"Pardalitos do Choupal"

Associação Académica de Coimbra

Vitor Santos,jornalista d' A Bola já falecido,foi o primeiro a chamar a Académica "Pardalitos do Choupal", em crónica ao jogo da vitória sobre o Benfica por 3 a 1 na época de 1961/1962

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Informações

Estádio Cidade de Coimbra

Estádio Cidade de Coimbra
Inauguração: 29-10-2003
Lotação: 30000


Ano da fundação: 03-11-1887
Rua Infanta D. Maria, 23 - 3030-330
Nº de sócios: 10336 (em 9/7/2007)
Internet: www.academica.oaf.pt

 

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segunda-feira, 24 de setembro de 2007

"Sou fã do jogo muito rápido




Matilde Rocha Dias, in Público


Domingos fala do que quer fazer na
Académica. "Sinto que posso ter muito êxito com este projecto." E diz que não gosta de livros sobre futebol.

Parece mentira, mas Domingos Paciência foi o último português a conquistar o título de melhor marcador da Liga de futebol, na época de 1995/96. Onze anos depois, continua empenhado em brilhar, só que sentado no banco. Depois do Leiria, o desafio é levar a Académica da zona de aflição aos lugares de honra. Começou bem - com quatro dias de treino, quebrou um ciclo de dez meses sem vitórias em casa e animou os "estudantes". O pior deve estar para vir, ainda que não o assuste. "Sinto que posso ter muito êxito com este projecto", assume, refeito da saída do Leiria, onde chegou a estar "convencidíssimo" de que conquistaria o quarto lugar.

PÚBLICO - Entrou a ganhar na Académica. O que mudou na equipa?

DOMINGOS - Foi uma vitória mais com o coração do que com a cabeça. Mas também mudei. Sem meter em causa o trabalho do treinador anterior [Manuel Machado], mudei a equipa e tentei mudar em termos de organização. Foi pouco tempo, mas consegui ver no jogo muito daquilo que pretendo.

O que disse aos jogadores antes do jogo?

Falei-lhes na história do elefante (risos).

Conte a história.

Era um elefante criado de pequenino no circo com uma corda amarrada a uma estaca de madeira. Durante semanas, tentou libertar-se com todas as forças. Depois cresceu, cresceu, cresceu e não voltou a tentar. Eu pergunto: um elefante não tem força para arrancar a estaca do chão? Se tem, porque há-de estar amarrado ao passado com a sensação de que não vai conseguir?

Aprendeu muito em Leiria?

Se aprendi. E cometi erros que não voltaria a cometer.

Quais?

O ter acreditado de mais em algumas pessoas. Nada acontece por acaso. Para cair numa altura em que mostrava resultados, foi porque puseram uma banana no caminho, apareceu um degrau com que não contava.

Está a acusar alguém?

Interessa é saber que deixei um projecto a meio e estava convencidíssimo de que o quarto lugar seria meu. Afinal, tínhamos ganho ou empatado com todas as equipas que estão agora nas competições europeias: o Braga, o Paços e o Belenenses. Tenho a certeza de que teria garantido o apuramento directo para a UEFA.

Sente-se mais capaz este ano?

Mais capaz, mais conhecedor. Encaro esta aventura de uma forma mais tranquila e continuo a acreditar muito no meu valor.

O seu objectivo é treinar um dia o FC Porto?

Não ando obcecado com a ideia de treinar "grandes". Já há muitos treinadores frustrados. Mesmo que nunca chegue lá, não serei frustrado. Treinar tem de ser prazer; para ser obrigação, mais vale não treinar.

Mas o FC Porto é especial para si.

Quero alcançar um dia patamares superiores, ser visto com outros olhos, é normal sonhar.

Costuma actualizar os seus conhecimentos de futebol?

