Época atribulada

Apesar de considerar que com mais ou menos dificuldade, a Académica vai manter-se no principal Campeonato Português, deparamo-nos de facto, com uma época atípica para a Briosa.
E essa atipicidade pode dividir-se em quatro pontos:

1- Total falha dos objectivos que a direcção mencionou no princípio da época, ou seja, lutar por um lugar na UEFA.
2- Aumento brutal do orçamento, sem os devidos resultados desportivos.
3- Erros de casting claros, na escolha do plantel.
4- Permanentes lesões musculares, impeditivas de um melhor aproveitamento desportivo dos nossos atletas.

Quanto ao 1º ponto, a classificação está à vista. A seis jornadas do fim, lutamos de uma forma titânica para nos mantermos entre os menos maus.
O Setúbal, como se sabe, tendo talvez o menor orçamento da Liga, está já na UEFA, à custa de ser finalista da taça, mas mesmo classificativamente, poderia lá chegar.

O aumento do orçamento, não se reflectiu em nada, nas prestações desportivas da Briosa. Jogamos quase sempre mal. A excepção é quendo jogamos muito mal.
Os pontos que temos são fruto de um sofrimento atroz, tanto dos jogadores como da massa adepta.


Os erros de casting são bem visíveis.
Quantos jogos fez Fernando? Porque foi dispensado Zada? E Lira? Que mais valia nos trouxe Serjão? E N'Doye?
Não será verdade que os melhores jogadores, tirando Filipe Teixeira, são fruto do aproveitamento das camadas jovens? Vinha, Sarmento, Piloto, Zé Castro?
Brum já vinha da época passada. Pedro Roma, o nosso grande sustentáculo foi "encostado" de forma que ninguém percebeu até agora.
Alcântara tem alternado o mau com o bom.
Gelson nem se fala...


Quanto às lesões, têm sido uma constante desde o princípio da época.
Mal planeada ou não, a verdade é que não me lembro de um campeonato parecido.
A aquisição de um preparador físico sem nenhuma experiência a nível de futebol, nem de alta competição pode ser a explicação para mais de 12 (DOZE!!!) lesões musculares.
O hóquei do Riba D'Ave por mais respeito que nos mereça, não pode ser comparado a uma equipa altamente profissonal, nem a Académica pode servir, na sua componente competitiva, de tubo de ensaio de amigos ou comparsas.
A verdade é que no tempo de Mário Monteiro nada disto se passava.

Resta-nos tirar as nossas conclusões, e tentar não repetir os erros por mais evidentes, de uma época em que os principais objectivos não foram alcançados, para que para o ano desportivo que se aproxima seja mais profíquo em todas as vertentes. Desportivas, sociais, e competitivas.
E não esquecer caros amigos, que no próximo ano (desportivo e civil) há eleições...