Pardalitos do Choupal: A PROPOSITO DA EQUIPA B.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2005

A PROPOSITO DA EQUIPA B.

Muito se tem escrito e dito sobre a equipa B. Sobretudo sobre a sua extinção. Não deixando de ser importante reflectir sobre a "retoma" deste projecto, talvez seja pertinente abordarmos outra temática, embora noutra perspectiva. Que modelo de Formação?(tive o cuidado de ler recentemente o excelente artigo publicado no nosso site oficial sobre o futebol juvenil elaborado pelo Prof. António Figueiredo. Sinal que o que escrevemos neste blog não cai em "saco roto").
Vamos a isso.
Uma política desportiva de qualquer clube assenta em bases racionais. Neste sentido o projecto de uma equipa B , deverá ser sempre consolidado, tendo em conta um conjunto de pressupostos devidamente apoiados por quem dirige. Isto é:Ter um rumo!
Dir-me-ão os mais atentos, que não é fácil e que enquanto técnico da Académica estes pressupostos que de seguida irei enumerar dficilmente se concretizaram.Não por falta de ideias mas sobretudo por falta de verba.Mesmo assim acho que se deram passos determinantes. Pelo menos ficaram raízes!
Mas vamos ao que me trouxe até vós.
O que é na minha modesta opinião (muito resumidamente) ter política desportiva? É apresentar e criar um conjunto claro e objectivo de ideias que jamais abandonaremos mesmo tendo em conta as dificuldades.
A saber:

1-Condições de treino exemplares.
2-Departamento de prospecção para o futebol juvenil e sénior.
3-Quem contratar para este departamento?
4-Critério de contratação de "olheiros" e atletas.
5-Autonomia financeira(fundamental) .
6-Capacidade de antecipação no mercado.
7-O que podemos oferecer em troca a quem contratamos?
8-Responsabilização pelo possível fracasso(reduzir ao máximo o erro).
9-Política de acompanhamento escolar.
10-Criar um gabinete (muito restrito) de trabalho ao nivel da intervenção técnico-táctica, bem como da metedologia de treino.
11- Interligação futebol formação / futebol profissional.
12- Modelo de táctico identico em todos os escalões? Nunca estive de acordo. Modelo de jogo sim. São coisas completamente diferentes !

Talvez por agora cheguem estas pequenas "dicas". Pois é , mas se queremos ser os melhores, é essencial ter vários profissionais da Académica ( que sintam a camisola) e que muitas vezes "esqueçam" os amigos, a familia, etc.
Não me levem a mal!

7 Comments:

é caso para dizer: ALELUIA.
Finalmente um reflexão lúcida sobre Formação e Equipa B.

By Anónimo, at 02/12/05, 16:16
que direcção investiu mais em formação do que esta?????????
ó sr. mondego, diga-me lá nomes de jogadores do actual plantel "produzidos" por esta direcção.
Por favor, não insulte a inteligência dos outros.

By Anónimo, at 02/12/05, 16:56
O problema é que construímos um centro de treinos sem um campo com orientação solar regulamentar, o que faz com que a equipa B tivesse de andar constantemente com a casa às costas. Isso obviamente acarreta custose e torna o projecto menos apetecível.

Nesse particular concordo com o Eng. JES, avançar para a equipa B sim mas só quando houver condições objectivas para tal (sobretudo no que toca a infra-estruturas). Não podemos começar a fazer a casa pelo telhado ...

By Briosa Allez, at 02/12/05, 16:57
Meu caro mondego, se leu um dos meus artigos anteriores deve ter percebido que se alguem anda á procura de tachos,eu não sou.
Eu prefiro ter Académicos obviamente competentes do que ter competentes pouco Académicos . Infelizmente lidei de perto com ambos os casos.Sei bem a diferença!

By Anónimo, at 02/12/05, 17:21
A equipa "B" custava 1/3 do Marcel e quase metade do Hugo Alcãntara.

Serve?

By Anónimo, at 02/12/05, 17:25
Quando se fala da Direcção, e do que faz e não faz, devem ter-se em conta os vários níveis de gestão que existem nas organizações.

No seu excelente post o Sr José Viterbo, que eu não tenho o prazer de conhecer, por (eu) ser um simples adepto e sócio da Académica e não um técnico ou sequer um conhecedor, traça aquilo que deve ser uma estratégia desportiva. Mas quanto a mim confunde algumas coisas:
Os pontos:
1- Condições de treino
2- Departamento de propecção
9- política de acompanhamento escolar
10 - Gabinete de trabalho técnico-táctico
11- Integração formação/profissional
12- modelo táctico
são de facto elementos de uma estratégia desportiva que se podem traduzir em políticas a seguir (elementos de planeamento que não se discutem permanentemente).

