"Pardalitos do Choupal"

Associação Académica de Coimbra

Vitor Santos,jornalista d' A Bola já falecido,foi o primeiro a chamar a Académica "Pardalitos do Choupal", em crónica ao jogo da vitória sobre o Benfica por 3 a 1 na época de 1961/1962

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Informações

Estádio Cidade de Coimbra

Estádio Cidade de Coimbra
Inauguração: 29-10-2003
Lotação: 30000


Ano da fundação: 03-11-1887
Rua Infanta D. Maria, 23 - 3030-330
Nº de sócios: 10336 (em 9/7/2007)
Internet: www.academica.oaf.pt

 

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quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Faleceu o "Pilinhas"


Mais uma vez a Briosa está de luto.
Desapareceu Guilherme Luís, histórico e carismático massagista da Académica, desde os anos 50 do passado século.
Com Guilherme Luís desaparece seguramente uma das minhas maiores referências do futebol académico, desde que me lembro de ser gente.
Lembro-me desde miúdo do seu sorriso fácil, da sua bonomia permanente, da sua piada mordaz, do seu imenso carinho por todos os que ao peito transportavam o seu sonho de uma vida, o emblema da histórica e centenária Associação Académica
Com a sua partida, o «Pilinhas», (ou mais propriamente o «Mão de Pilinha», alcunha que o nosso querido Guilherme Luís herdou do famoso preparador físico da selecção brasileira «Mão de Pilão», e a qual caricaturava a pequenez das suas mãos mágicas, que tantos futebolistas da Briosa ajudaram ao longo de mais de cinco décadas), deixa-nos um enorme vazio, apenas igualado pelo que nos haviam deixado homens do seu tempo e da sua estirpe humana, profissional e cívica, como Jorge Anjinho, Mendes Silva, Francisco Soares, Fausto Correia ou Vasco Gervásio…
Com o falecimento do Guilherme é uma página da história da Académica, mais uma, que infelizmente se fecha, para se reabrir futuramente na nostálgica memória de quantos com ele privaram e de quantos conheceram de perto a sua rectidão de carácter, a sua honestidade e competência, a sua enorme «chama» de entusiasmado, empenhado e diligente académico.
Nas paredes do posto médico, na mala dos apetrechos de enfermaria preparada para os jogos, nos planos semanais de recuperação dos atletas, nos gestos dos seus colegas de profissão que tanto com ele aprenderam, ficarão pedaços de uma existência marcada pela Académica, mas que seguramente deixou também forte marca na instituição, numa reciprocidade só possível a quem se dedica desmesuradamente a uma causa…
Nas centenas de treinadores que com ele trabalharam, nos milhares de jogadores que foram alvo dos seus cuidados, nos muitos dirigentes a cujas ordens sempre obedeceu lealmente, ficarão sentimentos de infinita saudade, uma palavra que, na Coimbra que tanto amou, ganha peso e força e se afirma com redobrado sentido.
Guilherme é daqueles homens inesquecíveis e inigualavelmente marcantes que a Académica possuiu em grande número, mas dos quais se vai sentindo cada vez mais órfã no presente…
É um símbolo, um ícone, um emblema da Briosa, uma verdadeira referência do Desporto Nacional que deve ser relembrada por esses campos de futebol afora, na simplicidade e singeleza da sua personalidade de homem bom.
Um homem que conheceu múltiplas homenagens, (como a ainda recente atribuição da Ordem de Mérito Desportivo por parte do Secretário de Estado Laurentino Dias ou a mais do que justa assinatura de um contrato de trabalho vitalício com a Académica, durante o presidência de Campos Coroa), mas que se sentia verdadeiramente gratificado por um simples gesto: um jfuetbolista contundido a levantar-se e a pedir ao árbitro para reentrar em campo, depois de mais um «milagre» das suas maravilhosas «Mãos de Pilinha»…
Adeus companheiro, até à vista. Quando reencontrares o Dr. Xico e com ele reeditares celestialmente a mais famosa dupla de apoio médico do futebol luso, não te esqueças de lhe dizer que a Briosa não o esqueceu, como a ti jamais esquecerá!...

Fernando Pompeu
Sócio n.º 1640 da AAC/OAF