de uma assembleia geral polémica.

Sem se deter, disparou: «Quando diz que os 12 milhões do passivo são da minha responsabilidade, isso não é verdade.»

Exemplificou depois aquilo que considerou serem manobras para denegrir o período da sua gestão:

«O passivo da minha época foi apresentado quando Eduardo Simões era o responsável pelas finanças. Nessa altura, já a Académica tinha impugnado uma tributação de IRC, de cerca de 700 mil euros, que considerava injusta. Para agravarem o meu passivo, colocaram lá essa verba. Agora, o Revisor Oficial de Contas [ROC] vem dizer que esse dinheiro não está contabilizado em lado nenhum.»

Aliás, Coroa lembrou que quando chegou ao clube, o actual presidente «desatou a despedir jogadores, e situações que podia ter resolvido com 2 mil contos resolveu com 20 mil». Marcelo foi um desses casos. Por isso, Campos Coroa vincou que a actual «gestão é inacreditável», chegando ao ponto de negar as evidências que o parecer do ROC destapou.

« Quando vêm dizer que o passivo está a descer, estão a chamar mentiroso ao ROC. É evidente que o passivo resulta dos erros deste presidente. Despede jogadores à maluca», acusou, pouco crente que a curto prazo surja alternativa credível para liderar o clube.