Costuma actualizar os seus conhecimentos de futebol?
Estive 15 dias com o Van Gaal no AZ Alkmaar, há bem pouco tempo. Imaginava-o um treinador severo e voltei com uma ideia diferente. Conversámos, apreciei determinados aspectos tácticos importantes para mim.
Lê o que escreve Jorge Valdano e outros?
Leio Valdano mais pela beleza da escrita e menos pelo que ele defende em termos de futebol. Confesso que não gosto de livros sobre futebol, porque são quase sempre teses à volta de um determinado trabalho e, quando entram em comparações, põem em causa o trabalho dos outros. Prefiro ler outros livros, importantes para a minha estabilidade emocional.
A visão que agora tem do
futebol é diferente da que tinha como jogador?
Muito diferente. Num FC Porto-Liverpool, fico atento a deslocamentos de determinados jogadores de que as pessoas nem se apercebem. É ver, questionar, filtrar o que interessa. No exercício do futebol, podemos transformar as coisas e eu sou dos que procuram ter sempre outra perspectiva. Depois há a liderança, gerir um grupo heterogéneo, trabalhar psicologicamente cada jogador para ele acreditar no que está a fazer. É um trabalho que, antes, me passava um pouco ao lado.
Quem o contrata, que filosofia de jogo pode esperar?
Sou flexível, treino em função
da matéria que tiver em mãos.
Se tiver craques, treinarei de uma maneira. Se não tiver, treinarei
de modo a encontrar um
equilíbrio. Mas o denominador comum nas minhas equipas é a velocidade. Sou fã do jogo muito rápido. Futebol sem velocidade não me puxa.
A Académica tem um jogador à experiência. Vai contratar alguém?
Temos três jogos e depois uma paragem que dará tempo para trabalhar. Reforços, só em Dezembro. Podem entrar desempregados, mas, por agora, não temos interesse em ninguém.
O que espera do jogo de amanhã com o Boavista?
Acredito que vamos ganhar, o grupo está confiante. Mas não será fácil, porque o Boavista quer dar a primeira vitória aos adeptos.
Teve outros convites além da Académica?
Para a Liga de Honra e um para o campeonato principal. Preferi esperar até aparecer um projecto que fosse o meu número, me fizesse crescer. Sinto que posso ter muito êxito com este projecto.

A escassez de goleadores nascidos em Portugal preocupa Domingos, que apela ao investimento sem medos na formação.
Que comentário faz ao caso Scolari?
Estarei sempre do lado dos treinadores. Momentos infelizes todos temos, sobretudo depois de jogos que mexem muito com as emoções.
Que opinião tem sobre o castigo aplicado pela UEFA?
Estamos a falar de um campeão do mundo, um homem com uma imagem de prestígio no mundo inteiro. Se fosse um treinador português que estivesse ali há pouco tempo, o castigo seria mais severo.
Esperava que esta qualificação para o Europeu fosse tão difícil?
Não. Portugal tinha a obrigação de estar noutra posição. Tem talento de sobra para evitar o sufoco. Agora não pode facilitar, para não hipotecar o apuramento.
Esta selecção é muito diferente da anterior?
Esta selecção começou a formar-se depois do Europeu de 1996.
Teve jogadores excelentes, bons resultados, mas, com o tempo, começaram a notar-se desequilíbrios. Em termos ofensivos,
é grave. Não dá para disfarçar que falta um ponta-de-lança de futuro, por exemplo. Os jogadores
portugueses estão a extinguir-se em determinadas posições.
E o país não consegue "fabricar" mais Domingos e Pauletas.
Porque não quer, pensa que o mercado brasileiro fornece todas as soluções. Hoje em dia, os clubes não pensam duas vezes antes de contratarem um ponta-de-lança brasileiro. É muito mais barato trazer um brasileiro do que formar avançados portugueses e investir em treino específico para goleadores. Nas minhas equipas, tento fazer treino específico para os avançados.
Concorda com a chamada de brasileiros à selecção?
As pessoas aceitaram bem o Deco na selecção e a naturalização do Pepe, que também irá à selecção. Não sei se aceitariam da mesma maneira essas convocatórias caso o seleccionador fosse português. Dá que pensar.
Não convocaria
Deco e Pepe?
Não disse isso. Joguei com o Deco e treinei o Pepe, são grandes jogadores. O que me surpreende é chamarem atletas para posições bem preenchidas. Há algum lateral-esquerdo? Temos muitos pontas-de-
-lança de grande nível? Se é para naturalizar estrangeiros, que seja para lugares em que a selecção é mais fraca.
O futebol mudou muito desde que deixou de jogar?
Antes, havia mais liberdade, pois os aspectos tácticos e estratégicos não eram tão explorados. Havia mais espectáculo. Agora, são 11 atrás da linha da bola e pouco espaço.
Que fará José Mourinho depois do Chelsea?
É dos melhores do mundo, no horizonte dele só vejo uma carteira de seis clubes, também os melhores. Se o destino for o Barça, vai dar-lhe um gozo fenomenal.

Domingos Paciência
Cargo: Treinador e vice-presidente da Associação Nacional de Treinadores de Futebol (ANTF)
Naturalidade: Leça da Palmeira
Idade: 38 anos (02/01/1969)
Clube actual: Académica
Clubes anteriores: União de Leiria, FC Porto B
Títulos enquanto jogador: sete vezes campeão nacional, melhor marcador da Liga (25 golos), duas Taças de Portugal, seis Supertaças e 34 internacionalizações pela Selecção A (nove golos).

Os nossos agradecimentos ao Tommaso, pela entrevista.