A ÚLTIMA DECADA NA BRIOSA (II)

Com a devida vénia ao Despertar

Do sucesso desportivo da Académica, período 2000/02, – subida à Superliga; do sucesso organizativo e de credibilidade – Contas Certificadas Legalmente; do sucesso patrimonial operacional – Campos de Treino ou seja, Complexo Desportivo Dr. Francisco Soares (Campos do Bolão) – cedo, a Briosa, se tornou um instrumento de interesses pessoais….as forças impulsionadoras do movimento de conquista do poder na Académica, contrariamente a todas as asserções solenes, não foram por ideais; foram, na verdade, por objectivos muito concretos, nomeadamente, interesses pessoais, políticos, comerciais, em suma, interesses materiais….interesses pessoais “o grupo dos treze”, interesses políticos a Câmara Municipal de “nova cor”, interesse comercial o grupo Amorim. A verdade foi seguramente a última coisa que tiveram em mente.

Demitindo-se a Direcção e o chamamento do Dr. João Moreno, durante a maré alta da reacção ao vazio do poder, para presidir a uma Comissão Administrativa, leva-nos a considerar como estratégia para manter os sócios dentro de limites adequados de contenção emocional, aliás, de modo a permitir servir o bem estar dos interesses acima mencionados.

Cedo se tornou claro que nessa Comissão Administrativa as suas essências – grupo dos 13 por um lado, dissidentes por outro, arrivistas também – se moviam por si mesmos; desenvolviam-se em si mesmos ou, para usar termos mais em moda, agiam como forças emergentes e autocriadoras. E parece haver razão para classificar o discurso da Comissão Administrativa de charlatanismo. Forçou e deturpou a concepção, acção, credibilidade da Direcção anterior, dando-lhe sentido contrário, o ataque ao passado, converteu-se no único argumento operacional, o principal instrumento da sua “legitimidade”.

……. Continua na próxima semana.

Lucílio Carvalheiro

Coimbra, 12.01.2010