DIREITO À FRUSTRAÇÃO

Propositadamente "isolei-me" de qualquer tipo de noticia, ou comentário em relação ao nosso jogo com a Naval do passado Domingo.
Depois de ter visto o jogo "ao vivo" não precisava de mais elementos para reflectir.
Do Treinador já sabia antecipadamente o comentàrio: amorfo, inócuo, tipo "comida sem sal" para diabéticos (sem nenhuma ofensa para estes).
Este espaço é livre, plural, aberto, polémico, irreverente, mas é nosso. Por isso mesmo aceitei escrever nele.
Não quero ter o exclusivo da verdade, nem ser uma espécie de Provedor das consciências mais exaltadas.
Mas esta introdução vem a propósito da miserável prestação (mais uma) da nossa Briosa.
Estive tentado a chamar a esta crónica " Direito à Indignação". E só não o fiz, porque a matemática dos números é nua e crua:
Temos 17 pontos e estamos no 9º lugar.
Mas isso não invalida, que eu cale a minha frustração por aquilo que vi. Não estou em cruzada anti-Nelo Vingada, mas estou em cruzada, contra a permanente despersonalização da nossa equipa.
Passo a desabafar:
Não me lembro num passado recente, de ver uma Académica tão sofrida, tão anarquica, tão incompetente dentro de um campo de Futebol. Tenho que recuar ao tempo (felizmente curto) do Eurico Gomes para encontrar paralelo.
Às indecorosas prestações em casa com o Setubal (que banho táctico), Leiria ( este foi um "oceano" de banho táctico) Guimarães ( que temor) e Amadora (são inqualificáveis aqueles últimos 10´a jogar contra 9), junta-se TODA a 2ª parte do jogo com a Naval.
Já dou de "barato" a inclusão de Nuno Luis a meio-campo ( simplesmente patética a sua prestação) e a entrada de um pobre diabo de nome Gelson, que com as suas permanentes irresponsabilidades, nos ia custando por mais do que uma vez o empate.
A nossa 2ª parte, conta-se em 2 palavras:
Estivemos 49´, repito 49´dentro da grande área a defender o resultado. Não fizemos 1 só remate à baliza da Naval.
Resta-nos agradecer aos "deuses" e à limitadíssima Naval, que nem pontas de lança tinha, para saírmos da Figueira da Foz com os 3 pontos.
Revolta-me, frustra-me, a passividade, a complacência e o medo do nosso treinador.
"Hibernado" (sem ofensa) no banco,completamente amorfo e apático, vai protelando as decisões, e só na presença da catástrofe (vide derrotas em Penafiel e Paços de Ferreira) toma decisões tardias e normalmente de consequências irreversiveis - a derrota.
Das largas centenas de sócios e simpatizantes que estiveram a ver o jogo (fiquei "entalado" entre a irreverência da mancha Negra e a complacência generosa dos restantes socios) não ouvi no fim do jogo, um só comentário abonatório em relação à nossa prestação.
Era impossível, porque temos Alma, temos Orgulho, temos uma cultura "guerreira", temos irreverência, aquilo que esta equipa não tem.
É o espelho fiel do nosso Treinador.
Caramba, pagar "entremeada" pelo preço de carne de lombo é que não é justo