Já:
2- quem contratar (no âmbito do departamento de futebol p.e)
3- Critérios de contratação
5- o que podemos oferecer
6- capacidade de antecipação
são questões de gestão de quem ocupar o lugar (ou lugares)de responsável (responsáveis) pela estratégia desportiva.

Por outro lado aqui não há autonomia financeira nenhuma: quem aceita conduzir uma estratégia desportiva, ser por ela responsável e por ela dar a cara, deve vincular-se a um orçamento geral, que é o orçamento da direcção. E das duas uma: ou aceita ou não aceita esse orçamento e vai-se embora. Ou eventualmente, perante uma insuficiência de meios, desvincula-se de alguns objectivos ou torna-os menos ambiciosos.

Quanto à contratação do director desportivo e sua responsabilização, são funções do âmbito da Direcção, que, por sua vez, responde perante a assembleia geral e em última instância nas eleições. E essa responsabilização é feita de forma muito simples: definidos objectivos (tarefa de planeamento), obtidos e combinados os meios, humanos e materiais, para os atingir (tarefa de organização), o responsável em quem foi delegada a responsabilidade, ou os atinge ou não (o que é avaliado pela função de controlo). E se não atinge, nesse caso, rua!! (a menos que haja explicações para que os objectivos não tenham sido atingidos, ou se chegue à conclusão de que os objectivos foram mal definidos - caso em que é quem os definiu que deverá ser responsabilizado). É assim que se resolve a questão de quem contratar para director desportivo.

O futebol, no caso da AAC-OAF, é como a produção numa empresa. São os engenheiros que a dirigem. Mas os engenheiros subordinam-se a estratégias mais gerais que não são apenas de produção. Estratégias de longo prazo, definidas pela administração, que têm a ver com a razão de ser e a cultura da empresa; e estratégias conjunturais, que procuram em cada momento responder aos desígnios de longo prazo da empresa, e às alterações do ambiente e que são orientadas, normalmente, pelo marketing.

Pois é! A gestão de uma organização é algo de complicado! E se não for feita com pés e cabeça a organização extingue-se, desaparece! E isto é verdade não só para empresas, mas também para associações, câmaras municipais ou mesmo países.

Antes de falarmos da "política" desportiva (a que eu chamo de estratégia desportiva) temos que saber qual é a estratégia geral (também chamada de Missão) da Académica.

Esta deve transmitida pela Direcção para o interior e o exterior da organização, sob a forma de planos estratégicos de médio e longo prazo (um mandato por exemplo), e desdobrada em planos de actividades anuais, com objectivos quantificados: orçamento, objectivos da 1ª equipa, objectivos da formação, objectivos escolares dos jogadores...etc. Que devem ser, uns e outros (estratégia geral e planos de actividades) aprovados em assembleia geral.

Já alguém deu pela existência deste tipo de documentos na Académica?
Então comecemos por pedi-los! Sem atacar ninguém! Apenas porque queremos, antes de mais, saber o que estão a fazer com a nossa Académica!!

By Anónimo, at 02/12/05, 17:27
Meu caro mps,não tenho o prazer de o conhecer.No entanto, parecem-me pertinentes as suas observações.
Contudo,creio que temos noções um pouco diferentes nomeadamente no que concerne aos conceitos de politica e estratégia.
Por politica desportiva entendo eu tratar-se da globalidade dos objectivos que uma direcção traça para executar a médio ou longo prazo.Por estratégia e duma forma bastante simples, talvez estejamos a falar de aspectos(como contratar,quando contratar,etc) de ordem pontual que nunca poderão interferir negativamente na politica traçada.Isto é:a politica desportiva será a face invisivel de um projecto.A estratégia será a face mais visivel desse projecto.
Dou-lhe um exemplo:Temos como politica desportiva contratar na formação apenas atletas que potencialmente sejam universitários.Estratégicamente teremos que lhes oferecer,melhor do que em qualquer outro clube, um enquadramento escolar diferente.Mais acolhedor e motivador de forma a que se sintam capazes de,do ponto de vista escolar e desportivo,exercerem com sucesso as duas coisas.
Quando me refiro também á autonomia financeira,é claro que esta estará sempre englobada dentro do orçamento geral do clube.
No entanto,para fazer face a determinados objectivos( e no futebol, como em qualquer outra empresa,vence quem chegar primeiro)é necessário ter capacidade financeira(agir rápidamente) para termos sucesso.

Abraço Académico.

By Anónimo, at 03/12/05, 01:14

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