Montante apreendido a Eduardo Simões é de 310.000 euros

R.A .
O montante dos cheques e notas apreendido este mês, pela Polícia Judiciária, ao presidente da Direcção da Académica/OAF ascende a 310.000 euros, apurou o “Campeão” junto de fontes idóneas.
Uma parte do valor pertencerá a José Eduardo Simões e outra consistirá em receitas do clube e donativos.
As diligências a cargo da Polícia Judiciária já compreenderam duas idas à Câmara Municipal de Coimbra, onde José Eduardo Simões desempenhou o cargo de director de urbanismo no triénio 2003/2005.
Presume-se que as buscas, na sede da Briosa e na autarquia, estejam relacionadas com um inquérito aberto pelo Ministério Público na sequência de uma carta anónima remetida ao Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Coimbra a alertar para eventuais relações promíscuas entre o mundo do futebol e empresários da construção civil.
Sem ter sido constituído arguido, o líder da Briosa comentou, há duas semanas, que a diligência efectuada pela PJ pecou “por tardia”, tendo considerado que “viver com a sombra de uma suspeição é o pior que pode acontecer a quem está inocente”.
“A Académica/OAF está bem, vai melhorar e eu continuarei, como até aqui, de cabeça erguida”, alegou o presidente através de uma declaração lida pela assessora de Imprensa do clube, Andreia Madeira.
O futebolista Joeano, autor de três golos frente ao Gil Vicente na última jornada da Superliga, dedicou um dos tentos a José Eduardo Simões devido ao “momento difícil por que está a passar” e por confiar nele.
A Direcção-Geral da Associação Académica, a que a Briosa está ligada como organismo autónomo «sui generis», indicou, entretanto, nada ter a ver com a apreensão. O montante em cheques e dinheiro interceptado pela PJ representa menos de uma décima parte do valor emprestado por José Eduardo Simões ao clube (cerca de 3,5 milhões de euros de acordo com o relatório de gestão apreciado em recente reunião da Assembleia Geral e referente ao exercício económico de 1 de Julho de 2004 a 30 de Junho de 2005).
Segundo o documento, o endividamento bancário global que em 30 de Junho de 2004 era pouco superior a um milhão de euros aumentou para 1,54 milhões de euros no final do último exercício (crescimento relativo de 43 por cento).
O financiamento através de entidades não financeiras passou de 1,59 milhões de euros em Junho de 2004 para 3,79 milhões de euros em meados do ano seguinte.
Na opinião de um jurista auscultado pelo “Campeão”, profundo conhecedor dos Estatutos da Académica/OAF, o montante do empréstimo concedido pelo presidente do clube deveria ter merecido parecer favorável da Assembleia Geral.
Nos termos estatutários, compete exclusivamente à AG autorizar a Direcção a contrair empréstimos e outras operações de crédito cujos prazos de liquidação ultrapassem o mandato dos órgãos sociais e excedam 10 por cento da despesa do ano anterior.
Os actos, resoluções ou deliberações tomados pelos corpos sociais contrários aos Estatutos não obrigam a instituição, ficando solidariamente responsáveis os que neles intervierem.
Contactado pelo nosso Jornal, o presidente do Conselho Fiscal da Briosa, Alberto Santos, esclareceu que os 3,5 milhões de euros devidos a José Eduardo Simões resultam de empréstimos parcelares e considerou expectável que sejam pagos até ao termo do mandato (final de 2007).
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