COMO “LI” A ÚLTIMA ASSEMBLEIA-GERAL

Por paradoxal que possa parecer nunca uma AG correu tal mal à Direcção.
Vamos por partes:
1) No período antes da ordem de trabalhos o candidato derrotado nas últimas eleições – João Francisco Campos – solicitou em defesa da honra que fosse reparado, pelo fautor, o seu direito ao bom-nome. E isto porque, na campanha eleitoral, foi alvo de declarações que considera ofensivas. Esteve bem João Francisco Campos, esteve muito mal o actual Vice-Presidente eleito ao não ter a humildade de reconhecer que as falsas acusações proferidas visaram ser eleito a qualquer preço.
2) Também antes da Ordem de Trabalhos foi assinado um protocolo entre a Mancha Negra e a Direcção. Teve a Mancha Negra a humildade – «não há maior sabedoria que a humildade» –, o bom-senso, a razoabilidade e a ponderação necessária para tal desiderato. Honra lhe seja feita. Daqui, a minha singela homenagem.
3) Regozijava-se o Sr. Presidente da Mesa da AG por o Orçamento desta época ser apresentado muito antes do que os Estatutos determinam. Acontece que teve que ser alertado para uma obrigação superveniente. Foi mesmo dito que a Direcção ao não ter providenciado no sentido de em registo notarial fazer a devida adaptação está a incorrer no crime de negligência danosa.
4) Orçamento apresentado. Uma passagem de olhos pelo Orçamento leva-nos à constatação de um facto incontornável: A direcção entrou, perigosamente, no “vermelho” no que à captação de receitas financeiras diz respeito. Mais perigoso ainda quando faz da sua sobrevivência recurso a conceitos fantasiosos. É por demais sintomático da aflição quando, seja-me perdoada a expressão, se recorre do argumento «contar com o ovo no cu da galinha» (hipotéticos proveitos de direitos desportivos de atletas). Não foi, pois, de admirar que só tivesse havido uma diferença de 14 votos entre os que aprovaram o Orçamento e as abstenções. Anote-se que, neste caso específico do Orçamento da Académica – não se trata do orçamento do Estado – as abstenções têm o significado de «não acredito».
5) Campanha para o regresso de ex-sócios. Foi consensual o mérito da proposta. É das matérias que mexem com a sensibilidade íntima das pessoas e opinar em sentido contrário – caso hipotético – mais não seria que ofender ou ferir susceptibilidades sem qualquer razão objectiva. Não obstante, pairou um cepticismo muito acentuado quanto aos resultados que venham a ser obtidos. Mas…. uma coisa é certa: foi encontrada uma forma inteligente de resolver o conhecido “caso Álvaro Amaro” – erro da Direcção cometido aquando do processo da renumeração dos sócios e o mesmo caso ter sido objecto de denuncia em AG –. Ao menos minimiza-se a vergonha cometida.
Nota final: Tudo foi dito e discutido de forma muito urbana. E só esta postura cívica aproveita à Académica. Desta vez não houve oradores a “ falar por falar” o que, não raras vezes descamba para a “peixeirada”. Estes últimos que aproveitam a lição dada.
Adenda: Não se refere, aqui, o “caso TBZ”. É dos tais casos que só se devem discutir “dentro de portas” na AG e não publicamente.
Por tudo se infere que esta Direcção está em “brasas” e já não lhe falta sarna para se coçar.
Lucílio Carvalheiro
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