A Praxe

Caríssimos Académicos

Como dizia o meu amigo Aurélio, hoje não vos vou falar de bola.

O que me faz escrever estas linhas é algo mais importante. A Praxe.

Com a chegada dos caloiros à Universidade de Coimbra, começam as “movimentações” dos que por cá já andam há mais de um ano.

Para os que, como eu viveram a Praxe todos os dias, não só em dias de festas, é sempre com alguma apreensão que aguardo por estas datas.

Em primeiro lugar a nossa Praxe (para mim não há outra) é integradora é geradora de amizades para a vida, é cúmplice nos bons e nos maus momentos.

Já no meu tempo se faziam alguns atropelos. É pois dever não só dos mais velhos, mas essencialmente dos que a conhecem (dos que a estudaram, dos que a ouviram em tertúlias, dos que a viveram) estar atentos e corrigir, sempre que necessário.

A capa e batina é para vestir (é um traje de gala) a rigor. Hoje vê-se muito os estudantes de colete e com a batina no braço. Parecem empregados de mesa. Há que ter respeito pelo traje que se enverga.

Reparem que não é obrigatório vestir a capa e batina. Essa obrigatoriedade acabou no terceiro quartil do século passado. Nessa altura um estudante que não envergasse o traje, era-lhe descontado na propina. Hoje não. Por isso há que vestir a capa e batina convenientemente.

Mais, criou-se o mau hábito de “pintar os caloiros”. Moda copiada de outras escolas sem tradição, esta humilhação do caloiro NUNCA fez parte da nossa Praxe. Nem podia fazer.

Vamos pois ensinar aos novos caloiros o que é a Praxe. Quem não sabe, pergunte, pois um estudante desconhecedor faz mais mal à Praxe, que um anti-praxista militante.

Por fim quero desejar aos que chegam a esta cidade única, que a amem como outros já a amaram, que vivam a sua academia como outros já a viveram , que saibam sempre respeitar o traje que envergam e a sua Associação Académica de Coimbra.