Do «Negrume» ao...Negrume2

Quando fui convidado pelo nosso «Sacerdote», Mário Castro (meu companheiro de jornadas académicas de tempos idos, mas que, por contingências da vida, já não via há um bom par de anos), para aderir à ideia de participar na administração de um blog académico, fiquei desde logo entusiasmado.
De tempos a tempos visitava já os diversos espaços da Académica na Internet, utilizando então o nickname «Negrume», com o qual fazia as minhas primeiras intervenções, como comentador episódico de alguns «posts».
Na altura do convite foi-me justamente proposto continuar a escrever com um nickname, porque era essa a política seguida por quem criara o blog, não por razões de medo de dar a cara, mas antes porque fiéis ao espírito da blogosfera, tinham adoptado essa curiosa forma de intervenção, aliás à semelhança de tantos outros académicos que navegam pelo ciberespaço.
Acedi à ideia, sem no entanto ter consciência, confesso, da forma como o blog poderia crescer e do impacto que algumas das posições nele assumidas – entre as quais algumas das minha próprias - poderiam ter no quotidiano da Académica.
Para o efeito havia criado então o nickname de «Negrume2», que simbolizava essa nova qualidade de administrador de um blog e, por essa via, a minha nova forma de intervenção académica.
Hoje, porém, penso que é chegada a altura de não só eu, mas todos os «Pardalitos do Choupal», se identificarem, em vista da responsabilidade que já temos de escrever para um espaço visitado diariamente por bem mais de meio milhar de académicos.
Aliás, quem me conhece sabe bem que tal realidade não me causa qualquer constrangimento.
Não tenho, nem nunca tive medo de dar a cara, ou não tivesse eu já escrito múltiplos artigos nos jornais sobre a Briosa, alguns deles em franca oposição com a Direcção actual e todos eles assinados por baixo, em meu nome pessoal.
Senti-me sempre à vontade nesse particular, pois prezo-me de viver num país livre e democrático, onde cada um pode exprimir a opinião que bem entende, apenas se sujeitando ao juízo alheio e ao legítimo direito ao contraditório, por parte de quem o ouve ou lê.
É isso que continuarei a fazer doravante, mantendo no entanto o nickname com que assino os posts, mesmo após divulgada e conhecida (se já não o era, de facto)a minha verdadeira identidade.
Nestas coisas o sentimento conta (ou não fosse eu adepto da Briosa) e, confesso que, entretanto, ganhei ao «Negrume2» uma certa afectividade académica e cibernética, pelo que não vejo razões para o «matar» agora…
Com muito gosto continuarei assim, justamente por recurso ao «Negrume2», (que já se tranformou numa espécie de «meu heterónimo» que «oiço» e «ausculto» antes de emitir opinião), a colaborar com os «Pardalitos», na ideia de reconstruir uma Académica mais de acordo com a sua mística, mais à medida da sua história e mais à altura do seu ideário de solidariedade, generosidade e fraternidade.
Em suma, uma Académica maior, mais forte...mais Briosa.
Quanto ao meu passado académico, que sei que será invocado frequentes vezes no contraditório com que me confrontem, mas também, por vezes, na subscrição de opiniões que os meus textos mereçam, fica desde já a declaração:
Assumo-o orgulhosamente e por inteiro!
As dificuldades (muitas), os erros (múltiplos), as angústias (permanentes), as alegrias (inesquecíveis) os problemas (sucessivos), as derrotas (algumas), os sucessos (modestamente, alguns também)... Tudo!
«Quem faz o que pode, faz o que deve», e, como sempre senti que fiz tudo o que pude, tenho a minha consciência a repousar na mais absoluta tranquilidade.
Uma tranquilidade que reside em cerca de 15 anos de dirigismo académico, donde constam funções tão diversas como presidente da Falange de Apoio Negro – FANS e fundador da Tuna Universitária «Fan-Farra Académica de Coimbra», presidente da Assembleia Magna da AAC (dois mandatos com António Vigário), membro do Senado Universitário e da Assembleia da Universidade (dois mandatos) representante da DG/AAC na Direcção do OAF (com o Dr. Mendes Silva), colaborador do futebol juvenil da AAC (com o Dr. Mendes Silva e posteriormente também com o Dr. José Paulo Cardoso), membro da Comissão Executiva do Congresso da Briosa (com o Eng.º Jorge Anjinho), relações públicas da Direcção (com o Dr. Fausto Correia), fundador e director editorial do Jornal «ACADÉMICA», e, finalmente, representante da Académica na Direcção da Liga de Clubes de Futebol Profissional e no então existente «G-36», presidente adjunto da Direcção e chefe do Departamento de Futebol (com o Dr. Campos Coroa, com quem tive a alegria enorme de modestamente colaborar, no regresso da Briosa à I Liga)...
Agora, daqui para a frente, simplesmente...um «Pardalito».
Mas um «Pardalito» com o mesmo entusiasmo de sempre, com o mesmo empenhamento e motivação do passado, com a mesma abnegação de todos os dias, na defesa da sua eterna paixão de menino: a nossa Associação Académica de Coimbra.
Saudações Académicas,


Fernando Pompeu,

Ou antes,

«Negrume 2»
(Pardalito do Choupal)